posted by FNV on 12:54 da tarde
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STASIS BENFIQUISTA:
Hoje temos cripto-derby. Aquilo não é um clássico, como qualquer pessoa que não use chanatas entende facilmente. Um clássico pressupõe que pelo menos uma das equipas tenha dimensão mundial. Por exemplo: BenficaxReal, Benficax Juventus, BenficaxAcadémica. Também não é bem um derby, pois sendo verdade que Fóculporto e Sportingue são equipas de vibrante relevo regional, a designação é excessiva. Nem o Diário de Notícias se lembraria de classificar como derby um Coselhasx Adémia ou um SertanensexUnião de Coimbra.
posted by FNV on 10:37 da manhã
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O ESFÉRICO É REDONDO:
Se só este ano é que o Benfica está supostamente verdadeiramente forte, qual a razão para defenderem que nos últimos quinze anos deveriam ter ganho mais do que aquele campeonato que deixámos cair?
Delicio-me com a sondagem do Filipe e sei que aquelas que os partidos dispõem dão diferença entre os dois primeiros igualmente reduzida, muito diferentes das que os jornais publicam. E antecipo com gozo as titubeantes explicações de domingo dos responsáveis pelos erros das publicadas. Como bónus, pode ser que perguntem também a um específico personagem pela derrota da véspera frente ao FCP.
posted by VLX on 10:59 da tarde
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FIM DE FESTA:
As duas coisas mais relevantes da campanha foram:
1) A nobreza de MFL. Nunca mencionou os casos que envolveram Sócrates nos últimos anos. Parafraseando o meu amigo Pedro Caeiro (nos comentários aqui no blogue ao episódio da loira do PSD), Sócrates não teria durado um dia se estivéssemos nos EUA.
Depois de ter enunciado os aspectos gerais do movimento, vejamos algumas categorias específicas. Comecemos pela redefinição da escolha sacrificial do novo cyborg. Durante os anos da construção do mito - das mulheres subalternizadas - o espaço doméstico foi ignorado em favor da apropriação dos mecanismos de poder da esfera pública. As feministas queriam sair de casa e fazer de cada empresa, de cada fábrica, de cada escola uma Estalinegrado político-sexual. A condição masculina podia ter aproveitado para conquistar, no ambiente doméstico, as condições de independência outrora negadas. Não foi isso que aconteceu. Saindo de casa as mulheres deixaram para trás um território queimado. O antigo território familiar , generoso e solidário, é hoje um não-lugar ( tomando a definição a Marc Augé). O homem nem sequer pode tirar vantagem de ter de fazer muitas das tarefas domésticas actuais, pois a casa é hoje um espaço ( daí ser um não-lugar) molecular, fluido e transitório. Oprimido por um corpo de saberes alistados com a supremacia feminina ( as psicologias, o estudos feministas, os discursos de igualdade, as quotas), o homem ocidental é hoje um cyborg ( reconstruído ao sabor das conveniências) sacrificado.
Adenda: a FC invectiva-me a "dizer-lhe na cara" ( é a segunda pessoa este mês depois do José Maria Martins ) não sei o quê. Bem, como "já não me respeita" vou ser breve. Não preciso de explicar nada, já lho tinha dito a propósito deste caso. A FC está sempre bem informada, trabalha no DN e eu explicitamente tenho-me referido ao caso como DN-Contragate. Como também disse ao JMM, não me impressiono com ralhetes.
Adenda 2: FC, de cabeça perdida, volta à carga no seu estilo mal educado e intimidatório ( o link é o mesmo): que não tenho coragem e e que insuno não sei o quê. Fui claríssimo. Como ela costuma ( ou costumava) ler-me, já deve ter reparado que escrevo o que quero e sofro as consequências disso. 100% solitariamente.
posted by FNV on 2:17 da manhã
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CIRCULANDO NA QUADRATURA:
Não é programa que eu costume comentar mas não posso deixar de abrir uma excepção para brincar com o facto de António Costa ter confundido o personagem Simon Templer com um actor, o Chefe de Estado com o Presidente da República, e considerar digno de louvor que um dia um funcionário seu e de sua confiança a viole e prejudique a Câmara Municipal de Lisboa.
posted by VLX on 1:44 da manhã
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QUEM COSPE PARA O AR...:
Leio no jornal que Edite Estrela lançou num discurso qualquer umas quaisquer suspeitas sobre Manuela Ferreira Leite, ainda que irrelevantes. Suponho que deve ser a mesma Edite Estrela que, segundo julgo, foi condenada nos tribunais judiciais portugueses por abuso de poder.
posted by VLX on 1:18 da manhã
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EU NÃO ACREDITO:
Não acredito em sondagens porque elas já demonstraram cabalmente quase nunca acertarem nos resultados.
Mas não acredito também porque me custa muito a crer que os portugueses dêem o seu apoio a personalidade com percurso pessoal e profissional tão trapalhão, onde a cada passo nos deparamos com bizarrias e originalidades mal explicadas, incongruentes, que não se passam com mais ninguém. Porque não acredito que os portugueses sustentem quem anda a prometer o que já prometeu e não cumpriu, quem invariavelmente se desculpa dos seus erros e omissões com a actuação dos anteriores governos, daqui até Salazar, quando o que está em causa é avaliar o seu governo.
Eu não acredito que os portugueses amparem quem lhes rapou as pensões, lhes aumentou os impostos, quem gasta e pretende gastar à larga o dinheiro dos contribuintes e o que o país não tem, quem fecha os serviços, promove o despovoamento do interior, encerra unidades de saúde e acaba com as maternidades, apresentando como único feito o aumento dos partos em ambulâncias na berma das estradas, a permissão do aborto a pedido e pago pelo contribuinte, e a instauração do direito ao repúdio do cônjuge.
Não acredito que os portugueses ofereçam o voto a quem perseguiu os professores, os magistrados, os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, agricultores, polícias, militares, funcionários públicos em geral, empresários independentes, jornalistas independentes, jornais e televisões de que não gostava.
Não acredito que os portugueses se deixem levar pela política espectáculo da oferta nunca muito bem explicada (nem a sua suspensão) de computadores carregados de erros, pelos floreados discursos na inauguração de empresas carregadas de benefícios estatais que se perdem em insolvências rápidas ou pela colocação de primeiras pedras que apodrecem à espera das segundas.
Não acredito que os portugueses protejam quem tanto desprotegeu a economia, o emprego, os serviços, a agricultura e deixa o país de rastos e carregado de dívidas que promete aumentar, bem como os impostos.
Não acredito ainda que os portugueses perdoem quem foi tão arrogante, autoritário, ríspido e desagradável até levar a paulada das Europeias nem que acreditem na súbita e aparente mudança de personalidade do lobo tornado cordeiro.
Eu não acredito que os portugueses aplaudam semelhante personagem. E não acredito em sondagens, apenas nas eleições de domingo.
posted by VLX on 1:07 da manhã
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MEN POWER (I):
A condição masculina está cercada. É um facto. Os novos arranjos político -sexuais impeliram-nos para a periferia dos processos de decisão familiar, conjugal e para-conjugal. Em nome da abolição dos antigos privilégios de classe, o poderio feminino instalou um aparelho dominador cuja extensão é asfixiante. Uma mulher chega a casa às 20.00h e o homem já tem o bebé lavado e alimentado, a mesa posta e o jantar feito. Depois da refeição, enquanto a mulher tagarela ao telemóvel, ou prepara uma aula, o homem arruma a cozinha a deita a criança. Esta escravidão é consentida em nome de uma condição de igualdade, condição essa apenas prometida e nunca cumprida. Como outrora a négritude de Fanon/Césaire , a masculinidade está refém do seu passado e da sua psicologia , nunca do seu género.
Escrevi isto há ano e meio e não retiro uma vírgula. Aconteça o que acontecer, a campanha de MFL mostrou que se pode dispensar o folclore, as promessas baratas, o cálculo manhoso, o culto da imagem e a vassalagem aos jornalistas. Muita coisa ficou por fazer, é certo, sobretudo o transporte desse estilo para o interior do partido. Muita da inquietação - clima terrível, novo PREC, etc- pressentida não sobreviverá a Domingo. Os negócios terão de ser feitos, os acordos idem, os lugares terão de ser distribuídos. Os partidos do poder continuarão a ser geridos por pessoal profissional. Já há muitos à espreita. Como a estupidez é cíclica, daqui a dois anos o actual consenso sobre as vantagens de um governo minoritário será substituído pelo grito lancinante por uma maioria absoluta. A bradipneia impõe-se.
posted by FNV on 11:59 da manhã
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O DN-CONTRAGATE (VI):
Mais leituras outonais. "Managing the Poor Performer", de Valerie e Andrew Stewart, Gower, Aldershot, 1982. Como ensinar alguém a fazer um trabalho para o qual não parece ter as capacidades necessárias. Por estranho que pareça, é possível. "Do ópio e suas preparações pharmaceuticas", Manoel Santos Lima, Tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Agosto de 1868. Embora a colecção já vá sendo de respeito, ainda consegui encontar neste livrinho a menção a uma poção totalmente caída em desuso: o extracto acético de Lalouette, ou vinagre de ópio. Sempre a aprender.
posted by FNV on 9:52 da tarde
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MFL-PM ( XXII):
Não há mal nenhum em querer tratar os outros como idiotas e em desdizer hoje o que se disse ontem. Deve-se é pensar duas vezes antes de, ao mesmo tempo, fazer da probidade uma bandeira. Este tipo de PSD - manhoso e profissional - ainda está convencido que os eleitores são perfeitos idiotas demenciados.
Até há coisa de ano e meio, tudo corria bem a Sócrates. Os episódios da licenciatura - que atingiram laivos de estupidez como, por exemplo, analisar o número de linhas do ponto de inglês - dos palheiros-maisons e da Cova Beira foram todos mediáticos, mas apenas abriram o apetite . O prato principal foi a segunda vida do caso Freeport, também ele 100% jornalístico. Numa segunda fase, o jornal Público e a TVI mantiveram o tom, embora com Sócrates no contra-ataque. O que há de comum em tudo isto é evidente: as dificuldades, exceptuando o caso dos professores, vieram sempre da arena mediática. Não deixa de ser uma picante coincidência que o caso desta campanha - as escutas de Belém - tenha sido todo ele mediático. Um jornal bom, dirigido por João Marcelino - o único aluno que passou no exame do PM - , entala um jornal mau.
Não digam que não dá que pensar.
posted by FNV on 9:13 da tarde
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NARCOLÂNDIA (II):
Qual é a cidade com maior taxa de assassínios per capita ? Juarez, na fronteira mexicana com os EUA. A cidade exibe 130/100.000 habitantes contra apenas 63/100.000 da deadliest city dos EUA, Louisiana. Todo o território que concentre narco-actividade de pequena escala origina graves problemas. Resumindo: imenso dinheiro vivo, rotação contínua de grupos de trabalho, antenas/embaixadas de grandes cartéis sem ligação à zona que tratam como um mero depósito, muitas vezes de cadáveres. Se nos lembrarmos da Guiné Bissau, reparamos que os assassínios são selectivos e puramente instrumentais: a Guiné é um entreposto de narco-actividade de grande escala, como o é o Tadjiquistão e o Uzebequistão Em Portugal tem-se desenvolvido, ao abrigo da curiosidade mediática e sob a indiferença política, um vibrante conjunto de narco-redes. Dir-se-ia que estamos a meio caminho entre Juarez e Bissau, evidentemente (ainda) protegidos por uma organização social superior à de mexicanos e guineenses. Uma coisa é certa: passa nesta altura pelo nosso país uma quantidade extraordinária de droga. Num dos próximos posts veremos detalhes e números, mas antes teremos de estudar outros assuntos.
posted by FNV on 7:26 da tarde
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PEQUENA DÚVIDA:
É óbvio que o assunto não mexe comigo mas, em bom rigor, o que tem Ferreira Leite a ver com disputas entre S. Bento e Belém, escutas ou não?
posted by FNV on 10:42 da manhã
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MFL-PM (XVIII):
É isto que está em jogo dia 27. Os ideólogos da campanha de MFL, que a puseram a denunciar a asfixia democrática do continente numa viagem à Madeira ( repito o que aqui escrevi: uma declaração miserável), não deviam largar o osso. O tom devia ser a justaposição de um projecto realista e contido vs uma máquina de produzir verniz barato.
posted by FNV on 1:25 da manhã
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O DN-CONTRAGATE (V):
MFL fez muito bem em não responder a Soares. Soares fez muito bem em falar. Devia falar mais.
posted by FNV on 1:18 da tarde
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ZANZOTTO, SEMPRE:
E tutte le cose a me intorno colgo precorse nell'esistere.
( Vocativo, 1957)
posted by FNV on 11:16 da manhã
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NARCOLÂNDIA (I):
Regressemos. À divulgação, ao estudo, ao pensamento. Tudo em versão blogue, ligeira, mas melhor do que isto, num país que está a caminho de liderar o retalho europeu do narcotráfico ( quando comecei a trazer estas coisas para aqui, classifiquei Portugal no 3º lugar). Sabem o que é esta lei? Claro. Obama prometeu e cumpriu: por que motivo um utilizador de crack há-de ser mais duramente sancionado do que um utilizador de cocaína? O raw material é excatamente o mesmo. Já basta a lei proibir, era o que mais faltava que depois decidisse em função do estatuto socio-económico do drogado. Seria mais ou menos a mesma coisa que multar em 100€ por excesso de velocidade o condutor de BMW e em 300€ o condutor de um Ford. Esta lei passou porque foi bem pensada, porque se pensou. As políticas de droga não se fazem com atoardas inconsequentes e proclamações de fé.
posted by FNV on 10:06 da manhã
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UM BOCADO FORTE:
Soares chamou irresponsável e fanático a Sócrates. Ontem, o ex-PR foi claro: "Quem confunde a crise de 2003 com a de agora , ou é fanático ou é irresponsável". Confusos? Então revejam o debate no qual Sócrates, com o seu risinho malicioso, diz que em 2003 também havia recessão, mas MFL apostou no TGV.
posted by FNV on 9:04 da manhã
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O DN-CONTRAGATE (III):
O Expresso diz que tem os documentos malditos há muito tempo, mas não quer entrar numa guerra suja de denúncia de fontes anónimas alheias. Guerra suja? O que nos tem sido vendido é diferente: um PR mau e um governo bom, um jornal mau e um jornal bom. Isto faz-me lembrar o campeão da ilusão, Tony Blair : This is not the time for soundbites. I feel the hand of History on my shouder *. Sigamos Orwell - atentos e de pé atrás.
* na assinatura do Northern Ireland Good Friday Agreement, 2002
3) É doido porque inventa perigos, sofre de delírio paranóide, identificação projectiva e pensamento dissociativo; e também porque deixou um assessor inventar coisas ( um cúmplice na psicose). 4) É mau porque resolveu atacar o governo - em plena pré-campanha eleitoral- mandando um assessor soprar coisas a um (péssimo) jornal.
Muito instrutivo. Subitamente, o PR resolve transformar-se numa coisa a meio caminho entre o Joker e um búfalo ferido.
posted by FNV on 7:33 da tarde
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QUEM QUER GANHAR?
O PSD é o único partido político que eu conheço cujos membros se esforçam arduamente para perder eleições caso não vão à bola com a direcção do momento. Nos outros partidos não é assim. Até no PS, Manuel Alegre, que obviamente não tem a mais pequena consideração por Sócrates, sua personalidade e percurso, apareceu em campanha socialista mais ou menos ao lado de Sócrates, apelando ao voto da melhor forma que conseguiu ("entre Manuela Ferreira Leite e Sócrates vote-se Sócrates" – cito de memória).
No PSD nem isso se consegue. Primeiro, desbarataram a onda iniciada por Paulo Rangel. Depois, aqueles que simplesmente não gostam de Ferreira Leite ou então entendem que eles é que deveriam estar no seu lugar (para o qual não se candidataram a tempo, por acharem que não era o tempo certo, ou candidataram-se e perderam) minam-lhe o caminho sem dó nem piedade. Tenho por certo que eles depositam imensa esperança no pregão que Marcelo Rebelo de Sousa inventou e anda a distribuir há umas semanas (o próximo governo é só para dois anos). Pretendem de Ferreira Leite um mau resultado, o país que se lixe com mais dois anos de Sócrates, porventura (ainda mais) manietado pelo Bloco de Esquerda, e, daqui a dois anos, contam aparecer como salvadores. A coisa pode-lhes correr mal (e ao país correrá de certeza) mas é lá com eles.
O que não faz sentido, no meio da barafunda e cenários que os barões do PSD estão lá a cozinhar, é virem dizer que não é importante votar no CDS. É importante votar no CDS, é mesmo muito importante, pois ao menos, e aparentemente ao contrário do PSD, o CDS quer ganhar as eleições e tem feito por isso.
posted by FNV on 3:18 da tarde
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O DN-CONTRAGATE:
Não deixa de ser delicioso, vindo de gente que a propósito de tudo constrói teorias da conspiração, de gente céptica, curiosa e nada ingénua, de gente capaz de acreditar que todas as agências norte-americanas mentiram no 9/11. No DN-Contragatebastou-lhes um comunicado oficial do SIS. Isto é um bom ponto de partida. Da próxima vez que morrer um miúdo numa rusga da polícia, bastará um comunicado do Comando e a malta passará o resto do dia a postar sobre exposições caninas.
posted by FNV on 2:58 da tarde
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CADA VEZ MELHOR:
E cita-se o raciocínio do sempre original Luís Delgado para concluir que fazer um dossiê sobre alguém é um exercício de "vigilância". Este dossiê também é um bocado suspeito com um nome daqueles e tudo.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.