BABYLON: Hoje é dia (noite) de Zeca Baleiro no CCB. Pet Shop relatório mais tarde neste blog.
posted by Neptuno on 6:04 da tarde
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FIGURA PÚBLICA, VIDA PRIVADA?: A propósito do juíz Teixeira que, por manifesta infelicidade, viu cair-lhe no colo o nauseabundo processo Pia. Não ganhando mais por esse facto (a não ser mais chatices e "fucking responsabilidade mediática") converteu-se automaticamente em figura pública, vendo a sua anterior vida completamente espiolhada nas televisões e jornais - desde a t-shirt, à mota, passando pelo ginásio, o divórcio, a criança, etc. Digo "anterior vida" porque trata-se de uma vida que o juíz Teixeira não voltará a ter nos tempos mais próximos, tal a devassa a que foi sujeito. Mesmo que recupere alguns hábitos, dificilmente recuperará os locais e as pessoas. Um tranquilo funcionário de um orgão de soberania que, pelo mero e discreto cumprimento do dever (bem ou mal é outra questão) assiste impotente à destruição da sua vida privada.
Lamentavelmente, a sua vida futura não se afigura mais desanuviada: a TVI já andou por Torres Vedras a interrogar a população sobre seu novo e polémico (antes de o ser ou mesmo sem saber) juíz...
Será que vale tudo? Será que, a exemplo da cena política, vamos passar a ter problemas em atrair gente séria para a magistratura perante um cenário com estes contornos (cidadão indefeso versus voragem dos media)? E será exigível a alguém o total sacrifício da sua vida privada?
posted by Neptuno on 12:58 da tarde
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TELEGRAMA: Confirmo retoma navegacao inicio proxima semana STOP Assim que encontre teclado que escreva acentos STOP Saudacoes maritimas e imperiais STOP
U.R.S. ...I (UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DO IRAQUE): Mais uma vez, na sua crónica de hoje no Público, Fernando Rosas (púrpuras, concerteza) despeja o seu fel sobre os imperialistas americanos, num discurso carregado de pérolas sintomáticas da sua indisfarçada saudade dos bons velhos tempos da Cortina de Ferro. Desde o curioso alerta para o risco de se cair "...na demagogia ou mistificação." (!?!?!?) ao "...país selvaticamente destruído pelos bombardeamentos dos invasores...", passando pela "...condenação e resistência universal à ocupação anglo-americana..." e culminando no panfletário "...que o Governo de direita faça das forças de polícia portuguesa uma tropa de opressão e repressão do povo iraquiano para servir os interesses imperiais...", etc.
Já não há pachorra para recordar o que era o Iraque sob a égide de Saddam. No entanto, algumas pessoas - ainda que, aparentemente, condenando o regime de Saddam - habituaram-se a acreditar e a aceitar certos desmandos sanguinários sobre populações inteiras, por parte de determinados regimes e respectivas nomenclaturas, desde que sob a respeitável (?) capa de um ideal colectivo que, por ignorância dos felizes contemplados, carecia de ser imposto pelas armas.
Mesmo em Portugal, viveu-se pior nos primeiros anos de democracia do que nos anos finais da ditadura. No caso presente, os EUA são condenados por não proporcionarem estabilidade e qualidade de vida instantâneas a um povo que libertaram da tirania. Shame on you!
Sejamos então radicais: estando o Iraque numa situação tão caótica, impõe-se a retirada imediata dos invasores anglo-americanos, abrindo caminho para uma Frente de Reconstrução do Iraque liderada por F. Rosas, libertando aquela sociedade do garrote imperialista dos EUA e encaminhando-a para uma U.R.S.I. com a ajuda do povo irmão da Coreia do Norte.
posted by Neptuno on 4:36 da tarde
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GLOBALIZAÇÃO: O nosso intrépido Comandante NMP seguiu hoje para os EUA de onde, a partir da próxima semana, voltará a assumir o leme desta embarcação. "Godspeed" para ele em Washington, capital do império. Entretanto, tal como o nosso PC - num registo montanhoso - o nosso FNV estará a banhos até Segunda-Feira. E la nave va...
posted by Neptuno on 1:01 da tarde
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VOLTO? Terei de me ausentar do salgado mar por uns dias, não sendo por rudeza que não replicarei a eventuais contra-argumentações. Mas percebo aqui e ali, a incomodidade da coisa. Refiro-me ao debate em que participei, e agradeço a ajuda de JPP no Abrupto (link na coluna da direita), sobre a duplicidade de critérios dos jornalistas quando analisam as extremidades, a esquerda e a direita. Não há grande vontade em discutir, de facto. Um setting teórico-experimental clássico em psicologia social ( Moscovici & Doise), demonstrou há muito, que um grupo com uma matriz comum de valores pode enredar-se em debates intensos; Mas o que acontece normalmente é que o acordo a que se chega apenas reforça a posição inicial. Por exemplo, um grupo de anti-tabagistas pode discutir em tornos de aspectos laterais (ilhas de fumadores), mas acaba por se reforçar quanto ao consenso inicial (abaixo o tabaco).
Assim, as jovens e os jovens jornalistas de hoje, sobretudo os/as da imprensa de referência, fecham o círculo. O seu sistema de crenças ( o mundo justo, ideal, a sociedade transparente, fundada exactamente no papel dos media, de K.O.Appel), permite-lhes compreender o mal, objectivamente. O mal que nega as ex-subculturas, a diferença, que promove a exclusão: por isso se atiram aos desvarios fascistoides. Mas o mesmo sistema de crenças, porque obrigatóriamente irracional, impede-os de ver o outro lado. O lado sombrio, metálico, que, propondo-lhes, a eles, aos crentes, o mundo que também eles desejam, utiliza as mesmas armas que eles deploram.
A duplicidade surge da água: os do meu mundo, podem exagerar aqui, perverter acoli, mas são o meu mundo, a minha referência. Nestes jovens, a crença reforça-se tanto quanto fraqueja a razão: ignoram (?) que odiar ou matar em nome de uma crença, é exactamente a mesma coisa que odiar ou matar.
ENTÃO E NÓS?: Alguns blogues lusos queixam-se que o Grupo de Amigos de Olivença os bombardearam com mensagens. Chegam a compará-los a um qualquer vírus informático. Ora eu pergunto, então e nós, perigosos direitistas ? Não merecemos nem um mailezito para podermos exercitar um pouco do nosso anti-castelhanismo primário e congénito ? Também somos gente... e estamos sempre prontos para um pique-nique...
posted by NMP on 1:53 da manhã
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A PALAVRA A UM GÉNIO: O J.P. Simões é nada menos que um génio. Jornalista cultural de nível e poeta com alma, é mais conhecido das massas por ser o vocalista, letrista, ideólogo e a imagem dos Belle Chase Hotel, que foram a melhor coisa que a cena musical portuguesa produziu nos últimos anos. Muitos, nos quais eu me incluo, suspiram pelo dia em que publicarão o terceiro álbum para sacudir o marasmo que são as edições das novas bandas portuguesas.
O J.P. Simões faz o favor de ser meu amigo há muitos anos. Suspeito (sempre suspeitei) que ele é de esquerda. Mas como acontece com todas as coisas verdadeiramente importantes na vida, isso nunca foi relevante para nós nem para a nossa amizade.
Por motivos meus, tenho andado virado para a poesia e para os meus amigos nos últimos tempos. Pelo que resolvi editar aqui um poema que ele publicou em Fevereiro na revista Egoísta. É um desiludido manifesto de amor a Portugal e uma genial denúncia da irresponsável despreocupação dos portugueses com a sua pequenez e o seu futuro, que só poderia brotar do seu espírito anarca e iconoclasta. Enfim, um momento subversivo no Mar Salgado. A palavra a um génio.
Pa larvas
Pára, pá
Pára, põe-te em pé
E desentope-te pá,
Desampara-te
Aprimora-te e desempenha-te pá
Em pânico, pois: estás à pinha, pá
Poluído, pasmacento, pleonástico
Fazes piruetas patéticas para quem passa pá
E as pombas perseguem-te com poias implacáveis
Por mais que procures poções piramidais
para os pessoalíssimos problemas
Perdes-te na palha:
E pedes apoio
Pões pinta de pobrezinho
E dás a pata pá
Dá a pata pá
Que eu passo-a a pente
com ponta de picos
Para depois te pedir perdão
Tenho tanta pena pá
Vai prescrutar a patagónia pá
Por aqui não se passa nada
Só passas tu:
Apimentado, pleno de papas e pomposo,
presa preguiçosa da piranha papal
Pobre pinóquio pedante
O teu prazer perdeu o pulso
Sapato polido sem pé
Pisa-te pá
Apunhala-te
Emporcalha-te
E põe-te a pau
Porque a paciência já é pouca
para pedir provas
A um povo tão perdido.
E podes bem pedir-me para parar
Porque é perigosa a publicidade para o país:
Mas não precisas de mim para parecer parvo
Eu só ponho no papel
A palavra que passa
Nos parques e esplanadas
Que pontua os patuás
Das pessoas porreiras
A palavra proibida
O poente, o pretérito
O pomposo passado
O património impraticável
O tempo que passa pá
Já passou pá, já passou
Pensa neste particular perfume
Esta pretensão a ser perfeito
Esta paranóia de parecer um príncipe
Entre os pilares apopléticos
E os profundos pinhais
E as pequenas propriedades privadas
A plenos portões
Para grandes patrões
E esposas mal podadas
E filhos poltrões
Que já se parecem com nada
Mimados de papillons.
Por aqui e por ali
No pequeno pátio
Tudo pronto
para apodrecer
Mas bem polido
País que os
pequenitos
Nunca pediram
Que parte o coração
A quem aproxima o pensamento
Por ser mais prático
Padecer de parkinson
Complacentemente
Não é nada pontual
As pessoas pensarem
Em partir daqui
para outras paragens
Outras expectativas:
E não te perguntas
Porque há tantos poetas cá?
Já partiram pá:
Vivem noutros planetas
Em prédios ao lado
Em pesadas penas
Ou em penugens de pássaros
Passaram a ponte
da possibilidade
Porque aqui só há
possibilidades pá
E muito pouco para partilhar
Tirando a patetice do pontapé na bola
E uma panóplia de produtos pindéricos
Que pesam a quem procura pousar
O pequeno coração no pavimento
Mas bendito sejas entre os povos do planeta
País precoce que pressentiu desde o princípio
Que a vida não pára de partir a porcelana:
E, então, porque não importá-la
E possuir apenas a aparência opulenta
A prosa do que é profundo
E não o fundo pardo do futuro que apoquenta.
J.P. Simões, Pa larvas
posted by NMP on 1:32 da manhã
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O DEBATE CONTINUA: O grande André Soares vai receber o título de lobo do mar honorário pela sua capacidade em manter vivo um excelente debate:
O debate em torno da cidadania vai-se alargando na blogosfera (nunca tinha escrito esta palavra) com contributos vários. Motivado, em primeira instância, pelo post “Cidadania”, do Neptuno, penso que vai beber do que também por ele ficou escrito nos postes “Política e Responsabilidade” e, uma vez que é referida a questão, nos meus textos relativos ao voto em branco, que me mereceram aliás, por simpatia e/ou ironia do NMP, o epíteto de apóstolo.
Este tema (cidadania) interessa-me. Não, não faço um discurso anti-política ou anti-políticos. Não é, também, um discurso niilista. Trata-se de tentar perceber como é que alguém (como eu) que gosta de política e que acredita que, através da política, se podem resolver alguns problemas comuns de um povo, pode participar politicamente na vida de um País estando fora dos partidos, destes partidos, do “aparelho”…
Desde logo, sei que se faz “política” na condução da nossa vida pessoal e profissional. É através da afirmação e prática da “ética” nas relações interpessoais que se ganha legitimidade para exigir que todos os outros procedam para connosco do mesmo modo. E “todos” inclui, obviamente, as pessoas colectivas (entre outros, partidos, associações, fundações, cooperativas, empresas e, maxime, Estado).
Vamos agora aos partidos, que acabam por assumir a condução da máquina Estado e são, por isso, peça fulcral: os dirigentes partidários são sucessivamente referendados pelas “bases” até atingirem cargos de responsabilidade. E estas bases não são necessariamente melhores (mais informadas) do que o cidadão que está fora dos partidos. Alguns há que, como já escrevi, "pertencem" ao PS ou ao PSD como são do Sporting, do Benfica ou do Porto. São e pronto. Ponto. E assim o “são”, também, de determinadas “facções” ou “sensibilidades”. E no fim, apresentam a factura…
A questão mais urgente é, parece-me, a reforma do sistema eleitoral. Permitir que grupos de cidadãos sejam candidatos. Permitir que quem não pertence à nomenclatura, quem tem ideias para debater mas rejeita demagogias e populismos, possa apresentar as suas ideias sem passar por plebiscitos de “bases”.
Porque há um “povo” partidário e, muitas vezes, faccioso, que rumina nas esquinas das sedes as melhores formas de “assalto ao poder” e há “outro povo” que gosta de ideias e reconhece-as quando as encontra, porque não permitir que essas ideias sejam directamente sufragadas? Porquê a obrigatoriedade de “passar” pelos partidos? Quem tem medo dos círculos uninominais? - Todos os partidos que existem em Portugal, diria…
Quando se diz que uma maioria absoluta do voto em branco permite leituras que lhe retiram o sentido de rejeição das actuais organizações partidárias, obrigando a uma reformulação do “sistema”, está-se a estender a mão aos demagogos. O voto em branco é o que é: uma rejeição de todas as propostas que se apresentam – não escolho A nem B, porque não acredito em nenhum deles. É isto que quer dizer o voto em branco. É diferente da abstenção. Não é a mesma coisa nem tem a mesma leitura.
Será uma boa maneira de obrigar à reforma do sistema eleitoral? Não sei. Apóstolo, não (falta-me o carácter militante e dogmático). Ingénuo, talvez. Mas é preciso fazer alguma coisa. Críticas destrutivas abundarão, certamente. Sugestões alternativas para a reforma dos partidos e da democracia, alguém tem?
PORTUGALETE: Terra basca onde nasceu Julen Guerrerro, pichichi do Athletic Bilbao. Mas também inspiração etimológica do nome da pátria dos jornalistas desportivos portugueses. Ouvem Mourinho, a páginas tantas, dizer-lhes isto:...vocês, que passam a vida a dizer parvoíces.... Julgam que os homens abandonaram a sala, indignados? Não, os portuguelitos de Portugalete, veneram, comem e calam. A adoração que devemos aos vencedores é tão sincera como o respeito que temos pelos fracos e pelos deficientes. Quando Mourinho cair, aparecerão os valentes.
posted by FNV on 10:36 da tarde
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TAMBÉM ESTÁ BEM: O Luis, do Natureza do Mal (link na coluna da direita), entende que o texto do Muro Sem Vergonha sobre o José António Saraiva e o seu editorial no Expresso, é puro debate político e que os meus critérios, quanto à classificação que faço do texto do Muro são preocupantemente exclusórios. Eu afirmei que o referido texto do Muro é um exemplo de intolerância, insulto pessoal, ódio puro e simples, vindo, não do Front Nacional mas de um blogue da esquerda solidária e tolerante.
Fico assim a saber que é puro debate político começar por dizer numa primeira frase de uma suposta discussão de ideias, que o homem é obtuso, passando depois a classificá-lo como geronte, míope e coitadinho. E terminando assim:
São coisas como estas que dão força ás sinistras teorias eugénicas que pretendem acabar com os idiotas antes que eles tenham tempo de contaminar a sociedade. Pois, Luis, postas as coisas assim, os meus critérios são de facto de uma preocupante exclusão, mas para mim. Sabendo-se que o frio mata os vírus, quando irei eu para a Sibéria?
posted by FNV on 4:28 da tarde
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JÁ TODOS repararam, concerteza, menos eu. Se a blogosfera cunhou centenas de cidadãos como analistas e colunistas, mais ou menos especializados, os blogues, como se diz por aí, funcionam como uma espécie de jornal de parede. Ora, coisa curiosa, nos jornais impressos, nunca vemos crónicas ou artigos de opinião que comecem por:
devo dizer que o colunista político que mais gosto é...o Sr. Fulano, ou:
tenho a declarar que quando fôr grande quero escrever como o Sr. Sicano, ou ainda,
sempre que posso aprendo com o Sr. Beltrano,
e assim por diante.
Esta originalidade, tal como o anonimato, assaz comum na blogosfera, dá que pensar: se a maioria de nós anda a fazer de opinion-makers, porque carga de água é que não nos comportamos como tal? Vou buscar a Hannah Arendt (1958!) a resposta e já volto:
(...) Assim, o que importa não é que haja falta de admiração pública pela poesia e pela filosofia no mundo moderno, mas que essa admiração não constitua um espaço no qual as coisas são poupadas à destruição pelo tempo. A admiração pública, consumida diáriamente em doses cada vez maiores, é, pelo contrário, tão fútil que a recompensa monetária, uma das coisas mais fúteis que existem, torna-se mais "objectiva" e mais real.(...)
Território novo, comportamo-nos como cachorros. Lambemos, rosnamos, enrabamos, brincamos. Quando crescermos e nos libertarmos das delícias da nossa existência singular, apresentaremos a blogosfera ao cão velho: comeremos, dormiremos e mandaremos o dono à merda.
EMBALA-ME: Uma das vantagens de ser um psicoterapeuta generalista é a de poder contactar com um universo alargado de almas. Se fosse psicanalista, esse universo estaria reduzido aos que podem pagar 4 a 8 sessões mensais, correspondendo isto a uma despesa de cerca de 200-500 euros mensais. O termo psicoterapeuta repugna-me, soa e sabe a aldrabão de feira; Mas como ainda não encontrei outro melhor, por aqui me fico.
Uma das coisas curiosas nesta vida é percebermos a imutabilidade de alguns códigos de comportamento, sem embargo de tantas modificações recentes.O meu consultório tem mais de 39.000 processos, desde o tempo do meu pai, ou seja, desde 1958. Por exemplo, a mulher de trinta anos, que hoje conduz-auto, tem cartão de crédito e vive na Pasteleira, leva exactamente o mesmo número de lambadas do marido, que levaria há trinta anos. Minto: não exactamente o mesmo número, não está em casa o tempo suficiente.
Também o síndrome da sogra não sofreu grandes alterações. Esta patologia é ainda hoje mais comum em meios rurais ou semi-rurais, como dantes, e por razões fáceis de explicar. Uma nora jovem que viva numa cidade tem muito mais possibilidades de ter um emprego razoável, uma rede de amizades e um ambiente de descontracção, do que uma desgraçada que trabalhe no aviário do pai, em Souto de Lafões. Esta, casa-se, e em vez de se endividar com um apartamento com café em baixo, constroi casa com o marido trolha. Enquanto constroi casa, vive na da da sogra três anos ou mais, que é como quem diz, vive entre dois mundos: o que detesta, e o possível, nunca o desejável.
É claro que o mundo mudou, digo eu, a estas mulheres. É claro que está tudo na mesma, dizem-me elas.
posted by FNV on 10:13 da tarde
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CIDADANIA III: Retomo as reflexões sobre este tema, na afortunada companhia dos restantes blogs que, graças a Deus, também se preocupam com este assunto.
Na generalidade dos restantes blogs, a tendência é para chegar a conclusões sobre o que fazer, com especial incidência sobre o acesso dos cidadãos à política activa. Louvo a vertente pró-activa mas, no entanto, parece-me que ainda falta completar o diagnóstico.
Asseguradas necessidades básicas bem como todos os direitos inerentes a um sistema democrático, resumiria as carências de cidadania a dois aspectos interdependentes e essenciais:
1) a participação política; e
2) o funcionamento da justiça.
1) Esta engloba não só a possibilidade de um qualquer cidadão aceder à política activa sem dependência directa do espectro partidário, como também a possibilidade - talvez mais importante - de cada cidadão poder o mais directamente possível responsabilizar politicamente aqueles que elegeu. Cada cidadão poder pedir contas a determinado político por determinada actuação, omissão ou ausência. E poder penalizá-lo com o seu voto sem correr o risco de o ver eleito no sufrágio seguinte, "camuflado" no meio de uma lista partidária (ou administrador decorativo de uma e.p. a ganhar 40 salários mínimos mensais...).
2) Torna-se urgente o bom funcionamento da justiça por várias ordens de razões, entre outras: é preciso que as pessoas possam fazer valer os seus direitos e/ou que sintam a penalização de quem viola a lei; é preciso recuperar um sentido de responsabilidade, individual e social; é preciso que os próprios políticos - que fazem as leis - não sejam "mais iguais que outros" perante a lei; é preciso que os orgãos de comunicação social cumpram a lei, tal como qualquer pessoa colectiva.
Ñão haverá uma vida política boa e saudável enquanto reinar um sentimento de impunidade (passiva ou activa). Se a lei não for aplicada ou se ninguém a cumprir, de nada serve a "boa" política que a originou.
O bom funcionamento da justiça não preclude a necessidade de uma "fiscalização" política dos eleitos. Imagine-se que se conseguia ter uma justiça célere e eficaz, mas que se mantinha um estado de impunidade política.
Uma vez resolvidos estes dois aspectos, um acto político recuperará a importância fundamental que deveria ter: o voto.
posted by Neptuno on 4:31 da manhã
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MARIA ELISA: A propósito do post "Discurso Perigoso", do País Relativo, cumpre-nos referir que em momento algum fizemos referências, directas ou indirectas, argumentativas ou outras, ao estado de saúde de Maria Elisa. Limitámo-nos a comentar mais uma infelizmente típica situação caricatural da política portuguesa, que culmina com um Cristo(vão) aterrado com a possibilidade de ter que assumir o lugar de deputado. Ao reconduzir os nossos comentários sobre esta triste situação a uma vulgar pilhéria sobre a saúde de uma pessoa, parece-nos que se tenta branquear determinado comportamento político.
Cheira-me a demagogia barata, que fez escola com Guterres e que terá em Sócrates (e afins) um brilhante seguidor. Discurso perigoso.
posted by Neptuno on 3:31 da manhã
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MAU MARIA, que é como quem diz, não terei sido claro. Simpáticamente, a Maria José Oliveira, do Glória Fácil (link na coluna respectiva), reagiu a um texto no qual eu registava uma evidência: os jornalistas utilizam dois pesos e duas medidas quando se trata de enquadrar os dislates da extrema esquerda e da extrema direita. Não terei sido claro porque a descrição que fiz não se aplicava, como é evidente, à MJO, na sua Gazeta dos Blogues. Trocar a discussão das ideias pelo violento ataque pessoal, incluindo as características físicas, pelos insultos, pela linguagem de trolha evoluído e quejandos, são apanágio, na blogosfera, de muitos blogues da esquerda radical. Apenas registei a complacência com que são habitualmente brindados.
Não que isso me surpreenda. A MJO já viu alguma vez um filme de produtora pesada ( super-vendas, grandes actores, sabe?) que nos fizesse chorar sobre um dos muitos episódios repulsivos do estalinismo? A MJO já viu alguma série de TV daquelas para a família, sobre as chacinas de Pol-Pot ou de Ceausescu?
No Ocidente, a cultura popular, nunca verdadeiramente assimilou os crimes brutais cometidos em nome da utopia socialista. Esquadrinhou os erros no Vietname, a demência nazi, o folclore assassino do fascismo. E assim, no espírito e no corpo, vai ficando a ideia de que uns são/foram realmente maus, os outros apenas uns desgraçados que se enganaram no caminho.
Mas quero evitar à MJO o embaraço de me responder. Que título daria ela à sua Gazeta dos Blogues, no dia em que escrevesse sobre os blogues da dita esquerda que odeia todo aquele que pensa diferente? Propaganda Esquerdista? Propaganda estalinista?
Qualquer título que usasse soaria a falso. Por estas e por outras, é que a propaganda é um cão: só vem pelo nome.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.