COIMBRA: Intrigado com o post do marujo P.C., fui espreitar o Núcleo Duro (link na coluna da direita). Encontrei velhos defeitos: se Coimbra fosse igual a Portimão, os rapazes não tinham precisado de esforçar tanto. Aqui deixo uma singela contribuição para a antropologia coimbrã:
Este ubérrimo paiol,
antes inacessível,
é agora um bordel popular:
sofre assim a concorrência
de outras tetas
mais pródigas em alfabetos.
(não cuidou de distribuir escarradores,
que é por onde deve começar toda a educação)
Prefere borlas e capelos
bolas brancas
bolas pretas,
mas só tem negros no futebol
e nas cantinas.
Terra de grandes montarias,
as raposas são contudo amblíopes.
Daqui por uns anos,
ainda lá veremos professores,
a trocarem sedentos
uma cátedra,
por uma tábula.
posted by FNV on 2:55 da manhã
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DESCONCERTANTE: O Luis, do Natureza do Mal (link na coluna da direita) diz que o Mar Salgado ganhou porque o Glória Fácil se calou. Que eu saiba, ainda hoje o Glória escreveu, e mesmo que não o tivesse feito, continuava sem perceber o que é que tinhamos ganho.
Depois confunde JPP com o JMF, do Terras do Nunca : foi este último que escreveu ter aprendido conosco o significado de diplopia, e não o Pacheco Pereira.
COIMBRA NÃO TEM NÚCLEO DURO!: No Núcleo Duro rola uma divertida discussão sobre Coimbra. Pelos textos, percebe-se que alguns dos enucleadores passaram por aqui. Grande parte do que lá se escreve é verdade. Só duas pequenas notas para alimentar a conversa:
1) Não sei qual era a Coimbra do DJ Carcaça há 20 anos. Mas lembro-me da minha - e era infinitamente melhor do que a de hoje. E não só por eu ter menos 20 anos.
2) Os enucleadores atribuem a quem vive em Coimbra as características de parolice, presunção, arrogância, hierarquismo da praxe e "provincianismo atavista" (não atávico, mas atavista, isto é, que desenvolve uma acção para ser atávico; o que, do ponto de vista lógico, me parece um contra-senso). Só que, aí, Coimbra deixa de ser um lugar físico para ser um topónimo simbólico. Um estado de espírito. Uma atitude. Coimbra, nesse sentido, está por todo o lado. E encontra-se com muita frequência naqueles que nasceram em cidades ou vilas ainda mais desinteressantes, passaram pela Universidade e finalmente cumpriram o seu sonho de viverem n'A Capital (do País, do Império, dos Negócios e de Tudo). São esses que aparecem por cá uma vez por ano, na Queima, fazem tristes figuras como se tivessem 20 anos e atiram com um ar blasé: "esta merda já não é o que era...", ou (é indiferente para o efeito) "esta merda continua na mesma...". Coimbrinhas de gema.
posted by PC on 8:50 da tarde
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BÁSICO: Berlusconi parece-me um bocado básico, aliás, como o próprio Bush. No entanto, há coisas que são mesmo básicas e evidentes, mesmo pela boca de um básico. Por exemplo: "Depois da queda do Muro de Berlim, a esquerda que tinha sido derrotada pela história deveria ter sido levada a julgamento, pelo menos pela cumplicidade moral com os crimes dos regimes comunistas." E ainda: "...tinham decidido fazer a guerra, ficámos solidários com eles. Nós estamos hoje vivos graças aos EUA e foram os EUA que nos lebertaram do nazismo e do comunismo e que apoiaram o nosso crescimento económico."
posted by Neptuno on 4:41 da tarde
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O HUMOR DO MINISTRO: Bagão Félix parece ser uma pessoa bem humorada e com sentido de humor. Infelizmente para ele, os tempos não têm sido propícios: a contestação à lei do trabalho e o caso Casa Pia não quadram bem com aquele sorriso malandrote.
Porém, no passado fim de semana, o Ministro pôde dar um ar da sua graça, no "debate" do CDS, afirmando que a esquerda só pensa nas pessoas "através dos números", enquanto a política humanista (entenda-se, a direita) "rejeita a ditadura dos números e o primado da quantidade" e só "chega aos números depois de passar pelas pessoas" (Público, 14-09).
Não é crível que Bagão Félix pretendesse insinuar uma propensão esquerdista de Durão Barroso e de Ferreira Leite. Assim, só podia ser uma piada subtil; mas não consta que a plateia a tenha compreendido.
posted by PC on 1:45 da tarde
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AO NOSSO COMANDANTE NMP, ONDE QUER QUE ELE ESTEJA:
Tu amor revolucionario
te conduce a nueva empresa,
donde espera la firmeza
de tu brazo libertario.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia
De tu querida presencia,
Comandante NMP.
Seguiremos adelante
como junto a tí seguimos
y con Neptuno te decimos:
"¡Hasta siempre Comandante!"
Abraços festivos de toda a tripulação
posted by PC on 1:36 da tarde
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TERROR NA AUTO-ESTRADA: Dois amigos viajavam na A1, numa carrinha de caixa aberta emprestada por um vizinho, transportando uma cómoda velha de cem anos - sólido, robusto e belo presente de casamento da avózinha, em trânsito para a sua nova morada. A kilómetros tantos o dito móvel, imbuído de insuspeitada rebeldia, tenta a sua sorte numa curva mais fugidía, escapando a quatro pernas soltas em plena contramão.
Ainda hoje se desconhecem as vítimas de tão insensato episódio. Diz-se que o IEP comodamente queimou a desdita cómoda. Outros dizem que partiu para Cupim. Perfilam-se advogados nas gavetas.
Tudo acabará em bem, de perna cruzada numa sala de estar com fogão de lenha. Acredito piamente.
(...): Depois do post anterior, não me apetece escrever coisa alguma.
posted by PC on 2:16 da tarde
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SUPREMUM VALE: É claro que nos seus efeitos práticos, a forma como nos morre alguém não tem qualquer importância. Perdendo alguém, ou de outra forma, ganhando a ausência de alguém, pouco nos importará se ela nos morreu com cancro ou num acidente de automóvel. Mas certas profissões desenvolvem olhares oblìquos, e contestam as evidências. Ao fim de todos estes anos, julgo que um doente meu que assistiu à morte de quem lhe fazia falta não a vive da mesma forma do que outro que perca inopinadamente, um filho, uma mulher, um pai.
Digamos que estes últimos chegam virgens à perda, e que a sua brutalidade os entontece. Recordo-me de uma doente minha, com quem estive hoje mesmo, que há cinco anos perdeu, num segundo, no IP5, a filha, o genro e o neto. Iam para um casamento e tinham-na visitada nessa mesma manhã fresca e ordinária. A senhora deslizou para anos de recolha e memória com caixa automática.
Muitos outros, que acompanharam os mortos-vivos nas idas aos serviços de oncologia, impressionam-me sempre. Desenvolvem uma resistência que nunca suspeitaram possuir, tratam a morte por tu. As obrigações diárias arrastam-nos numa falsa aceitação, já não se trata de caixa automática, mas de piloto automático. Ainda hoje penso numa mulher Fernanda P., que acompanhei no seu último ano de vida. Tinha 41 anos e duas filhas pequenas. Da última vez que a vi estava perfeitamente consciente do que a esperava. Numa tensão para mim brutal, porque me apetecia estar em todo o lado menos ali, perguntei-lhe como vivia, o que é que ainda lhe dava prazer fazer: respondeu-me que como já não trabalhava, gostava imenso de esperar em casa a filha mais nova e lanchar com ela. Esta mulher condensava o pior de dois mundos: era ela que ia morrendo, mas era ela que fazia o teatro, o lanche, as despedidas. Era ela que assistia à morte de quem lhe fazia falta.
Mesmo sendo um terapeuta tarimbado por ambos os tipos de morte, o meu pai morreu de cancro, era eu ainda novo, um filho morreu-me de repente, já tinha eu passado dos trinta, a Fernanda e outros sentam-me muito quietinho, a um canto branco e limpo.
posted by FNV on 2:11 da manhã
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CONFESSIONS OF A DANGEROUS MIND: Embora não totalmente conseguido, recomenda-se este bom filme de Soderbergh/Clooney e, sobretudo, pelo argumento. Para além de estar na moda elogiar Charlie Kaufman, trata-se da história de um criador/apresentador de programas de televisão (personagem real) que tem uma vida dupla como agente/assassino ao serviço da CIA (fictícia), eliminando pessoas em cidades para onde viaja sob pretexto de acompanhar os premiados dos seus concursos.
Aguardo impacientemente pela versão portuguesa, com o Nicolau Breyner ao serviço do SIS, eliminando as vítimas com piadas mortíferas...
OLHE QUE NÃO, OLHE QUE NÃO: O JMF, do Terras do Nunca, (link na coluna da direita) continua, de forma serena, educada, mas empenhadíssima, a prolongar o debate, que é por certo, interessantíssimo. Recordo ao JMF, que quando o líder de extrema direita holandesa, e provável vencedor das eleições, Pym Fortyun (é assim que se escreve?) foi assassinado, também não se descobriu ódio ideológico no autor do crime. E podia-se. Não é o JMF que diz que as generalizações são perigosas? Espero mais tarde, sem cair em lugares comuns, acrescentar alguma coisa mais ao debate. Até já.
posted by FNV on 11:51 da tarde
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E SE USASSES O TEMPO EM COISAS MAIS ÚTEIS ?: Segundo uma notícia de hoje, Baltazar Garzon abriu um processo contra Bin Laden. Imagino o temor que esta novidade terá inflingido lá para os lados de Tora Bora. Pergunto-me se o desejo de protagonismo mediático não deveria ser, por vezes, um pouco mitigado pelo sentido do rídiculo.
Um pouco mais a sério, este e outros comportamentos deste juíz levantam questões interessantes (que o nosso lobo do mar P.C. certamente ajudará a iluminar). O senhor Garzon teve uma atitude do mesmo género no auge da discussão sobre a Guerra no Iraque: abriu um procedimento qualquer (já ninguém se lembra qual) contra o senhor Bush.
Deve-se fazer um esforço para a dignificação do direito internacional (que é aliás uma realidade evolutiva, com alterações nos organismos internacionais que o aplicam em função da realidade e dos seus sucessos e insucessos). E que, na medida do possível, iniciativas como o Tribunal Penal Internacional devam ser estimuladas. Mas esta evolução não poderá ser efectuada, tolhendo a autonomia de decisão política, nomeadamente nos casos das democracias (que contêm já em si mecanismos de checks and balances internos e no caso americano com 200 anos de história - apenas um pouquito mais que a Espanha, by the way). Nem usar do mesmo critério valorativo para decisões e actos de líderes democraticamente eleitos e controlados, terroristas e ditadores.
A não ser que se diga que estas atitudes são meras proclamações de intenções com o objectivo de alertar e influenciar as opiniões públicas, ou seja, atitudes de claro conteúdo e objectivo político. Se assim fôr, o senhor Garzon faria melhor em demandar acções enquanto cidadão e não enquanto juíz.
Como bem aprendemos em Portugal nos últimos tempos, a politização da justiça e/ou a judicialização da política normalmente dão asneira. Era bom que quem assim pensa à escala nacional (penso ser esta a opinião do nosso P.C.) conseguisse transpôr este raciocínio para a escala global, sem se deixar influenciar pelas suas escolhas ideológicas e pelo seu maior ou menor anti-americanismo.
posted by NMP on 8:06 da tarde
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ACTUALIZADO: Foram efectuadas diversas actualizações na coluna da direita. Novos blogues e mudança de classificações de alguns.
posted by NMP on 6:46 da tarde
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MUITO CERTO: Já tenho recebido correio de pessoas que me dizem, "apesar de você ser de direita até concordo consigo". O que é curioso é que esse labéu não me foi apenso por escrever aqui (vg o caso do lobo do mar P.C.), mas pela natureza específica de alguns posts meus: aqueles chatos escritos em que eu insisto na memória e na denúncia das trevas em que os projectos socialistas-utópicos mergulharam o mundo.
Ou seja, eu nunca aqui teorizei, do ponto de vista da filosofia política, uma posição de direita. Mas, em passo acelerado, e servindo-me do carácter imediatamente identificatório de questões chave, posso fácilmente ser catalogado de esquerda. Vem isto a propósito de ter estado a ouvir o Dr. Louçã, na TSF, a clamar uma vez mais, contra a fuga ao fisco. Tem toda a razão. Como também votaria ao lado dele num referendo que despenalizasse o aborto e a cannabis. Como também sou favorável ao direito de casais homossexuais adoptarem crianças.
E agora? Serei um perigoso esquerdista ou apenas um pobre diabo com os pés bem assentes na terra? Não sei, mas sei que tenho uma aversão visceral a projectos que assentam em verdades históricas e auto-evidentes, sejam elas bíblicas ou revolucionárias. Por aqui se entra nesse albergue espanhol que é o liberalismo, e se comem umas tapas com Aron, Berlin, Sternhell, Arendt, Walzer, Steiner e outros amigos.
posted by FNV on 11:17 da manhã
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COM TODO O GOSTO: O JMF do Terras do Nunca (link na coluna da direita) prolonga serenamente o debate sobre a diplopia dos jornalistas face aos excessos, conforme são de esquerda ou de direita. Referindo-se a um post meu, julgo que um em que citei uma carta de Maria de Medeiros, alinha algumas questões:
* é um lugar comum, que não percebe, dizer que os jornalistas são cumplices do ódio, da violência e da barbárie, quando exaladas pela esquerda ilustrada,
* de que jornalistas falo,
* o que entendo eu por cumplicidade,
* a que ódio, violência e barbárie me refiro,
* o que é esquerda ilustrada?
JMF não percebe o lugar comum que utilizo, o que é interessante, pois temos face aos lugares comuns alguma familiariedade. Por ex, "os ingleses são pontuais", é vago e provávelmente errado, mas percebe-se. É aquilo que em psicologia social se chama atribuição causal, uma mistura de inferências com estereótipos.
Quanto á generalização que utilizo, tem JMF toda a razão, ela é injusta. No entanto, esta discussão começou com uma crítica que fiz a um artigo de MJO do Público. Durante o Verão, MJO assinou uma Gazeta dos Blogues, que li sempre. Incluiu nesta série um artigo dedicado à extrema direita na blogosfera, e caracterizou-a como lhe apeteceu: rancorosa, racista, xenófoba, violenta, imbecil. Só que a Gazeta terminou, e não houve nenhuma peça sobre a extrema-esquerda blogosférica igualmente rancorosa, imbecil, violenta, etc. Ora, das duas uma: ou este lugar não existe, ou existe mas MJO não o visitou. Residiu aqui o ponto euxino da minha interpelação: a jornalista entenderia que não existia à esquerda um lugar com características semelhantes às descritas à direita? Ou entendeu mas não quis ou não pôde dize-lo? Naturalmente que preferi pensar que a jornalista, sinceramente entendeu que a extrema-esquerda na blogosfera não é violenta, rancorosa, imbecil. Se é toda ou não, não sei, mas sei que a jornalista encontraria sem esforço exemplos abundantíssimos.
Porque é que muitos jornalistas novos, informados e licenciados, urbanos e educados, têm esta cumplicidade, é motivo para outro post.
Por último, "esquerda ilustrada" foi apenas uma forma de agrupar as expressões ideológicas que aparecem em artigos, blogues, livros, etc. Essas são as que podemos discutir.
Provávelmente não ajudei muito o JMF, mas sempre me esforcei na escrita de mais este lugar comum.
posted by FNV on 10:23 da manhã
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FUMAR MATA, FUMAR MATA, FUMAR MATA: Durante uma reunião (algo conspirativa) no porão do Mar Salgado, comprei o meu primeiro maço de cigarros hiper-paternalista. Fumar mata, causa doenças cardio-vasculares, impotência, cancro e, como se não fosse bastante, é prejudicial à saúde.
Espero com impaciência os avisos pendurados no tinto, no azeitão e no salpicão. Nesse momento, tudo estará certo, e eu viverei o meu curto tempo mais em paz.
posted by PC on 2:46 da manhã
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OS INTOCÁVEIS?: A recente polémica com o nosso FNV lembra-me alguns posts já escritos neste blog, que afloraram de certo modo o essencial: a actividade jornalística - sobretudo no campo da política - contém em si um exercício de poder. Bom ou mau, isento ou instrumentalizado, mas sempre com larga discricionaridade ou mesmo impunidade. E não me refiro a uma qualquer intenção regulatória bigbrotheriana (nem a todos media indistintamente) mas apenas à aplicação da... lei. Tal impunidade manifesta-se, entre outros aspectos, no mau funcionamento dos tribunais (presente em todas as impunidades), acompanhado do nunca-integralmente-cumprido direito de resposta, da impossibilidade de ver o nome limpo com o mesmo destaque com que tenha sido erroneamente sujo e nas ridículas compensações que são atribuidas às vítimas de calúnias. Entre outras hipóteses, o exercício de um tal poder pode revelar-se ao serviço de um projecto político, concorrendo com outros projectos políticos - quando, por exemplo, os comícios partidários estão "meio cheios" ou "meio vazios", consoante o jornal ou o canal - ou mesmo abatendo-se inexoravelmente sobre um qualquer cidadão mais inconveniente - tendo como expoente máximo uma crucificação pública tipo Macário Correia.
Em qualquer caso, um exercício de poder sempre suscita, naturalmente, as opiniões e comentários do cidadão comum. E, em qualquer relação com um qualquer orgão de comunicação social, o cidadão comum será sempre um pequeno David. E, tirando as cartas dos leitores ou as declarações de entrevistados - ambas filtradas pelos próprios jornalistas - e salvo falhas técnicas, a blogosfera é, provavelmente, o único espaço onde é possível emitir opiniões sobre jornalistas (e respectiva actividade) com total garantia de publicação.
Assim, não acreditando que certas reacções a apontamentos do nosso FNV sejam manifestações de uma sinistra intolerância, julgo ser mais adequado concluir pela (perigosa) inexperiência perante a novidade da crítica.
LUANDA: "T" voltou de férias esta semana. Triste pelas despedidas da terra e da família mas feliz com a grata imagem da sua Luanda natal mais bonita, em reconstrução. "Luanda já era bonita. É preciso é cuidá-la e arranjá-la. Chega de destruição."
Recuando aos tempos de guerra, com todo o sofrimento inerente que se prolongou por décadas, pergunto se o povo angolano - ou outro nas mesmas circunstâncias - embora ambicionando ambas, teria como prioridade a paz ou a democracia.
posted by Neptuno on 4:08 da tarde
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SOBRE O SISTEMA PENAL AMERICANO: O sempre atento amigo Fernando Rocha Andrade enviou este link para a recensão de Jerome Bruner ao livro de David Garland, Culture of Control: Crime and Social Order in Contemporary Society.
Quem não tiver a paciência de ler o livro, pode sempre aprender alguma coisa na dita recensão; aprenderá, por exemplo, que a taxa de prisionalização nos EUA é de mais de 500 reclusos por 100.000 habitantes (para dar uma ideia, em Portugal, que tem a taxa de encarceramento mais elevada da UE - e, note-se, a segunda taxa de criminalidade mais baixa -, existem cerca de 140 reclusos por 100.000 habitantes); ou que 12 % dos homens negros com idades entre os 20 e os 34 anos estão presentemente encarcerados (contra 1,6% dos brancos da mesma faixa etária). A tudo isto acresce que alguns Estados dos EUA até têm uma causa de desencarceramento especial, de que a Europa não dispõe (a pena de morte).
Não é difícil perceber a grande relevância do sistema prisional para a economia americana (boa parte dos serviços é prestada pelo sector privado).
Sobre o mesmo tema, veja-se também o post de 21 de Agosto do Socio[B]logue.
posted by PC on 12:48 da tarde
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A PENA E A ESPADA: JPP não gosta de Paulo Portas, eu também não. Li vezes suficientes O Independente, li vezes suficientes o jornalista Portas, impunemente, ferir sem justiça. E sobretudo, hoje negar alegremente mais de metade do que na altura, com insuportável fanatismo defendia. Mas é assim o mundo dos jornais.
Outra coisa é o problema da imigração. Vi ontem na SIC-Notícias Jorge Coelho dizer, no essencial o mesmo que PP: deixar entrar toda a gente é meio caminho andado para termos, dentro de anos, pretextos para o racismo e xenofobia. JPP argumenta que hoje, não é o trolha ucraniano que tira o emprego à licenciada portuguesa. Pois não. Mas daqui a algum tempo, amanhã, este povinho português, liminarmente racista e xenófobo, vai descarregar em quem puder, a demagogia fará o resto.
Como sempre, também eu gostaria de ter o melhor de dois mundos: fomos um país de emigrantes, seria de elementar justiça acolher toda a gente que quisesse entrar. Mas também somos um país manhoso e desconfiado. Se a coisa der para o torto, bastará um fósforo para que os imigrantes paguem a fava. Nessa altura, espero ver os críticos de Portas e de Jorge Coelho, nas ruas e vielas, a combater os imbecis raivosos. Trocarão a pena pela espada?
posted by FNV on 11:55 da manhã
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QUE CHATOS, com esta história da hora. Aqui há uns anos lembro-me de ter discutido com o lobo do mar P.C. este assunto. Ele, se bem me lembro, estava de acordo em termos a mesma hora de Varsóvia, ( o P.C. nem pequeno-almoço toma) eu achava um disparate. Continuo a achar estranho que esteja de noite quando muita gente deste país se levanta e de dia quando muita gente se deita. O governo prepara-se para justificar a opção com razões económicas. Só gostava de saber quais as conclusões sobre a experiência levada a cabo há cerca de dez anos: a economia melhorou? Se sim, porque é se recuou? Se não, porque é que insistimos?
Muitos anos se passaram desde essa discussão com o P.C., e hoje, por mim, não terei dificuldade em adaptar-me à nova hora. É que desde então, adaptei-me a coisas bem mais difíceis. Pois que seja.
posted by FNV on 11:19 da manhã
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CABALA INTERNACIONALII: O meu caro companheiro de viagem P.C., acordou tarde. Certa blogosfera já há muito se regojizou com os títulos do The Guardian e do Le Monde. Ó homem, vê lá se não dormes tanto. E já agora, jornalito faccioso, o Le Monde? Que ideia! O Sr. Ramonet é do mais temperado que existe na imprensa europeia. E de facto, as invasões soviéticas da RDA, Checoslováquia e Polónia, foram brincadeirinhas. Ou violências simbólicas.
Um abraço ao Barnabé, e que ele te continue a inspirar. Pode ser que para o ano, o Barnabé e o Le Monde te extasiem com a coincidência do 11 de Setembro com as tuas vindimas na Pesqueira.
Consulta o calendário, ou o almanaque.
posted by FNV on 3:01 da manhã
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COMPLEMENTO: Ao post anterior, do NMP. A evolução do orçamento americano pode ver-se, por exemplo, aqui. Seria útil que o nosso Comandante se pronunciasse sobre ela, comparando-a com a sucessão das administrações Clinton / Bush, nomeadamente sobre os valores dos anos antes da guerra. Quem sabe, mesmo, relacionar a utilidade da guerra, perante a opinião pública, com o aprofundamento do défice. A linguagem dos números, de que a direita eficiente tanto gosta.
Se, por acaso, um candidato democrata vier a ganhar as próximas eleições, e se o défice abrandar de novo, veremos o NMP a escrever sobre o efeito propulsor (retardado) da despesa de guerra durante a administração Bush?
posted by PC on 2:07 da manhã
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NOTÍCIAS DO IMPÉRIO: O paradigma das finanças públicas saudáveis foi promovido pela escola monetarista, pelos Chicago Boys que muito ajudaram definir e implementar a reaganomics. Ganharam o debate intelectual e só em inícios dos anos noventa os democratas conseguiram eleger um Presidente, porque precisamente assegurou aos americanos que não aumentaria o défice das contas públicas com programas sociais. Prometeu e cumpriu. Graças ao maior período de expansão económica da História da América, Bill Clinton deixou o governo americano com um superávite orçamental. Se o mérito foi dele ou da expansão permitida pela liberalização da economia iniciada por Reagan é outra conversa (eu inclino-me mais para a segunda hipótese).
Os herdeiros políticos de Reagan, ou seja a administração Bush, conseguiram um brilhante feito: as previsões para o défice orçamental chegam a quase 6,1% do PIB americano no final deste ano. Um corte de impostos e gastos com o Medicare e sobretudo com a guerra ao terrorismo levaram a este infeliz resultado.
O corte nos impostos (como o qual concordo em teoria) foi polémico: há quem diga que estimula pouco o investimento e apenas favorece a acumulação de poupanças de 1% dos americanos mais ricos. Não sabemos, não o conhecemos em pormenor. Mas parece estar a fazer os seus efeitos: a economia americana cresceu no 2º trimestre do ano cerca de 3,1%. No entanto, o desemprego é enorme, fruto da crise que se arrasta desde finais de 2000. Se a amplitude da retoma económica não permitir a criação de muitos empregos até ao Verão de 2004, George W. Bush está feito. Segue o caminho do pai: presidente de um só mandato.
A pressão de uma guerra prolongada e desta conjuntura económica farão com que os americanos prefiram outra pessoa na Casa Branca. Mas apenas se esse outro fôr alguém que continue a garantir a sua segurança. É por isso que o personagem-chave das próximas eleições americanas será provavelmente o General Wesley Clark. Não sei se como candidato a presidente, se como vice de Howard Dean (esta segunda hipótese é mais díficil - Dean precisa mais de Clark, que Clark de Dean). Apesar de Dean estar agora a viver o seu momentum, é demasiado fora do mainstream para poder ser eleito - a não ser que revele uma capacidade política inesperada, de cavalgar o eleitorado de esquerda mais militante agora e centrar o seu discuro mais tarde sem soar a falso. Porque agora soa a McGovern, a anti-guerra do Vietname, Woodstock a mais e música country e jazz a menos.
Clark é popular, é um general com provas dadas no terreno (Bósnia e Kosovo) e é conhecido da maioria do eleitorado americano (dois terços dos americanos não sabe nomear um candidato democrata às primárias). Bill Clinton assassinou subtilmente todos os candidatos ao afirmar (e deixando que se soubesse) que o Partido Democrata só tem duas estrelas (Hillary - quem havia de ser ? e ... Wesley Clark). As primeiras eleições primárias são em Janeiro. Ainda há tempo para novos candidatos se apresentarem. Sem Clark os democratas parecem muito mansinhos em matérias de segurança. Com Clark, o principal argumento de Bush é esvaziado. Passa a ser a economia outra vez, estúpido !
CABALA INTERNACIONAL: O nosso FNV, alinhando com uma boa parte da opinião publicada na blogosfera, resolveu fazer uma brincadeirinha (Efemérides II) com o meu post "A outra efeméride", publicado no dia 11 de Setembro, às 2.07 da manhã.
Hoje, soube pelo Barnabé (que passará seguramente a estar na lista dos meus blogues diários: obrigado Comandante!) que dois jornais altamente facciosos (o The Guardian e o Le Monde) usaram títulos semelhantes ("the other 9/11" e "l'autre 11 septembre").
O FNV nem desconfia dos meus contactos na imprensa internacional.
posted by PC on 11:55 da tarde
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PELA BOCA MORRE O PEIXE: A única coisa que o espírito de balneário sempre demonstrou, seja no PSD seja no FCP, é que os balneários são todos iguais. Vem isto a propósito de uma coisa que aprecio numa cultura, que é a sua homogeneidade. Em Portugal pode-se ser autarca, presidente da Liga, ou jornalista, que o choradinho é o mesmo: se e quando criticados, com armas e solenidade equivalentes aquelas que ele próprios usam, aqui d'El Rei!, que querem silênciá-los, que vem aí a noite negra do fascismo, e outras babugens semelhantes. Ou seja, lá se vai a politesse e a urbanidade, lá se vai o espírito de desordem permanente, lá se vai o estatuto de inquieto.
Os meninos do Glória Fácil meteram o pé na poça, e estiveram uns dias calados. Remoeram. Mas depois, que tudo vale a pena quando a alma afinal é pequena, gritaram de indignação. Ai Jesus, que nos querem silenciar, socorro, acudam!
Não há receio, ao contrário do que acontece em Cuba, de jornalistas e das que cadeiras que ofereceram aos perigosos subversivos que entrevistaram, serem levados para os calabouços.
O que retemos de mais este triste texto, parafraseando o nosso lobo do mar P.C., é que meninos mimados e meninas mimadas, serão sempre meninos mimados e meninas mimadas. Sejam da esquerda, da direita ou do centro. Ou até jornalistas-bloggers.
posted by FNV on 11:06 da tarde
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PALAVRAS PARA QUÊ? Leiam hoje no Público, a peça sobre a escola pública melhor classificada no ranking, a Infanta Dona Maria, em Coimbra. Se o fizerem, aprendem, segundo as palavra do presidente do conselho directivo e de outros professores, que se tem verificado um aumento do pedido de transferência de alunos para outras escolas menos exigentes. Para a infelicidade ser maior, o presidente do conselho directivo desculpa-se, como se acusado de algum crime, que a sua escola não é elitista.
Décadas de demagogia psico-pedagógica, oportunamente parasitada pelo discurso demencial-gauche de igualitarismo e de desculpabilização permanente das diferenças de rendimento escolar, ocasionaram um episódio destes. No ano passdo constatamos no famoso ranking, que existiam escolas pobres, em regiões pobres, onde os alunos eram bons e obtinham bons resultados. Ou seja, o nível socio-económico é apenas um dos factores do rendimento escolar.
Mas a treta demencial-gauche caiu que nem mel na sopa, neste país de alunos que aprendem com os seus professores, o valor da preguiça.
posted by FNV on 11:27 da manhã
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COINCIDÊNCIA OU PLEONASMO ?: Vi algures uma frase que dizia que a "...blogosfera estava ser invadida por blogues de jornalistas e de esquerda." Fiquei na dúvida se me tinha deparado com uma coincidência ou com um pleonasmo.
posted by NMP on 2:25 da manhã
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O MAR SALGADO: É uma nau pluralista, com um ligeiro pendor sobre a direita (a inclinação deste pendor depende dos temas e dos dias) que viaja quotidianamente pela blogosfera. Como se pode ver na coluna da direita a sua tripulação é constítuida 3 lobos do mar de carne e osso, uma divindade romana e um mito da Literatura Portuguesa (que, como bom mito, nunca se dignou sequer a escrever um texto que pudesse desfazer as dúvidas sobre a sua eventual existência. Ele sabe melhor que ninguém que é mais forte assim). Comentários, insultos, opiniões e demais textos para lobosdomar@hotmail.com.
posted by NMP on 2:09 da manhã
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DETECÇÕES: No radar do Mar Salgado foram detectadas novas embarcações de interesse, que serão a seu devido tempo colocados na coluna da direita.
No Barnabé, juntam-se alguns espíritos de esquerda com destaque para o Daniel Oliveira, que é uma instituição na blogosfera, por ter sido o causador indirecto (e por certo involuntário) do fim da Coluna Infame. Além disso é um polemista inteligente que abrilhantava o BdE com os seus itálicos combativos e oportunos. Pelo que já li, o resto da tripulação está à altura. A coisa promete. Uma saúde para eles !!
Também à esquerda encontrámos o Mexe na Ferida, blogue de um socialista liberal. Sem querer mexer mais na dita, parece-nos uma contradição nos termos. Mas cá estamos para discutir e, se for caso disso, concordar e ajudar. Uma saudação para ele.
O Cão de Guarda, que tem uma série de posts interessantes sobre a lamentável capa do Público de 11 de Setembro foi linkado à esquerda pelos Relativos (eles lá devem saber porquê) . Se assim fôr, aqui temos um espírito de esquerda lúcido.
Á direita detectámos o Serra-Mãe e o Almariado que se saúdam calorosamente. Conjuntamente com o Sumo de Laranja reforçam a ideia de que, apesar de aumentar o número de blogues de esquerda, a diversidade de opiniões está garantida na blogosfera.
Sobre inteligência artificial, navegámos no imperdível Teste de Turing, que reforça o sector científico da blogosfera.
No meio de tantos blogues encontrámos Maizumpómonte. Como o próprio afirma, já cá haviam poucos...
E haviam de facto poucos que tratassem o futebol de forma tão original como o Nietzsche & Schopenhauer, que é um blogue optimista sobre o Benfica. Chega a ser comovente ver a esperança desabrotar dos mais desesperados contextos.
Por último, um blogue de poesia que, por ter um Sabor a Sal, seria sempre uma recomendação obrigatória desta nossa nau pejada de salitre. Ainda por cima a selecção de poemas é boa.
Com tantos blogues, não admira que há quem prefira ficar no parapeito da janela a ver a caravana passar mantendo-se no recato do lar, onde as coisas mais íntimas, sensíveis e bonitas se podem e devem dizer.
Uma saudação para todos estes novos companheiros de viagem bloguística.
posted by NMP on 2:03 da manhã
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ABAFADO: Está muito calor e o país continua a arder. Está abafado. A confiar no Expresso, desde 1997 que a Judiciária vem encobrindo casos de pedofilia, com destruição de provas, envolvimento do SIS e, necessariamente, com alto patrocínio político e "colaboração" dos media, para quem o caso parece não ter existido até ao último Sábado. O caso foi abafado. Não existindo nos media é como se não existisse. Por favor, parem de noticiar os incêndios.
AVANÇOS E RECUOS: Acabo de saber pela BBC World que o Não venceu na Suécia, no referendo de adesão ao euro. Sou um convicto europeísta e este resultado é portanto um desapontamento. Os suecos lá saberão o que fazem: preferiram a certeza do mundo em que vivem, da sociedade com assistência social generalizada. Resta saber se este tipo de sociedade é sustentável económica e financeiramente, sob a pressão da concorrência acrescida que a globalização impõe e com as tendências demográficas a que assistimos.
Outra dimensão curiosa e importante deste resultado é o impacto que este resultado terá nos políticos ingleses. E a adesão ou não dos ingleses tem outra relevância para a Europa (afinal de contas, Londres é o maior centro financeiro do Velho Continente). Blair prometeu um referendo e deverá fazê-lo nesta legislatura. O homem já demonstrou que dá grande importância à sua relação com a História e como esta o tratará no futuro. Gosta de desafios difíceis e parece não se assustar com ter de defender opiniões aparentemente menos populares. A adesão ao euro é o outro teste à sua dimensão como líder de dimensão internacional - em matérias de política internacional tornou-se no mais relevante dirigente europeu (contrariando as previsões de quem lhe chamava líder de plástico - como Soares - e resistindo bem melhor que herdeiros do socialismo dinossáurico como Jospin).
Paradoxalmente, os argumentos de grande parte dos defensores do Não ingleses (nomeadamente os conservadores) são diametralmente opostos dos defensores do Não suecos: entendem que a Europa é uma construção burocrática, pejada de garantias socias que apenas limitam o crescimento e progresso económico. Nas duas críticas haverá certamente elementos a considerar. O modelo de construção europeia tem muitos defeitos. Mas a união monetária não é certamente o campo onde as coisas têem corrido pior. E é o acto mais racional em termos puramente económicos. Contudo, os referendos de adesão ao euro tornaram-se um campo de discussão e projecção de outro tipo de argumentos.
O cimento desta coligação negativa é sobretudo o medo da mudança. O que une conservadores (alguns), nacionalistas, tradicionalistas, sindicalistas, verdes, fascistas e comunistas é o temor de se estar a construir uma Europa onde os seus valores e interesses não sejam acautelados. É este conjunto de paradoxos, de aparentes contradições, de conflito entre defensores da sociedade aberta e representantes da sociedade fechada, de concepções de liberdade económica distintas (a anglo-saxónica e a continental) que torna a construção europeia num processo fascinante e a discussão de temas políticos europeus numa das mais importante do nosso tempo. Esperemos que em Portugal com a aproximação das eleições europeias, os cidadãos ganhem consciência disso. E participem, desta vez mais do que noutras ocasiões, em eleições fulcrais para o seu destino.
posted by NMP on 8:03 da tarde
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IMAGENS: O lobo do mar honorário André Soares lembra o inesquecível espectáculo da histeria mediática que acometeu a cobertura de um não-acontecimento: o interrogatório para memória futura das testemunhas do processo Casa Pia.
Vejo, na SIC. Manhã de um dia de semana, à porta do CEJ, em Lisboa. Os jornalistas acotovelam-se para ouvir os advogados dos arguidos. No meio da estrada. Ninguém passa. O vetusto e venerando eléctrico 28 vê interrompida a sua marcha. Aguarda, com a paciência que só a idade confere. Lá dentro, portugueses e turistas estrangeiros observam, admirados. Podemos nem querer saber, mas eles atiram-se para a nossa frente. Pare tudo Os jornalistas estão a fazer o seu trabalho. O País pode esperar.
Talvez por causa disso, a mesma SIC interroga o proprietário de uma pastelaria da zona sobre o afluxo de clientela: “vêm mais jornalistas que pessoas”, responde, baralhado…
posted by NMP on 4:33 da manhã
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REPARO: Antes de desaparecer fui acometido por um ataque de amiguismo agudo. Publiquei um poema do JP Simões e expandi-me largamente em encomiásticos comentários à sua personalidade e à sua banda, os Belle Chase Hotel. Acho que em relação a ele só pequei por defeito. Já quanto á banda e ao seu lugar no panorama actual da música portuguesa, a conversa é outra (gostos não se discutem).
Um leitor atento resolveu pôr-me em sentido e lembrar-me que a amizade não justifica opiniões definitivas. Sobretudo quando, pretendendo-se elogiar alguém, se faz tábua rasa do trabalho de terceiros. Aqui fica pois um reparo do Nuno Carrilho, que tem a vantagem de nos iluminar sobre os novos caminhos da moderna música portuguesa. Já agora, aqui se prova a tese muito em voga na redacção do Mar Salgado de que as referências no Abrupto nos trazem mais complicações que benefícios.
Fui ter por acaso....
... ao blog Mar salgado, devido a uma referência dada pelo blog Abrupto... e como era interessante o tema, resolvi lá dar uma vista de olhos, deparei-me com uma coisa interessantissima: J.P.Simões é um génio...
Bem contra isso não tenho nada, mas quando caem na mesma lenga-lenga, da musica portuguesa estar num marasmo, de não aparecer nada de interessante nos ultimos anos em Portugal, só demonstra que a pessoa em causa ou está mal informada sobre o que se passa na musica portuguesa, má vontade para com a musica portuguesa ou que está a fazer de impulsionador de um amigo, para que ele seja mais reconhecido (com este ultimo nada tenho contra... há que ajudar os amigos)....
Achar que os Belle Chase Hotel são a unica coisa interessante que apareceu em Portugal nos ultimos tempos? que aconteceu aos kubik, aos rolana beat, spaceboys, wray gun, electro Fan, Zzzzzzzzzzzzzzzzzp!, etc... tanta coisa que anda por aí, e para estranho que pareça, até o ultimo album do vocalista do silence 4 (dos quais não gosto nem nutro nenhuma simpatia) parece ser bastante bom e nada fica a dever aos belle chase hotel...na minha opinião, claro.
Gostos não se discutem, mas dizer que não existe mais nada em Portugal em termos musicais.... são coisas completamente diferentes....
posted by NMP on 4:25 da manhã
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ÁS PINGUINHAS: Eis-me de volta ao Mar Salgado. Por motivos que se prendem com o facto de os teclados de ortografia lusa se encontrarem pouco disseminados pelo mundo, durante mais algum tempo terei uma intervenção inconstante nesta nau.
Comecemos agora por tratar de algum correio dos leitores atrasado.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.