posted by FNV on 6:23 da tarde
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A REVOLUÇÃO ALÁ 2.0:
Agora na Argélia. Muito interessante esta revolução: a Síria, a Líbia e o Irão continuam sossegados. Recordar o conselho de Marenches: o mapa, ver sempre o mapa.
posted by FNV on 12:18 da tarde
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COZINHA (III):
A Joana, a minha muito cara Joana, tem razão. O tipo é o anti-bacalhau. O bacalhau é um assunto com o qual não brinco. Como a mão me está a voltar, sejamos sérios: O reco do mar. As caras e as choras, para a canja. As línguas, e as bochechas, guisadas com poejos e chouriço ou avinhadas dois dias em alho e louro: as panadas linguarudas não se calam quando se picam no azeite infernento. E os pratos que se deixaram de fazer? À Conde da Guarda, o albardado ( dois bacalhaus médios inteiros a entalar camarão da costa), o autêntico à Gomes de Sá ( no forno e não no tacho). A Bé, no Carrossel ( Cova-Gala, Figueira da Foz), ainda manda para a mesa a superlativa dobrada à Figueira Antiga: só para homens (e mulheres clássicas). Os bolinhos de bacalhau ( amassem-nos no sovacos), claro ( fica para outro número). Da minha infância, o bacalhau podre, hoje no index dos nutricionistas. Sugiro uma variação ligeira. Postas do meio, do verdadeiro, demolhado 24 horas em sítio frio, desfeitas em lascas. Fervam o leite e desliguem o lume. Nem um seca-adegas ferve bacalhau. Este passo é fundamental. O leite amolece o peixe e prepara-o para o que falta. Mergulhem as ditas. Tirem-nas e deixem-nas brincar com alho fatiado, pimenta ( pouca...), salsa do vaso e limão. Depois é passar por farinha e acamá-las na frigideira de azeite. Acompanha um carolino pilantra, vermelho de tomate e interrogado por coentros. Um tinto novo, castelão, sem madeira e o Benfica até pode empatar com o Guimarães quero lá saber importa-me lá bem.
"Attorney Mamdouh Nakhla, Head of Al-Kalema Human Rights Center, wondered if state security is an accomplice or just too cowardly to confront the Islamists in Egypt who carried out the Church massacre. "The crime is local and those who committed it are known, in addition there was a demonstration on the same day using the same rhetoric like al-Qaida. The Al Mujahedeen website threatens to repeat the attack in more churches. The site has addresses of churches and even how to make a bomb. Does security not know about it?"
"Anyone who says that it was a foreign or Israeli plot is trying to play down the crime and is trying to clear those murderers of this massacre, and I consider them their accomplices," said Nakhla.
Nakhla said that he was preparing a complaint to be presented to President Mubarak asking for the resignation of Interior Minister Habib el Adly for failing in his duty of protecting the Copts, and for not telling the truth by saying that it was a suicide attack by one individual, when everyone could see the detonated car, just to clear his security personnel of the responsibility of letting the Skoda park in front of the church. "This 100KG bomb could not have been transported by one individual as the Interior Minister wants us to believe."
posted by FNV on 9:39 da tarde
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VIVA A REVOLUÇÃO:
O exército tem agora o poder. O mesmo exército que sustentou Mubarak durante décadas e que se manteve impávido durante semanas. Está bem.
posted by FNV on 12:43 da tarde
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ORIENTALISMO:
Edward Said dá voltas na tumba. Movimentos políticos manifestam-se no Cairo. A locutora da TSF, fremente de júbilo: " O Egipto exige a saída de Mubarak".
Que não existiam na semana passada, quando se discutiu uma hipotética moção de censura a apresentar pelo PCP.
A base do Bloco - os bobo, os media e a estudantada - não chega para aguentar o barco, porque o mar encapelou. O caderno comestível do Bloco e proxy - LGBT, padralhada, toiros e milhos verdes- também não.
É a ordem natural das coisas
posted by FNV on 4:47 da tarde
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CADERNOS DO MURO (III):
Quanto mais nos afastamos do centro, mais política se torna a atmosfera. Esta descrição -teoria de Benjamin ( a propósito de Marselha em Imagens de Pensamento) ainda é válida?
Tentemos definir três esferas: a central, a periférica e a ausente. A central estabelece a decisão dos aparelhos partidários e das portas corrediças das nomeações para orgãos e empresas do Estado; a periférica respira na administração autárquica e nas estruturas locais dos partidos; a ausente vive nas cidades e agrupa a população pragmática e desinteressada da política ( intelectuais, "jovens" e trabalhadores desiludidos ).
A esfera central não se modificou muito desde a modernização política de finais do século XIX. Não convoca a participação: orienta-a. A periférica (recordemos Pascoaes e a sua amarga definição dos autarcas: ninhadas de bacharéis roedores ) assegura uma dupla função. Por um lado, fornece as tropas paras as stasis partidárias; por outro, regateia a influência local através de rotação de pessoal entre os quadros partidários regionais e a administração local. A ausente divide-se entre os funcionários públicos pragmáticos, que votam em quem os prejudica menos , e os abstencionistas crónicos.
A apneia da participação cívica não se mede, portanto, pela abstenção eleitoral, antes pelo sufoco que o código de representação regido pelos colégios partidários impõe.
É isto mesmo. Não são só os homeopatas e os curandeiros a fazer perninha na aldrabice: os psiquiatras ( e os psicólogos, embora estes tenham um menor poder de nomear) também são muito bons ( ainda há pouco tempo consideravam a homossexualidade uma doença).
Que quem faz isto faz outras coisas. E pensar que foi deste piteiro , e de colaboradores seus que amocham calados, que recebemos lições de ética no caso das escutas de Belém.
Os socialistas congratulam-se por terem conseguido sacar aos portugueses, em Janeiro, mais 350 milhões de euros do que no ano passado. Estranha euforia. Seria muito melhor se tivessem antes poupado 350 milhões.
posted by VLX on 12:22 da tarde
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UNGARETTI, SEMPRE:
A formulação é bizarra, o aborto não é halterofilismo, não se "pratica", mas adiante. Não compreendo a agitação. Os bebés, os pequenos seres humanos, deixaram de ser naturais. O sangue, o laço biológico, a filiação - caminham para a definição pestífera. Ele é milhares de embriões congelados, ele é barrigas de aluguer para casais de homens, ele é filhos de duas mulheres, ele é casalinhos que divorciam quando ela ainda está grávida por causa de divergências insanáveis acerca do modelo de carro a comprar, etc. Os bebés, os pequenos seres humanos, são hoje objectos de afectos. Como um quadro, um caniche ou a camisola autografada do Rui Costa. E é assim. O importante é o amor, o afecto.
posted by FNV on 10:08 da manhã
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MANUAL DE AUTODESTRUIÇÃO ( VIII):
Seja preciso. Avalie bem cada movimento. Pense antes de agir. O sniper e o carrasco também.
Eu iria mais longe: os pais que usassem linguagem sexista deveriam ser obrigados a frequentar laogais ou lagers para aprender maneiras. Se reincidissem, ser-lhes-ia retirada a custódia das crianças. Estas passariam a ser filhas da Nova Comunidade.
posted by FNV on 5:15 da tarde
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CADERNOS DO MURO (II):
Se a representação política for axial para o envolvimento dos cidadãos na vida da sociedade, o sistema actual titula que representação? Já vimos que o percurso se faz numa cápsula que viaja dentro das estruturas e fidelidades partidárias. Uma primeira consequência é óbvia: o compromisso do futuro representante é com as referidas estruturas e fidelidades. É claro que, aparentemente ,o representante se reclama de um direito de representação. Vai a eleições e recolhe votos. O problema é que as eleições e os votos são um excerto na cadeia. Não existindo alternativa, o cidadão transfere para o candidato um mandato de representação sem saber que, no fundo, está a apenas a validar o percurso da tal cápsula que viajou dentro das estruturas e fidelidades partidárias. Os poucos casos que escapam a esta lógica são vistos como excêntricos. Veja-se o exemplo do deputado Vale de Almeida: candidatou-se a um mandato representativo com o único objectivo de contribuir para uma modificação legislativa específica ( o casamento de homossexuais). Isto significa, talvez, que uma possível linha de mudança reside mais na abertura dos partidos a viajantes de outra cápsulas do que no discurso anti-partidário.
Foi a" Liga do dr. Ricardo Costa" que acabou com o Boavista, não foi?
Felizmente que neste caso houve um tribunal sem o "problema técnico" da validade das escutas.
No outro dia, dizia a um amigo que tenho de intervalar o Público com o Correio da Manhã para, em matéria de costumes, não ficar preso à problemática dos palestinianos transexuais.
2) Os mariachis sem bigode ( ver comentário do nosso Prof.Dr. Pedro Caeiro no número anterior desta série) estiveram benzinho excepto na garra, onde estiveram óptimos. O Peixoto voltou ao mesmo. Ainda bem. É que na passada quinta-feira acordei mal: tirei a louça da máquina e ia fazendo a cama ( ainda sacudi uma almofada).
3) O Spórtingue é o farol do país: o Caneira , jogador do sr. Barbosa, passa lá férias e ainda lhe pagam 850.000 euros/ano.
posted by FNV on 11:20 da tarde
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CADERNOS DO MURO (I):
Apesar de tudo, os dois principais partidos não mudam. O percurso contiua o mesmo. O jovem líder da Jota local , depois de licenciado, roda pelos institutos da juventude, empresas municipalizadas, vereações talvez. Vai ganhando barriga enquanto balbucia generalidades, telefona um milhão de vezes e come uma tonelada de carne assada. A página tantas, candidata -se e ganha a concelhia e depois a distrital com um discurso de "mudança". Está feito como importante personagem regional. O percurso referido sobrevive numa mecânica de contactos informais - afinidades pessoais, filiações avulsas - mas também formais: não raro, um membro do partido apadrinha o jovem-velho e triangula influências. Por exemplo, em eleições partidárias, o sénior apoia o sr. A enquanto o júnior se bate pelo sr. B. Isto permite construir um tabuleiro de oportunidades amplo e estável na sua reciprocidade. No final da história, temos alguém que nunca conseguiu nada fora do aparelho partidário, mas que aparece, por volta dos quarenta anos, como um valor seguro . Está pronto para funções executivas , de representação ou, na pior das hipóteses, de relevo nacional no partido.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.