BOB? QUEM É O BOB?: Parabéns a Bob Geldorf, que não só foi galardoado com um prémio da MTV pela sua actividade humanitária, como ainda conseguiu passar uns dias em Lisboa sem ser condecorado pelo Presidente Sampaio. É o que dá pá, digo Bob, isso de andar pelos campos de refugiados em África em vez de andar nos top's.
posted by Neptuno on 11:13 da tarde
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JÁ ESTEVE MELHOR: O Glória Fácil. Por estes dias anda empertigadito, assim estilo mão na anca e canastro à cabeça. Períodos, certamente...
posted by FNV on 10:48 da tarde
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(OUTRA) NOVA MELUSINA: As minhas mulheres são fortes, sempre foram. Gosto delas assim, das que se esquecem dos bébes quando estão na cama mas que não pensam em mais nada um segundo depois. Na rua e na longínqua juventude, assim foi, sempre. Entediam-me as Rapunzeis de cabelos armados, dão-me trabalho as alturas e não tenho por hábito andar com um escadote. Uma mulher forte põe-se de gatas por capricho, manda-te à outra parte por piedade. Comovido, qual Honório observando a cidade pelo seu binóculo, agradeço.
posted by FNV on 10:25 da tarde
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A QUINTA DO MAJOR: A Liga Portuguesa de Futebol Profissional é a única liga europeia que não adoptou como boa a recomendação da FIFA: os jogadores desempregados, em Portugal, estão impedidos de se inscrever (para trabalhar) fora dos períodos oficiais de celebração de contratos de trabalho. Pois, pois, o futebol é um negócio, há que proteger o espectáculo, vivemos numa sociedade aberta, o liberalismo é muito bonito, etc, etc...
posted by FNV on 9:51 da tarde
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OUVIDOS DE MERCADOR: Ana Gomes, no Causa Nossa, publica a carta que enviou aos deputados europeus sobre a situação na Etiópia: 99% de acordo. O ponto percentual que falta, um detalhe, até é injusto, dado que a carta tem Estrasburgo no endereço: os regimes democráticos, mais ou menos vizinhos, também se devem mexer.
posted by FNV on 7:25 da tarde
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A ESPIRAL DA COCA: Quem vende, a preços de finais dos anos 90, por quilo por dólar:
- 200kg de folhas de coca ( ± 1kg de pasta), produtor peruano: 200 USD - pasta, 2º produtor local : 350 USD - base, laboratório primário, colombiano : 500 USD - clorohidrato, exportador colombiano: 2500 USD - importador, Miami: 14.000 USD - revendedor, Nova Iorque, 30.000 USD.
Na rua e na prática, o preço deste quilo ainda sobe mais: os retalhistas, e depois os pequenos traficantes, acrescentam as suas margens de lucro, naturalmente. Por estranho que pareça, quanto mais apertado é o controlo policial da actividade do importador principal, mais caro ele vende, não afectando minimamente, antes pelo contrário, a posição do exportador colombiano. Se repararem bem na espiral de preços, são eles quem apresentam maior margem de lucro e não é por acaso. Na espiral de preços do ópio pasquitanês acontece a mesma coisa. Portugal, Espanha e Holanda são actualmente os "importadores de Miami" na Europa.
(Fonte: Conflicts, Drugs and Mafia Activities, Contribution to the preparatory work for the Hague Peace Conference, UNDOC, March 1999)
CASAMENTOS FELIZES: Parece que o Herman Sic é patrocinado pelo Airwick Freshmatic e que aquela musiquinha do Gomo encontrou o caminho de casa, instalando-se num anúncio de iogurtes light. Pelo andamento deste blogue, devemos estar a receber as propostas de apoio do Vingel, Pepsamar e outros Gelusil.
ZZZZZZZZ: Acabei de ver o "Expresso da meia-noite" na SIC-N, no qual os experientes Nicolau Santos e Ricardo Costa tentaram promover um debate com os mandatários da juventude de quatro dos principais candidatos presidenciais ( faltou a mandatária de Cavaco Silva). Se não tivesse visto, não acreditava.
posted by FNV on 11:54 da tarde
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PULA-PULA: As brincadeiras das crianças lembram-me sempre um mundo de ódio: não há regras, ninguém manda, o riso é fácil, esquecem-se dos pais, arranham-se por um caramelo, os sexos são iguais, o tempo é finito mas elas não sabem. E chove lá fora.
posted by FNV on 8:47 da tarde
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POR ESSE RIO ACIMA: Recentemente, Rui Rio marcou uma conferência de imprensa para anunciar que, de futuro, só dará entrevistas por escrito e com condições previamente definidas (por ele, presumo). Embora se lamente tal comportamento convém ir um pouco a montante e encontrar as razões que, eventualmente, o motivam. Por um lado, temos os media como um poder. Mesmo entre os meios "de referência", directores de meios de comunicação não têm pejo em afirmar que não há grande diferença entre vender sabonetes ou um presidente da república. Outros não se coíbem de se arrogar uma importância política superior à do PR (e exercendo-a a gosto). Outros ainda, fazem primeiras páginas com base em intuições sobre as motivações de personalidades políticas. Aceitando o facto inelutável de que se trata de um poder de facto não sufragado, seria exigível que não fosse um poder "à solta" como hoje acontece. No fundo, sabendo-se que a auto-regulação - à semelhança de todas as corporações deste país - funciona como uma espécie de cosa nostra, e que a justiça pura e simplesmente não funciona, qualquer cidadão e, com maior acuidade, qualquer figura pública está "nas mãos" de tal poder. Assim, talvez se compreenda melhor a atitude de Rio. Considerando-se encurralado e não tendo acesso a um "poder semelhante" para poder contra-atacar, decidiu cavar uma trincheira mais funda.
posted by Neptuno on 6:41 da tarde
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GLOBALIZAÇÃO: Não admira que Màrio Soares seja contra. Estava Soares a ser entrevistado na TVI e estava a maioria da audiência televisisva sintonizada na SIC, na entrevista (!) da colombiana Shakira. Imaginem se fosse americana...
"MAIORIDADE SEXUAL": É o título da coluna de Pedro Lomba, publicada hoje no Diário de Notícias, onde se critica, justamente, a anunciada alteração do Código Penal, de maneira a tornar puníveis os actos sexuais praticados com menores de 18 anos, para cumprir as obrigações decorrentes da Decisão-Quadro 2004/68/JAI. Estou de acordo com o Pedro relativamente ao fundo da questão, como expliquei, há já mais de um ano, em quatro posts consecutivos ("O Complexo de Peter Pan", nesta página). Mas não se deve passar para a opinião pública a ideia de que as ditas alterações são imputáveis a "Bruxelas" e às suas "obsessões reguladoras". Convém não esquecer que a dita Decisão-Quadro foi adoptada por unanimidade (como não poderia deixar de ser) pelo Conselho de Ministros da União e, portanto, os primeiros responsáveis são os Estados Membros que a aprovaram. "Bruxelas" não pode servir de bode expiatório para todas as malfeitorias da União, ao menos enquanto for este o modelo institucional da integração europeia, pois os Estados Membros têm, nestas matérias e nestes procedimentos, uma palavra decisiva. Como escrevi na altura, a Decisão-Quadro é péssima, tanto do ponto de vista técnico como político-criminal, e a sua má qualidade revela-se, paradigmaticamente, na obrigação de incriminar, como pornografia infantil, a divulgação de "imagens realistas de crianças não existentes" (sic). Será necessário um enorme esforço de criatividade jurídica para conseguir transpor a Decisão-Quadro de forma a minimizar os danos, estendendo a racionalidade possível até à fronteira imposta pelo incumprimento das obrigações assumidas. É provável que a Assembleia da República fique muito surpreendida com a necessidade de transpor esta Decisão-Quadro, por não ter sido consultada pelo Governo, no momento da sua aprovação, sobre matérias que são da sua competência reservada (se não foi assim, peço muito humildemente que me corrijam). Enfim, é notável como as autoridades de todos os países reclamam incessantemente da falta de meios e de recursos para controlar o crime, e dos custos económicos que daí advêm - mas não se preocupam nada com a ampliação da lei penal, criando mais crimes, mais cifras negras, mais sentimento de impunidade e, portanto, mais desconfiança na justiça. É incompreensível que os políticos não percebam isto. Não percebem? Percebem.
posted by PC on 3:46 da tarde
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A NOSSA VEZ (III): O insulto é naturalmente imbecil, como tem sido a actuação permanente deste Ministério da Justiça. Estou completamente à vontade para o afirmar porque não faço patrocínio oficioso e portanto a ofensa não me afecta directamente, apenas como parte integrante do círculo de advogados portugueses.
O insulto é estúpido, porque certamente assenta no que sai da cabecinha do Ministro dado que desconheço qualquer estudo que lhe possibilite proferir semelhante afirmação (a não ser que se refira àquele género de "estudos secretos" que o governo socialista apregoa ter, como o das férias judiciais, os da OTA ou do TGV).
O insulto é principalmente enganador, porque quer fazer crer que o apoio judiciário aproveita aos advogados. Ora o apoio judiciário interessa às pessoas que a ele recorrem, por necessidade. Ao diminuir as verbas afectas ao apoio judiciário (e nem me interessa agora perceber como ele o irá fazer), o Ministro não está a afectar os advogados, está a prejudicar a população que precisa desse apoio (as pessoas, mesmo sem apoio judiciário, se tiverem a necessidade de contratar um advogado terão de o fazer. O que o Ministro pretende é que as pessoas com menos recursos não acedam à justiça). Mas como este governo socialista governa numa nuvem de poeira, tentando enganar as pessoas, faz passar a coisa como um ataque aos advogados, esse "grupo de sanguessugas" de quem toda a gente imagina ter pelo menos uma razão de queixa. E a população - cega pela poeira - e a comunicação social - cega não sei porquê - embarcam nesta estupidez e são uma vez mais enroladas pelo governo.
Para finalizar, o que a Ordem dos Advogados devia dizer a este Ministro da Justiça (e assim concluir definitivamente qualquer tipo de diálogo com ele) era para ele acabar de vez com o apoio judiciário, assumir isso perante o país e deixar-se de tretas. É que a nós não nos enrola nem dependemos dele.
posted by VLX on 12:56 da tarde
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A NOSSA VEZ (II)! O insulto apenas interessa para uma vez mais demonstrar que este governo (e, em particular, este Ministro) não sabe governar de outra forma que não seja ofendendo as pessoas e acicatando pequenos ódios entre os grupos ou classes, hostilizando a população contra cada um deles, à vez. Ora é contra os médicos, ora é contra os juízes, ou contra os militares, os enfermeiros, os professores do secundário, os farmacêuticos, os funcionários públicos em geral, enfim...
Só falta disparar contra os jornalistas (a primeira tentativa foi rechaçada por dois editoriais de José Manuel Fernandes, no Público, e o governo guardou cautelosamente a caçadeira), os professores universitários (lá chegará a sua vez de serem insultados como preguiçosos e obrigados a permanecer nos seus gabinetes universitários, ficando assim impedidos de permanentemente se passearem em comentários pelas televisões, jornais e blogues) e os deputados à AR (estes devem ficar para último, alimentados até ao fim com as migalhas que sobrarem do bolo). (cont.)
posted by VLX on 12:54 da tarde
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A NOSSA VEZ! Chegou a nossa vez, estava a ver que não. O Ministro da Justiça já tinha insultado os magistrados judiciais, os do Ministério Público e, quanto aos advogados, nada! Uma ferroada aqui, um latido acolá, mas morder com força que se visse, a fazer sangue, nada!
Para colmatar essa falha, esse provável esquecimento, veio agora o Ministro da Justiça acusar os advogados de não fazerem, relativamente aos que se socorriam do apoio judiciário, uma defesa "decente". A TSF, que parece continuar a pagar-se em suaves prestações, traduziu carinhosamente para uma defesa "de qualidade" mas o que o Ministro disse efectivamente foi que os advogados não faziam uma defesa "decente".
O insulto preocupa-me pouco pois era o que mais faltava eu admitir ser avaliado por alguém que da justiça parece ter a insólita ideia de que a mesma se obtém com conversinhas de pé de orelha nos gabinetes dos juízes (ou provavelmente com telefonemas diversos, na linha do que se passou há tempos quando um deputado foi detido). Admitisse eu conselhos de pessoas deste tipo e qualquer dia estaria certamente a colocar a hipótese de ofertar aos magistrados belíssimas cabecinhas de equídeos para ornamentar as cabeceiras dos seus leitos. (cont.)
posted by VLX on 12:50 da tarde
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O SOM E A FÚRIA: Os jovens ( designação tenebrosa) são sempre a guarda-avançada da guerra civil tardo-moderna. Estes jovens são islamizados, mas por enquanto ainda não escutam as palavras do dono da oração, o muezzin ( ou mu'adhdhin). Seja como for, disponibilizam a força, o tempo, e a principal das armas: nada terem a perder. Isto é particularmente aterrorizador porque os esforços de supressão da violência assentam, na cultura ocidental, num pilar básico d/d: digerir a raiva, dirigir a energia para a construção de coisas que se tornam demasiado preciosas para serem destruídas apenas porque nos apetece. Assim se faz , assim se pensa.
posted by FNV on 11:50 da manhã
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LA NOSTALGIE DE LA BOUE: Não é nada de especialmente novo na alta cultura imaginada ( sim, porque a outra, a real, jaz e arrefece); Los Angeles, Durban e Carpenter, já passaram por isto. Existe talvez, nesta mescla de imigrantes com segundas gerações que incendeiam carros a compasso de sms, uma apreciável franqueza, essa sim nova: não pretendem mudar nada, não pretendem fazer nenhuma revolução. Os que os podiam cavalgar - a esquerda radical, os nostálgicos de 68 - não o querem fazer, por medo de ficarem conotados com os meninos maus. Os que podiam fazê-lo - os novos imazighen - estão longe, por enquanto a sul de Melilla. Ainda assim, muito esforço será feito no sentido de representar a classe. Mesmo em França há ainda quem prefira os velhos dispositivos marxistas às teorias de Bourdieu sobre o campo social. Vai tentar fazer-se coincidir a classe construída - "jovens muçulmanos desesperados" - com "a classe real", que verdadeiramente ninguém sabe qual é. Pelo meio, a rapaziada que tira férias para ir apedrejar a polícia nas reuniões do G-8 perdeu o charme: parecem uns meninos de coro ( que é o que sempre foram).
GENERALIZAÇÕES: O British Museum exibe até Janeiro a exposição The Forgotten Empire: the World of Ancient Persia. Um jornalista do Guardian, Jonathan Jonas, foi até lá e escreveu que a coisa, o império Persa, era o "império do Mal". Parece que tresleu Heródoto e alguns orientalistas menores; vai daí, o Dr. Aman Moghaddam resolveu publicar ontem um longo artigo no Persian Journal, no qual desmonta as teses imbecis do jornalista inglês. O problema é que embalado na resposta, o Dr. Aman acaba por fazer uma generalização laudatória do império: "desconheciam a maldade e a injustiça". Um império é grande demais para desconhecer o que quer que seja, Dr. Aman.
posted by FNV on 5:42 da tarde
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LUSOCOCA: Algumas notas, como prometido, sobre o novo papel de Portugal no tráfico mundial de cocaína: Até meados dos anos 90, não encontravamos referências sólidas a Portugal como porta grande da entrada europeia de cocaína; hoje é um facto, como foi admitido pela PJ esta semana. O problema é complexo e liga-se à diversificação de mercado das redes colombianas, tanto quanto á alteração dos perfis toxicofílicos: a heroína regista, na Europa, uma queda acentuada do consumo desde há sensivelmente dez anos para cá. Já em textos anteriores expliquei que Portugal representa para os narcotraficantes de cocaína uma estação de serviço apetecida: a óbvia condição geográfica e sobretudo o baixo custo do preço da mão de obra ( corrupção e operacionais sobretudo). Mas a coisa não é de agora. Em 2000, um estudo publicado pelo Home Office registava que os serviços alfândegários britânicos consideravam quatro portas de entrada europeia de cocaína em Inglaterra: Espanha, Bélgica , Holanda e Portugal. Também já em 2000, Michael Vigil, da DEA, num dossiê publicado no Puerto Rico Herald de 3 de Agosto desse ano, informava que dois navios interceptados pela divisão caribenha da DEA transportavam um total de 5,5 toneladas de cocaína. A droga pertencia a organizações colombianas que trabalhavam com Espanha e Portugal, segundo Vigil. Por fim, mais interessante e envolvendo um aspecto que também já aqui abordei, a ligação portuguesa e espanhola via África Ocidental. Em Novembro deste ano, Abdoulaye Niang, patrão da secção anti-droga da polícia senegalesa assinalava a nova tendência do fluxo. Da cooperação entre traficantes brasileiros e colmbianos, a cocaína começou a ser enviada para diversas zonas da África Ocidental, incluindo Dakar. Daqui, a que tem como destino Portugal, segue via Cabo Verde para os seus pontos de chegada e daí para o resto da Europa. Outras encomendas de cocaína têm chegado até Espanha através de antigas redes marroquinas de traficantes de haxixe, facto que também é muito interessante do ponto de vista da dinâmica do narcotráfico.
(continua)
posted by FNV on 12:10 da tarde
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O RAPAZ DO TAMBOR: Não toca mal, mas tem as baquetas curtitas.
POLÍTICOS PROFISSIONAIS: Mário Soares tenta à força trazer Cavaco para a arena, para discutir o seu pudor em assumir-se como político profissional. MS tem dois objectivos: por um lado, tentar discutir de igual para igual com CS, tentando desse modo reduzir a desvantagem anunciada pelas sondagens; por outro lado, tenta "partilhar" com CS o opróbio que a população dispensa aos políticos de carreira, com os quais CS não se deseja confundir. A política, dependendo da forma como é exercida (tal como qualquer outra actividade), é uma actividade nobre e respeitável. No entanto, os exemplos a que temos assistido nos últimos anos levaram ao facto objectivo da classe política ser hoje completamente execrada pela maioria da população. Compreende-se que MS não queira ser diluído nessa imagem tão negativa (pelo menos sozinho), em que o justo paga pelo pecador. No entanto, também se compreende a posição de CS. Entrou na política devido a ter uma carreira fora dela e à competência que aí lhe era reconhecida. Não deseja ser confundido com aqueles que passaram a ter uma carreira devido a terem estado na política. No fundo, não existe propriamente um desacordo. Ambos são políticos. Mas CS não quer ser confundido com um político de carreira, afirmando-o sem se preocupar com o sentido pejorativo associado a essa designação e sem se preocupar com o facto de não fazer quaisquer distinções entre esse grupo. MS teria duas opções: tentar promover a distinção entre políticos de carreira bons e maus ou então, tal como tem feito, tenta anular a desvantagem puxando Cavaco para o grupo dos políticos em geral, não deixando que ele apareça como imaculado aos olhos do eleitorado. No estado em que as coisas estão, penso que Soares só tem a perder com o debate deste tema.
SEM DESCANSO: O Cemitério do Araçá, à Av. Doutor Arnaldo, recebe os mortos das famílias ricas de S. Paulo em jazigos belíssimos. Os muros são encimados por rolos de arame farpado e vedação eléctrica, prolongando-lhes na morte o modo como viveram.
PROXIMIDADE E MÃO AMIGA. "Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê. Aqui, já está a acontecer.
SULLA CORDA: Furibundos com Adriaanse, alguns jornalistas italianos e muitos adeptos do Inter: chegaram a julgar que era hoje que despachavam Mancini...
posted by FNV on 10:26 da tarde
#BOA SORTE: É defeito do meu Mac, ou no sítio do IDT ( Instituto da Droga e da Toxicodependência), as entradas relativas à estrutura e ao diagrama organizacional não estão disponíveis? Se de facto não estiverem disponíveis, isto significa que o Dr.Goulão ainda está a escolher a equipa, embora de modo algo lento. A próxima será provavelmente melhor do que a penúltima; será também inevitavelmente melhor do que a última, o que não é difícil: difícil (mas não impossível) era encontrar nela alguém que alguma vez tivesse trabalhado ou estudado assuntos drug-related.
posted by FNV on 6:27 da tarde
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BITAITE: Os treinadores campeões da liga portuguesa deste século foram todos diferentes ( Mourinho super-egóico valeu por dois ) mas exibiram uma característica comum: não fumavam. Eis a razão pela qual Jesualdo Ferreira não vai ser campeão.
UMA COISA É DIZER, OUTRA É FAZER: Não está entre os três melhores ataques da prova, não tem um goleador entre os cinco melhores, e nos últimos três desafios da Liga marcou um (1) golo. É o FCP de Adriaanse, "a máquina de futebol de ataque".
posted by FNV on 12:14 da tarde
#FAZER O LUTO DOS VIVOS: Helvia teve de o fazer, pelo filho Séneca, depois de ter suportado perdas brutais. Mas amanhã, os cemitérios, as repartições oficiais da coisa, não estarão em greve pelos vivos; crisântemos e fotografias, lenços e preto, almoços combinados há muito, palavras sempre certas porque sempre repetidas. Os velhos gostavam destes rituais, os mais novos já só enviam sms para o Além. O luto pelos vivos é o mais livre do calendário, sabia-o bem a pobre Helvia. Todos os dias é feito, confesso que sobretudo num sorriso que se abre para mim: amanhã estarás cá?
posted by FNV on 11:26 da manhã
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INEVITÁVEL Já aqui o tinha sublinhado há um par de meses: Portugal é hoje um dos principais lugares de trânsito do tráfico mundial de cocaína. O director da DCITE da PJ confirma-o ao Público, na edição de hoje. Mas a questão é: porquê? Tentarei responder, ainda que mitigadamente, em textos posteriores.
A REALIDADE É MUITO ABORRECIDA, NÃO É? Continuo à espera que o "meu" jornal, o Público, sempre tão atento "ao problema do médio-oriente" através das suas empenhadíssimas enviadas especiais, faça um dossiê sobre a invectiva do presidente iraniano. É o menos que se pode esperar, já que capa não houve.
posted by FNV on 7:51 da tarde
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O GENERAL MODELO: Arquíloco* de Paros não gosta de um general alto, orgulhoso com os anéis do seu cabelo. Prefere um que seja pequeno e de pernas tortas, que mexa os pés com firmeza, e cheio de coragem. Há algum disponível?
* traduzido pela inevitável Maria Helena Rocha Pereira.
posted by FNV on 7:27 da tarde
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FIGURA DE URSO: Um país não pode dar-se ao luxo de dispensar os filósofos, sobretudo se esse país é a China, com uma tradição central multimilenar que abraça desde os Cinco Clássicos aos Lunyu. O protesto foi feito sob a forma de anedota, por Wang Shuhai, no China Daily da passada sexta-feira. Um filósofo desesperado por não encontrar emprego, aceitou ir trabalhar para um jardim-zoológico, onde teve de se vestir de urso para animar o público. Acontece que um dia, indavertidamente, acabou dentro da jaula dos ursos, e para seu horror vê dirigir-se-lhe um enorme urso; já tinha fechado os olhos, quando o suposto urso tira o capuz e um homem diz-lhe: "não tenha medo, também sou filósofo".
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.