A VERDADEIRA 11ª TESE SOBRE FEUERBACH: Nada de interpretação, mudança das coisas. Assim, os penalties marcados a favor do Benfica são "discutíveis" não porque o adversário não tenha jogado a bola com a mão, mas porque ela ressaltou sempre, involuntariamente, em qualquer parte da anatomia do inocente prevaricador: o joelho, o calcanhar, a costela, o córtex pré-frontal, etc...
"Anos a mais, má forma, discurso recorrente Em minha perdição se conjuraram O Soares, o Jerónimo e o Louçã sobejaram Que para mim bastava o Alegre somente
Alma ruiva gentil que vais partir Tão tarde desse palácio descontente Repousa lá em casa eternamente Que a gente cá na terra não fica triste
Cinzento vai para Belém Cavaco descendo a Avenida Vai á primeira e não à segunda
E se vires que pode merecer-te De alguma coisa a dor que à esquerda ficou Da mágoa das eleições que perdeste Roga a Deus, que teus votos encurtou Que tão cedo não voltemos a ver-te Quão cedo o Cavaco te derrotou
Estavas calado Cavaco, eleito em sossego De tua vitória colhendo doce fruto Naquele engano político cego e ledo Que a imprensa não deixa durar muito"
posted by Neptuno on 5:52 da tarde
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DISFUNÇÕES SEXUAIS: Segundo parece, afectam mais de metade das mulheres portuguesas. E parece que é um cálculo por baixo... (sorry, mas não resisti)
posted by Neptuno on 5:46 da tarde
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BOA DISPOSIÇÃO: Venho do Blasfémias onde o CAA está novamente no seu momento benfiquista. Indigna-se porque nenhum jogador do SLB foi convocado para a selecção B. A explicação é simples. Na nossa equipa principal só temos internacionais A: portugueses, franceses, gregos e brasileiros. Não contente com alegrar o meu dia com isto, o meu bom CAA ainda entrevê suspeição no anúncio do empréstimo do João Pereira ao Gil Vicente, na véspera de os defrontarmos. Teme o CAA que os futebolistas do Gil corram menos contra o Benfica porque lhes espetámos o João Pereira no balneário. Como dizia o Zé Carioca, ré ré ré!
posted by FNV on 12:12 da tarde
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PASSAGEM ADMINISTRATIVA: Ter alunos que no final do semestre me oferecem, entre outras coisas igualmente boas, o Syrah do Esporão, só me pode incentivar a continuar. A beber.
posted by FNV on 11:58 da manhã
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A TESE: "Cavaco ganhará porque os media divulgaram sondagens, que influenciaram o povo". Claro que em 1991 ninguém se lembrou dessa tese, mas como agora a descobriram, vale a pena recordar isto: em todos os momentos da modernidade ( coisa que se instala vagamente a partir de finais do século XVIII) sempre existiu da parte dos iluminados o momento psicótico. Esse momento cristaliza a fórmula do desprezo: se o povo me elege, o povo é astuto, se o povo se engana é porque foi enganado. Nada a fazer, são incorrígiveis. E repetem, incansáveis, o grito de Ernst von Salomon, o teórico do Freikorps, recordado por Sternhell: o que queremos não sabemos, o que sabíamos não queríamos. Razão tinham Pinochet e Salazar, que dispensavam estas maçadas.
posted by FNV on 11:42 da manhã
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UM BOM FIM-DE-SEMANA: Quando estudava em Coimbra, o fim-de-semana começava à quinta-feira - quando não à quarta ou à terça. Hoje as coisas são ligeiramente mais complicadas e quinta à noite ainda se esfola para se prepararem os árduos ofícios de sexta. É duro, mas a agradável companhia do Piano Blues do Canal 2 leva a crer que este será um bom fim-de-semana.
E, realmente, esquecendo o miolo do dia de amanhã, prefiro imaginar-me já na sempre animada tertúlia no Cepa Torta, ao fim da tarde (ganhando forças para a noite, altura em que me distrairei com o melhor humorista desta país, José Pedro Gomes, a coçar onde é preciso. Só falta decidir onde convencerei os acompanhantes a ir cear demoradamente).
Sábado ruma-se a Coimbra, na solene e habitual peregrinação eleitoral. Conta-se encontrar velhos amigos e recordar histórias velhas. Aguarda-se também com expectativa o convívio simpático com a restante tripulação, enquanto houver oh oh oh e uma garrafa de rum ou, pelo menos, permissão para nos abeirarmos dela. Para este ano vou mascarado de Procurador Geral da República Gordo: comprei uns óculos novos com um bigode igualzinho e andei a treinar um olhar triste que fará sensação. Levo também uns cd's. Ninguém me reconhecerá.
Domingo é o grande dia! Vota-se, dão-se uns abraços à velha malta das mesas da freguesia de Almedina, e ala para a grande almoçarada familiar. Ainda não sei bem o que será o repasto (parece que não é coelho de cebolada para que ninguém repita o prato à noite) mas será seguramente bom, animado e pleno de alegre cavaqueira.
O resto do dia será história: far-se-á um brinde ao 3º lugar de Soares (talvez dois ou três...); à falta de votos mandar-se-á um abraço ao Manuel Alegre pelo seu 2º lugar (pessoa tão simpática, que pena aquelas ideias...) e felicitar-se-á convictamente o vencedor logo à primeira volta por ter tirado Belém da esquerda e irritado profundamente todo esse lado da política portuguesa.
Depois, às 7h05, já fartos - como todos os portugueses - de eleições, períodos eleitorais, campanhas e poliquices, rumaremos a nossas casas, sossegados e satisfeitos, para aguardar o irritante toque do despertador das segundas-feiras, que porá enfim fim a um bom fim-de-semana.
OS CANDIDATOS: Se transportarmos os candidatos presidenciais para a nossa vida particular, o resultado será mais ou menos este: Garcia Pereira: O vizinho incómodo, que se queixa de tudo e de todos e, sobretudo, da administração do condomínio. Na maior parte das vezes é um chato. Nas restantes, tem muitas vezes razão e gostamos de o ouvir. Francisco Louçã: O primeiro namorado da nossa filha. Percebemos logo à primeira que ela está enganada e que se trata de um "tanguista". No entanto, o melhor é não dizer nada e deixá-lo desmascarar-se sozinho, sucumbindo a paixoneta no confronto com a dura realidade. Jerónimo de Sousa: O antigo mecânico do bairro, simpático e de confiança. O problema é que se especializou em "bocas de sapo" e o modelo já não se fabrica. Mário Soares: Aquele amigo culto, inteligente, interessante, que não o das confidências mas sim o da melhor companhia para gozar dos prazeres da vida. Não o convidaríamos para sócio mas seria sempre uma primeira escolha para ir jantar fora. Manuel Alegre: O velho amigo dos grandiosos projectos que inúmeras vezes se conversaram mas que nunca se concretizaram. Cavaco Silva: O cinzento mas mui competente e sério tecnocrata, que contrataríamos para dirigir a nossa empresa e podermos dormir descansados. Não iríamos jantar com ele mas precisaríamos dele para poder ir jantar com Mário Soares.
posted by Neptuno on 6:39 da tarde
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O FILME: Se o homem comum - sem filiação partidária nem voto definido - se tiver convencido que a situação do país é grave, Cavaco ganha à primeira volta. Foi esta a arriscada estratégia que foi definida muito cedo. Como pode ela falhar? As campanhas eleitorais geram efeitos de familiarização difíceis de prever:
1) Ao longo desta, as incertezas sobre quem iria desistir, o aparecimento de Alegre e a própria duração da coisa, tudo isto gerou no homem comum a ideia de que o país talvez não esteja tão mal assim.
2) Ao contrário do que se quis fazer crer, os salvadores não concorrem a eleições: impõem-se antes e depois delas; dispensam-nas, até. A campanha criou ao longo do tempo a ideia de que todos têm qualquer coisa a dizer, todos têm igual valor.
3) A possibilidade de uma segunda volta alivia a decisão do indeciso. A dissonância cognitiva pode ser reduzida no horizonte temporal próximo. Dito de outro modo, a campanha desenvolveu e sublinhou a crença segundo a qual esta é apenas a primeira parte do filme: se correr ainda apanho o resto.
Uma maior dramatização da campanha de Cavaco poderia ter assegurado um campeão virtual. Porquê? Porque colocaria maior tensão no voto do indeciso, dando-lhe motivos suficientes para trair a sua tradicional área de voto ( nas presidencias é à esquerda). Soares sabe isso e como tal cavalgou, e bem, o perigo da subversão institucional. Como o mesmo não aconteceu com Cavaco, para além dos pontos 1, 2 e 3, o eleitor indeciso pode agora sentir-se mais liberto para, na primeira parte do filme, sentar-se no lugar que mais gosta. Depois virá ou não o intervalo, mas isso é outra conversa.
posted by FNV on 4:32 da tarde
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QUEM É QUE VAI EXCLAMAR "SAFA!" NA NOITE DE 22:
Cavaco, se ganhar à primeira. Soares, se ficar à frente de Alegre. Alegre, se Soares desistir amanhã. Jerónimo, se tiver mais um voto que Louçã. Louçã, se não houver 2ª volta. Garcia Pereira, quando tirar o cachecol. Sócrates, se Cavaco ganhar.
Se és português e amas Portugal, dia vinte e três não vais ficar mal.
posted by FNV on 11:38 da manhã
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CÁ PARA MIM: Estas sondagens que dão como provável uma segunda volta são uma maquinação dos media/grupos de interesses/grande capital para mobilizar o eleitorado de Cavaco.
posted by FNV on 11:36 da manhã
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NÃO SOU: O autor desse estranho grito blogosférico aí em baixo. Não o percebendo, aguardo esclarecimentos por parte de quem utilizou a minha password.
A NOTÍCIA DE QUE NINGUÉM QUER FALAR: Segundo as sondagens do DN (e TSF) de hoje (ontem), Manuel Alegre está perto dos 20% e Soares, o candidato do PS, não descola dos 11%. Ninguém comenta muito a coisa, as televisões fazem o frete e continuam a dar mais imagens de Soares do que de Alegre, mais importância a Soares do que a Alegre, mas os resultados das sondagens estão aí e ninguém, tirando Maria Barroso, pensa que são falseados.
É tão forte e tão alto que os portugueses gritam que não querem mais Mário Soares que eu, com alguma pesar, sou levado a pensar que não o fazem apenas por causa do candidato, como deveriam. É algo mais. Os portugueses têm aproveitado as eleições, quaisquer que elas sejam, para se queixarem e varrerem aquilo que não querem: já aconteceu com Guterres, depois com Santana; ainda há pouco, nas autárquicas, com o PS; e agora, novamente, com o candidato presidencial do PS.
Hoje, todos os grupos sociais, todas as corporações, todas as profissões, todas as classes já foram desprezadas, insultadas e maltratadas pelo governo socialista - mesmo que, de cada vez, com o apoio egoísta e invejoso de todos os outros. Mas como já todos levaram pela medida grande (com excepção da comunicação social e da classe política), quase todos se unem para combater este governo.
É bem certo que depois de 22 de Janeiro não haverá eleições tão cedo e por isso o PS poderá talvez respirar um pouco. Mas se não arrepia caminho na forma como tem tratado os portugueses - e uma vez que não haverá eleições que possibilitem a vassourada - sujeita-se a ser corrido à paulada.
posted by VLX on 12:55 da manhã
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PORTUGAL É ASSIM MESMO: Acorda-se de um dia horroroso de trabalho e desaperta-se finalmente a gravata; ingere-se qualquer coisa para manter a linha, olham-se as notícias: um celerado disparou a sua dois canos sobre um agente. As autoridades, a algumas centenas de metros, montam um cerco à casa onde o facínora se refugia. Ninguém passa a barricada montada pelos agentes, a não ser os moradores...
Acorda-se definitivamente: os moradores podem passar? Em segurança? Só eles podem passar o cerco? E porque não também cargas e descargas?
SÓ PARA OCASIÕES ESPECIAIS: Conta Suetónio que os cavaleiros romanos celebravam o aniversário de Augusto espontaneamente e por unanimidade, atirando moedas no lago de Cúrio. Espontaneidade e unanimidade: eis como crianças à espera de doces se transformam em cavaleiros de Augusto.
posted by FNV on 12:33 da tarde
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O PRÍNCIPE MAQUINISTA:Pacheco Pereira refere um aspecto em Jerónimo de Sousa com o qual estou de acordo e sobre o qual já aqui escrevi no Mar Salgado: a sensação de veracidade. Esta sensação, puxando a brasa à minha sardinha chamar-lhe-ia atribuição, é tanto mais interessante tratando-se de um comunista de escola. A Jerónimo é atribuída a condição de quem sabe o que é a vida da base de apoio do seu eleitorado, que é a tese de JPP; certo é que também o seu eleitorado lhe atribui autoridade para usar os chavões comunistas ( incluindo as técnicas comunicacionais), aquilo que JPP designa por língua de madeira. Estas duas atribuições estão na base da grande identificação entre líder e seguidores, pois que dinamitam a profecia de Maquiavel: neste caso o povo pensa que o príncipe é aquilo que realmente é. Claro que isto reduz, talvez, a zona de incerteza de Jerónimo. Mas tendo em conta o envelhecimento natural do grosso do eleitorado comunista, que que não está para actualizações nem concessões, mais vale um pássaro na mão que dois a voar.
posted by FNV on 11:43 da manhã
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ONDA DE CRIME E DOENÇA: No Sábado, assaltaram o carro de um amigo à porta de minha casa. Ontem, fui roubado na Luz. Chego a casa ainda a tempo de ver na televisão um surto de gripe das aves na Amadora...
DAR À LUZ: O oposto, que não se deseja, seria "levar na Luz". Embora a esperança não seja muita - dadas as recentes exibições - espero que a Briosa me dê uma alegria hoje, perante o Benfica. Na bancada, já de vermelho e, porventura, com a conta bancária fortalecida, deverá estar o mercenário Marcel que, com futuro já garantido, se vem recusando a treinar e jogar pelo clube com que (ainda) tem contrato.
posted by Neptuno on 5:06 da tarde
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TEM DE SER BOM:Zen and the Art of Motocycle, de Robert Pirsig, indivíduo que Steiner comparou a Bergson e a Proust, segundo diz ( não sei se é verdade) Julian Baggini. Foi publicado em 1974 depois de ter sido recusado por 121 editoras. Depois digo qualquer coisa.
posted by FNV on 5:06 da tarde
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E POR QUE MOTIVO OS GAJOS DA METEOROLOGIA NÃO AVISARAM, HEIM? A neve fez cancelar as acções de campanha de Mário Soares em Bragança stop mas o povo tal como no tempo da ditadura não se deixa enganar stop ou neva para todos ou não neva para nenhum stop.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.