A ESQUERDA NA DISNEYLÂNDIA: Enquanto a direita prepara o assalto ao último reduto do poder, à Presidência da Républica e à Constituição, a esquerda ajusta contas antigas. A direita, segundo Carvalhas, quer vingar-se da "constituição de Abril", aquela que só não nacionalizou as mercearias. Já pela boca de Louçã, Guterres como candidato presidencial da esquerda é um "regresso ao passado", e por isso ameaça avançar com um nome próprio. Carvalhas contrapõe acusações de "divisionismo". Louçã defende-se, e diz que Guterres é o regresso "à política de cartas marcadas". Carvalhas, por sua vez, cicia contra o "espectáculo mediático" do Bloco. O PS plantou-se à porta do juíz Rui Teixeira, a assar castanhas e a beber jeropiga, e por isso não está para conversas.
Como diria a Zezinha, esta gente perdia até com o rato Mickey.
posted by FNV on 7:09 da tarde
#
(0) comments
A BOLINHA BAIXA, têm em Portugal os admiradores de Lula, do sonho de Lula, do Brasil de Lula, agora que o homem expulsou do PT os "radicais" que não apreciaram as suas "negociatas" com o FMI.
posted by FNV on 12:33 da tarde
#
(0) comments
CIDADE DE DEUS: Ontem revisitei este filme, que foi sem dúvida um dos melhores que vi nos últimos anos, sem qualquer favor ou condescendência habitualmente dispensados a filmes não-americanos. E, este filme, capta como nenhum outro os resultados de uma situação social totalmente degradada, seja pelo lado económico seja (et pour cause) pela ausência de valores que devem presidir à vida em comunidade. Por um lado, o personagem principal que tenta passar ao lado da violência que o rodeia mas que, ao verificar que a sua vida não progride, um belo dia também sucumbe à tentação e arma-se de um revólver para perpetrar um assalto (que acaba por não concretizar) - nem as pessoas de bem são imunes à realidade que as rodeia, por mais contrária que esta se apresente à sua natureza. Por outro lado, as restantes pessoas que vivem e convivem na violência e cujo lema pode traduzir-se numa afirmação produzida por uma criança que tenta entrar para um dos gangs: qualquer coisa como "quero roubar, matar e ser respeitado" - assimilando desde tenra idade que esse respeito dificilmente será obtido de outra forma.
O brutal realismo deste filme sugere-nos uma profunda reflexão, se pensarmos na progressiva degradação de valores a que assistimos na sociedade portuguesa.
posted by Neptuno on 12:27 da tarde
#
(0) comments
A ENFERMARIA SUECA, foi assim que Leonor Pinhão, atrasadamente, como diria o Dr. Pôncio Monteiro, se referiu ao belíssimo Estádio do Dragão. Bom, parece que tinha alguma razão, porque segundo o Expresso, o arquitecto Manuel Salgado está a pensar em construir pára-ventos nos topos norte e sul do dito estádio. Faz bem. Sempre se poupa nas aspirinas e nos agasalhos, e podem ser utilizados para o veraneio dos sócios nas ventosas praias de Espinho ou de Vila do Conde.
posted by FNV on 11:37 da manhã
#
(0) comments
A VERDADEIRA FACE: O garoto lavava os carros, junto do Futungo de Belas, e cantarolava: a causa do caos do povo não foi apenas a guerra / a cor da corrente que nos ferra / preto em baixo, vermelho em cima, amarelo no meio. Foi espancado e afogado por bestas da Guarda Presidencial de José Eduardo dos Santos.
Que falta faz "o Savimbi apoiado pelos americanos": as boas desculpas não duram sempre.
posted by PC on 11:28 da tarde
#
(0) comments
PIA MAS É FININHO: A Madeira, realmente, já não é o que era. Por isso se fazem regimes de excepção. Mas a distância para os mais próximos ainda é muita. Muita, mesmo.
posted by VLX on 11:17 da tarde
#
(0) comments
PIA FRAUS: Embora com algum atraso não quero deixar de assinalar a minha concordância com o meu companheiro de tripulação VLX. A ilha da Madeira é de facto belíssima, e sobretudo misericordiosa para com esses viajantes sicilianos, que nas asas do vento sirocco, o plumbeus auster de Virgílio, aportam à ilha carregados de avisos e recomendações.
posted by FNV on 10:50 da tarde
#
(0) comments
NÃO HÁ ALTERNATIVA:Miguel Sousa Tavares num artigo em que, por mera coincidência, defende teses muito semelhantes às que aqui foram defendidas sobre a questão do défice.
Não se dá o caso de MST ser uma voz que detenha particular autoridade em matérias económicas. Mas tem tanta autoridade nestas matérias como em matérias de política internacional, fundada na seriedade e independência de espírito com que aborda os problemas. Quero ver se a esquerda bloguística tem a mesma rapidez a divulgar este artigo como costuma ter quando o tema é o Iraque.
posted by NMP on 4:06 da tarde
#
(0) comments
EXCELENTE: O espectáculo de Jorge Palma ontem no Twin's. Recentemente recuperado da «má vida», este conhecido bar do Porto tem-se tornado um dos melhores locais para se passarem civilizadamente umas horitas da noite Invicta. Muito agradável, é ainda apropriado a uma ceia pós-cinema ou teatro, dado que não só recuperou os excelentes preguinhos que fizeram fama, como inovou com uns cachorros-quentes fatiados bem agradáveis. Melhor ainda, tem música ao vivo todas as semanas e a horas bem honestas.
Ontem tocou admiravelmente o Jorge Palma, demonstrando que está numa grande forma (voz nada afectada pelo Concerto dos Cabeças no Ar, no Coliseu, sexta-feira) e continua a ser uma maravilha ao piano. Num ambiente extremamente simpático e caseiro, Jorge Palma esteve grandioso e demonstrou toda a sua virtuosidade no teclado, produzindo sons para as suas canções que nunca tinha ouvido mas que gostei imenso. Nos clássicos Frágil, Só, Bairro do Amor, Deixa-me Rir, A Terra dos Sonhos, aquele piano produziu sons novos que nem sequer devia saber que tinha. Genial. Mas Jorge Palma tocou como em casa se toca, ao sabor da vontade e dos gostos, do que se lembrava ou lhe era pedido, tendo-nos brindado ainda com uma versão fantástica de Mr. Bojangles, recentemente recuperada por Robbie Williams. Excelente. Pensar que estive para não ir...
posted by VLX on 1:03 da manhã
#
(0) comments
AINDA “CENTRADOS” NO ABORTO: Adoro ler os textos dos meus colegas de tripulação, PC e NMP. Quando me deparo com as suas considerações escritas, sempre tão reflectidas e amadurecidas, sou incapaz de não devorar de imediato cada palavra, cada frase, todo o discurso de uma ponta a outra, de fio a pavio, com enorme atenção e concentração, bebendo cada palavra, mastigando cada ideia – e eles sabem bem o que isto em mim quer dizer.
Não me parece completamente despropositado aconselhar-lhes coisa semelhante - não por qualquer consideração pelos meus pobres escritos, meros balbucios soluçados de emoção, pintalgados aqui e acolá com réstias de humor cansado, mas - para evitarem perder tempo com graçolas evitáveis ou descrevendo e apresentando como novidades pensamentos que estavam já escritos centímetros abaixo.
Na verdade, acaso tivessem passado do título (relativamente ao meu post sobre o artigo de Vasco Rato), ambos os meus amigos teriam reparado ter eu escrito que o pior erro de VR era imaginar que as posições sobre o aborto teriam alguma coisa a ver com a política ou com a divisão esquerda/direita - que não tinham ("não obstante o título deste post", pode ainda ler-se no texto).
Teriam também tido oportunidade de compreender melhor o meu pensamento e discurso: eu não discorro propriamente sobre a condenação ou penalidade a aplicar sobre quem aborta. Para mim, a questão da sanção é algo que está a jusante do verdadeiro problema, que é o de saber se alguém tem legitimidade de (ou para) abortar, de tomar essa decisão e de praticar esse acto.
Abortar (deixemo-nos de eufemismos do tipo “interrupção voluntária da gravidez” só para acalmia das nossas consciências) é, num simples dicionário, isento e apolítico (Porto Editora, 2003) “dar à luz um feto sem tempo de gestação normal que o torne apto para viver”. A frase é eloquente, desde o seu início (“dar à luz”) até ao final (“um feto sem tempo de gestação normal que o torne apto para viver” – eu preferiria “sobreviver”, mas enfim...). Prossegue o dicionário: “malograr-se, interromper-se, frustrar-se, interromper, que não atinge o fim natural do seu desenvolvimento (...)” e por aí fora.
Tudo isto – sem qualquer tipo de pretensão de cientificidade, dado que não vale a pena complicar - nos dá a natural ideia de um corte, de um impedimento, de uma interrupção feita pela mão do Homem (quem mais?...) ao natural desenvolvimento da natureza.
E aqui, julgo que todos estamos de acordo: se a mão do Homem não intervier para cortar, impedir o desenvolvimento do feto, do embrião, da criança, do feijãozinho, do spes vitae (nas palavras de Orlando de Carvalho, aqui recordadas por PC), do que lhe quiserem chamar, então dali sairá uma criança.
O que me pergunto é que legitimidade terá alguém, seja a sociedade, o pai ou a mãe, para impedir e interromper o curso natural de onde resultará uma criança.
Ora, eu acho que ninguém tem legitimidade para isso.
Post scriptum: naturalmente, face ao que escrevi, de momento pouco me importa debater a reacção da sociedade. Além do mais, não posso, obviamente, discutir com um cientista, um pensador, um estudioso do assunto como é o PC. Mas embora concorde com ele em quase todas as suas considerações explanadas sobre a questão no campo penal, parece-me, certamente por ser leigo, que o facto da proibição penal não ser respeitada pelos cidadãos (alguns, seguramente) e pelas instâncias chamadas a aplicar a lei, esquece uma realidade que PC bem conhece (as “atenuantes”) e é mau princípio para que se defendam alterações legislativas mais brandas. Seja como for, julgo que PC apenas se limitou, nesta parte, a mostrar-nos o cenário e não a assumir posição.
PROCURAÇÃO: Depois desta cristalina e brilhante explicação, este senhor passou a ser o meu representante legal para discussões em torno da política financeira e económica do governo.
posted by NMP on 7:58 da tarde
#
(0) comments
WHISKY OF MASS DESTRUCTION? ONLY IN AMERICA!: A notícia é dada pelo bravo The Scotsman. A pequena destilaria Bruichladdich, em Islay (pequena ilha que a tripulação deste barco só não conhece fisicamente), instalou uma série de webcams para que o mundo possa ver como o processo de destilação do seu whisky segue as fórmulas tradicionais. Um dia, recebe um e-mail de uma tal 'Ursula', avisando que uma das câmaras está avariada. Educadamente, a destilaria agradece, perguntando-lhe quem é 'Ursula'. Ao que esta, também educadamente, responde, agora a partir do endereço da Defence Threat Reduction Agency, que é uma espia americana encarregada de vigiar locais potenciais de fabrico de armas de destruição maciça e que a destilaria Bruichladdich estava (parece que já não está) numa "hot list".
Mais informou a dita 'Ursula' que "I still find it very funny that their chemical processes look very similar to your distilling process". Isto, sim, pode ser preocupante. Marujos, há que prová-lo continuamente; quem registar o mais leve sabor químico, avisa.
posted by PC on 7:41 da tarde
#
(0) comments
SECÇÃO PRICELESS: Uma fotografia do Dr. Alberto João Jardim acariciando o seu porquinho-mealheiro.
posted by PC on 7:33 da tarde
#
(0) comments
NEBULOSO: Não percebo como os habituais defensores dos direitos das minorias aceitam o que se está a passar numa escola de Bragança. Os pais querem fechar a escola a cadeado ( é a moda...) se esta admitir uma turma de alunos ciganos, e o Rui Tavares do Barnabé (link na coluna da direita), por exemplo, verbera os pais xenófobos, o porta-voz da Alta Autoridade para as minorias, porque é mole, mas aplaude a Direcção Regional de Educação do Norte. E aplaude a DREN porque esta insiste. E insiste em quê? Em colocar na escola uma turma de alunos ciganos. Mas que raio mordeu os defensores das minorias? Faz sentido uma turma de alunos só gordos ou só baixos, ou só de cabelo castanho? Porque é que os miudos não são distribuidos pelas turmas como se faz normalmente, por exemplo por ordem alfabética, ou aleatóriamente? Aplaudir a DREN por um acto de segregação e depois chamar xenófobos aos pais? Parece-me que reina a confusão, neste defensores das minorias.
posted by FNV on 7:02 da tarde
#
(0) comments
AINDA A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO: O Paulo Pereira, do Blogo Social Português, entende que existe uma contradição no meu texto, por eu afirmar que a vida intra-uterina é merecedora de consideração jurídica e não defender, como consequência necessária, a criminalização do aborto.
Como escrevi na altura, foram as muitas contradições em que o problema está envolvido que não me permitiram, até hoje, formar uma opinião definitiva sobre ele; mas não acho que, naquela parte, exista qualquer contradição.
Na verdade, nenhuma protecção jurídica é ilimitada - nem mesmo a da vida humana nascida, que pode decair perante o exercício da legítima defesa (ponho de lado a pena de morte, que considero ilegítima em qualquer circunstância).
Por outro lado, se o PP reparar bem no parágrafo imediatamente seguinte àquele que critica, verá que também escrevo que a vida intra-uterina não é igual à vida humana (e isto não sou eu que o digo, decorre claramente da lei actual: só por isso se excepciona a proibição do aborto em situações que não legitimam o homicídio). O que não impede a lei de a proteger como um bem: através da proibição genérica do aborto, mas também através do reconhecimento ao nascituro de certos direitos patrimoniais (como donatário ou herdeiro) e pessoais (por exemplo, o direito a uma indemnização por lesões devidas a actos médicos), que todavia só se actualizam com o nascimento.
Por fim, a lei penal nem sempre é o instrumento adequado para prevenir factos que se têm por socialmente danosos (basta pensar na defesa do património genético, ou do ambiente, e conhecer a forte controvérsia que envolve a criminalização dos factos que os ofendem).
Em consequência, reconhecer a dignidade jurídica da vida intra-uterina não implica, como consequência necessária, defender a criminalização do aborto: entre um momento e outro, interpõem-se factores muito diversos. O resto do último parágrafo do post do PP é feito de juízos de valor que, obviamente, não me cabe a mim comentar.
posted by PC on 12:21 da manhã
#
(0) comments
SENSIBILIDADE E BOM SENSO: Parece-me que alguém deveria aconselhar a direcção do PS para o facto estarem sempre a pedir a demissão de membros do Governo. Principalmente, quando continuam agarradinhos ao lugar - entre suspeitos de crimes hediondos, de obstrução à justiça, de terminologia escatológica (just kidding), etc.
Obviamente que a direcção o PS deve continuar a pedir responsabilidades ao governo e respectivos membros e mesmo a sua demissão, quando tal se justifique. Mas não aquela direcção...
OPRESSÃO INTOLERÁVEL: Foi como Sampaio classificou a presença norte americana no Iraque. De tempos em tempos Sampaio revela-se tal como é. Desta vez, talvez impulsionado pela vontade de agradar aos seus anfitriões argelinos. Acrescentou que "uma das lições do século XX foi que, para o ideal democrático se poder realizar, é condição prévia que os povos possam determinar o seu destino de forma livre e independente." E ainda "...o ideal democrático não conhece fronteiras, embora a forma de o realizar dependa do carácter dos povos e das suas circunstâncias." Estamos de acordo que a realização do ideal democrático carece de liberdade e independência - não seria esse, certamente, o culminar da caminhada sob o jugo de Saddam. Mas, o inverso também é válido: sem democracia - mesmo com o devido desconto para os seus inúmeros defeitos - também não haverá liberdade e independência. E, embora não queira acreditar que estamos perante demagogia barata e de tão má qualidade, o mais grave é a primeira afirmação conjugada com a segunda: a forma de realizar o ideal democrático depende do carácter dos povos e das suas circunstâncias. Traduzindo: não há legitimidade para impôr a democracia aos povos que dela não usufruam, por mais déspotas e carniceiros que sejam os facínoras que os tiranizam. Nada disso. Desenrasquem-se! Os povos que não vivem em democracia, pois que se conformem ou aguardem pela sua hora! Belo conceito de comunidade internacional! Que humanismo ternurento! Que forma elegante de legitimar e perpetuar ditaduras.
Parece-me que o nosso PR padece de ciúmes. Dos EUA, por serem a maior potência mundial e, apoiada nesse facto, tentar exportar a ignóbil democracia (que saudades do tempo em que se "exportava" a revolução comunista aos povos que, mesmo revoltados, com ela eram forçosamente abençoados).
Quando se quer mesmo bater, qualquer pau serve. Malditos sejam os EUA pelo facto de tentarem impor a democracia num país sem lei (mas agora já com grei). Sampaio dixit.
posted by Neptuno on 11:21 da tarde
#
(0) comments
A MELHOR LOJA: Dando uso aos sentidos de humor e de oportunidade com que o Grande Arquitecto o dotou, o Almocreve faz aqui uma crítica incompleta mas de fina ironia à minha defesa da Ministra das Finanças e uma bem informada crítica da minha pessoa e respectiva capacidade oftalmológica.
Se o nosso amigo Masson não se escondesse atrás do avental para, no sossego do anonimato, disparar, ainda consideraria responder-lhe.
Assim, limito-me a recomendar que vão lá porque o blogue é excelente (como tudo tem altos e baixos, mas a qualidade média é francamente alta).
posted by NMP on 2:59 da tarde
#
(0) comments
INCREDIBLE NEW FEATURE ! (with compliments to the weblog Precise): Dear readers and sailormen, a new feature was added to this weblog. It will allow Salty Sea to be read all over the world. It replaces, on the right template, the place occupied by the Blogshares logo (Blogshares cracked down - rest in peace).
This new feature is very user-friendly: in case you wish to translate the beatiful, poetic and deep texts of this weblog from portuguese to english, you just have to click on the Translate button. In case you want to understand what the hell am I writing here, please feel free to click on the Traducao button. One cannot say that the end result is a state-of-the-art translation, but nonetheless it's a serious effort to internationalize the portuguese blogosphere's discussions. I'm not sure if at the end of this process, we'll end up very well in the picture.
I know that our crew is made of experienced men able to express themselves fluently in several different languages. Certainly this new feature will prepare Salty Sea to the challenges of globalization. In pratical terms, this new feature means that our law mogul PC will be able to express its deep legal thoughts on the beatiful and soft language of Goethe, and that our gourmet VLX will be able to share with us his daily experiences on the language of Camus. FNV will certainly enlighten us with new quotes from russian poets, hungarian shrinks and jewish intelectuals, while Neptuno, making use of his divine condition, will be able to express himself in esperanto (I strongly suspect that sometimes he already does it).
My dear sailormen, as an old poet once sang: this is the first day of the rest of your lives.
posted by NMP on 2:11 da manhã
#
(0) comments
DA DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO (Post longo: hoje é a minha vez!): Há uns tempos atrás, re-eclodiu na blogosfera (por obra, se a memória não me trai, do Paulo Gorjão) a discussão acerca do aborto, a propósito de um artigo de Vasco Rato no Independente. Aqui no Mar Salgado, o VLX, o FNV e o nosso Master and Commander já escreveram as suas opiniões. O assunto é, para mim, bastante traumático, por uma razão simples: quando decorreu o referendo sobre a descriminalização parcial do aborto, não fui capaz de formar, em consciência, uma opinião suficientemente firme, a despeito das muitas discussões e do "trabalho de casa" que me esforcei por fazer. Como tal, não fui votar, porque não me senti capaz de contribuir validamente para a "vontade geral". E quando não se sabe responder à pergunta que nos põem, é melhor não responder à sorte, ou por impulso infundado.
É sempre muito fácil criticar as opiniões dos outros, sobretudo quando não se tem opinião. É tão fácil (e tão verdadeiro) dizer ao Paulo Gorjão que o problema do aborto não é um problema de direita / esquerda, como dizer ao NMP que, de facto, existe uma tendência sociológica das opiniões de acordo com essa divisão (o VLX perdoar-me-á que, por razões de espaço, não comente o epíteto de "esquerda bafienta" dado a quem defende mais permissividade na descriminalização do aborto, só compreensível da parte de quem considera o Independente como "direita arejada"). As proposições precedentes não são contraditórias - tudo depende do plano em que nos colocamos: o PG sobrevaloriza a instância ideológica (enquanto produtora de critérios de acção política) e o NMP minimiza as representações da estrutura social que está na base dos alinhamentos políticos. Por outras palavras: se o problema social do aborto não se resolve recorrendo às categorias direita / esquerda, nem por isso deixa de ser verdade que a "direita sociológica" se mostra mais renitente a uma política permissiva da interrupção da gravidez.
Interessa-me apenas aqui - e já é muito! - o problema de saber se a lei penal portuguesa deveria ampliar o elenco das causas que permitem interromper legitimamente uma gravidez. Para isso, é importante listar algumas das minhas premissas:
1) a vida intra-uterina não é um nada; é, nas palavras do saudoso Orlando de Carvalho, uma spes vitae, que, justamente enquanto esperança ou potência de vida, merece consideração comunitária e, por isso, protecção jurídica;
2) a vida intra-uterina, sendo potência de vida, não é igual, em plano nenhum (salvo, talvez, no discurso religioso), à vida humana;
3) a conjugação das duas frases precedentes permite compreender que a lei penal portuguesa proíba, em princípio, a IVG, salvo se ocorrerem situações excepcionais onde possam prevalecer outros interesses (que não relevam para justificar um crime de homicídio) - e, neste ponto, a lei penal portuguesa actual parece-me justa e equilibrada;
4) a justificação penal da IVG não é uma imposição, mas apenas uma permissão, pelo que o problema não é, neste plano, e ao contrário do que por aí se escreve abundantemente, moral (o poder de decisão do problema moral permanece com o sujeito), mas exclusivamente jurídico;
5) a "liberdade de maternidade / paternidade" (onde se inclui a "indicação social") não é, do meu ponto de vista, um interesse assimilável àqueles que a lei actual prevê (indicações terapêutica, embriopática e criminal), pelo que não deve servir de justificação ao aborto.
E todavia. Se as coisas fossem assim tão simples, eu poderia ter votado, de consciência limpa, no referendo sobre o aborto, dizendo "não". Mas não são.
Acontece que a criminalização de um comportamento não pode ignorar a realidade social a que se destina. E a verdade é que, segundo uma experiência consolidada ao longo de séculos, a proibição penal do aborto não é respeitada pelos cidadãos, nem pelas instâncias de controlo encarregadas de aplicar a lei. Admito que algumas pessoas deixem de abortar com medo de serem perseguidas; mas interessam-me mais as dezenas de milhar que não deixam de o fazer apesar da proibição, bem como a passividade dos órgãos de investigação criminal (ni vu, ni connu): como dizia o NMP, pouca gente, autoridades incluídas, quererá ver na prisão uma mulher que abortou.
Estes dois factores podem ser suficientes para determinar a ilegitimidade da perseguição penal. O problema aqui já não é, repito, de ponderação de interesses, mas, estritamente, de vigência social das normas. Que, ainda por cima, acarreta consequências gravíssimas de saúde pública (sim, saúde pública).
De modo que este é apenas o testemunho de alguém atormentado com a sua incapacidade de, em último termo, exercer os seus direitos de cidadão, e a quem não é possível esquecer, nesse momento decisivo, o pouco que sabe de direito. A solução ideal seria, talvez, mantermos os nossos bons princípios e que, ao mesmo tempo, todas as mulheres tivessem a possibilidade de ir abortar a países mais permissivos do que o nosso. Salvávamos a nossa boa consciência. Enquanto isso não acontece, só nos resta - ao menos a mim, que não tenho nomes para todas as coisas - um caminho: continuar a ouvir e a reflectir.
(act. em 3-12: Reparo agora que o Caso Arrumado tinha escrito, antes de mim, um post com um sentido muito semelhante; fica, atrasado, o link).
posted by PC on 1:31 da manhã
#
(0) comments
TVI: Hoje fiquei a saber que a TVI - a exemplo de folhetins semelhantes anteriormente realizados com crianças doentes - vai trazer a Portugal um miúdo iraquiano, sem posses e sem esperança de vida caso não seja operado ao coração, neste caso, com o patrocínio daquela estação televisiva.
Embora o preço do share seja verdadeiramente assustador e a palavra decoro já não diga nada a ninguém, se no meio de todo aquele trash se salvar a vida de uma criança...
A salvação a troco do seu sofrimento e... do nosso. Em directo na TVI.
posted by Neptuno on 12:22 da manhã
#
(0) comments
JUDENMMUDE? O Quartzo, Feldspato e Mica (link na coluna da direita) acarinha um projecto de publicação de traduções inéditas de Adrienne Rich. Numa nota biográfica, podemos ler:
(...) nasceu em Baltimore em 1929 e começou a escrever poesia na infância sob orientação do pai, um médico patologista descendente de judeus.
Leio o resto da nota biográfica e encontro um passado de activista anti-guerra do Vietname e a descoberta tardia de uma orientação homossexual. Leio os poemas traduzidos, acho-os muito pouco interessantes. Nada justifica a nota biográfica sobre a ascendência religiosa do pai da senhora. Por isso não consigo perceber é porque é que é importante notar que o pai de Adrienne é descendente de judeus. Que relevância tem? O que acrescenta ao leitor do blogue? A Sra sofreu com isso? É uma nódoa no seu passado? Se o pai fosse descendente de anabaptistas, socinianos, muçulmanos, arminianos, protestantes, católicos, isso também seria referido?
Acredito que não existe nenhuma intenção depreciativa neste excesso de zelo biográfico, mas que soa estranho, soa. No entanto, e sem hesitações, desejo boa sorte ao projecto de tradução e de publicação.
DO APERTO DE MÃO: Avisamos todos os portugueses que os apertos de mão servem, entre outras coisas, para transmitir confiança, amizade, influências, cargos políticos, dinheiro para um off shore, mau cheiro, respeito e força - a ordem é arbitrária. A sida não se transmite com um aperto de mão. Aquele Abraço.
posted by Neptuno on 9:23 da tarde
#
(0) comments
NADA MUDOU? O Público de hoje recorda a visita de Sartre em 1974, ao bando Baader-Meinhoff, cujos membros estavam "presos em más condições". O pretexto é um livrinho de memórias de um guarda prisional, que afirma, que entre outras modormias, Andreas Baader tinha direito até a visitas conjugais sexualizadas, o que os desgraçados de Guantanamo, pressuponho, não têm. O mesmo Sartre dizia pouco tempo antes, que os "números dos americanos" sobre os massacres dos Guardas Vermelhos na Revolução Cultural era "exagerado". Velhas sensibilidades.
Em 1981 a Antígona ( quem mais?) publicava em Lisboa um outro livrinho, originalmente editado em Itália, dois anos antes, na ressaca do caso Aldo Moro, da autoria de Sanguinetti, Do Terrorismo e do Estado. O manual é altamente instrutivo sobretudo para os imbecis que acreditavam que grupúsculos como o Baader-Meinhoff iriam libertar a Europa do "sitema imperialista germânico". Sanguinetti, compagnon de route da IS, deplorava as marionetas alemãs ou as Brigadas Vermelhas, que considerava ao serviço do terrorismo de Estado, do capitalismo internacional, e que serviam apenas para o povo temer a luta proletária. Sanguinetti acreditava que "este terrorismo artificial necessita e exige ser admnistrado em doses crescentemente maciças e frequentes, porque menor parece o mal futuro e o já feito, como diria Dante." Sanguinetti preferia a mil Piazzas Fontana, "uma única greve selvagem anti-burguesa".
Pois é. Nesses tempos não havia a maléfica admnistração americana para justificar o terrorismo artificial. Hoje tudo é mais fácil, não é?
posted by FNV on 9:21 da tarde
#
(0) comments
PRECE, redigida a azul (a lápis azul, claro): Todas as tripulações imaginam o seu Comandante como um ser quase sobrenatural, muito acima dos sentimentos e emoções dos comuns mortais, dotado de uma força superior que o consegue fazer esquecer os seus gostos, as suas sensibilidades, as suas alegrias e tristezas, as suas desilusões. Pois nem sempre é assim, como bem ilustra o nosso Comandante através do excelente momento de poesia postado, o qual mostra claramente a dor que lhe vai na alma, embora esta última esteja verde de esperança. Foi colocada a fasquia muito alta. Espera-se com ansiedade o momento poético habitual por alturas do Natal: não se pode exigir menos do que Luís Vaz de Camões.
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem - ou desgraça ou ânsia -
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância -
Do mar ou outra, mas que seja nossa!
Fernando Pessoa, A Mensagem
posted by NMP on 1:52 da manhã
#
(0) comments
LIVE AND LET LIVE é o slogan da campanha mundial destinada ao combate ao HIV. A situação é particularmente grave em África onde em certas zonas o grau de infecção chega aos 40%. A epidemia é de tal ordem que, para além dos danos terríveis que provocará no continente africano, provavelmente, a prazo, colocará em causa os progresso efectuados na Europa Ocidental e EUA na contenção local da expansão do vírus.
A África do Sul tem hoje em dia 5,3 milhões de pessoas infectadas numa população de 45 milhões. A segunda zona de maior expansão do vírus é a Europa do Leste.
Aqui fica um link para um survey do Economist que como é normal enquadra brilhantemente esta situação. Informa e esclarece.
posted by NMP on 1:36 da manhã
#
(0) comments
EU SEI QUE VOCÊ SABE, QUE EU SEI, ..., ETC: O prémio Foot and Mouth é atribuido pela Britain's Plain English Campaign e destina-se a premiar a pior utilização de inglês do ano. O grande vencedor deste ano foi Donald Rumsfeld com a seguinte frase numa conferência de imprensa: Reports that say something hasn't happened are always interesting to me, because as we know, there are known knowns; there are things we know we know, tendo continuado We also know there are known unknowns; that is to say we know there are some things we do not know. But there are also unknown unknowns -- the ones we don't know we don't know Num honroso segundo lugar o novo governador da Califórnia, que assegurou esta posição com a frase: I think that gay marriage is something that should be between a man and a woman.
Aceitam-se candidaturas para um prémio português semelhante.
posted by NMP on 1:24 da manhã
#
(0) comments
INTRIGALHADA: A medir pelo que se diz na blogosfera parece que o grau de intriga política em Portugal voltou a subir exponencialmente. O voto em Bruxelas sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento corresponderia a uma tentativa de isolamento da Ministra das Finanças no Governo. Em seu socorro teriam acorrido pronta e eficazmente Cavaco Silva, Pacheco Pereira e Marques Mendes.
Desconfio normalmente destas teorias conspirativas a posteriori. Deste tipo de explicação muito elaborada que apenas surge após as coisas serem efectuadas e concluídas. E sobretudo não me parece muito razoável que Durão Barrosos alinhasse numa estratégia masoquisto-suicida dessas.
A Ministra das Finanças é, para o bem e para o mal, o maior garante de credibilidade e determinação política do Governo. Como tentei expôr aqui há uns dias Portugal tem de alterar o seu modelo económico, o que não se faz num ano e meio. Para manter Portugal nesta rota é preciso espírito de sacrifício, coragem e determinação políticas, qualidades que, como se sabe, não abundam.
posted by NMP on 1:03 da manhã
#
(0) comments
CHAMEM-ME O QUE QUISEREM: Vai por aí uma discussão esotérica sobre a relação entre direita, esquerda e a questão do aborto. É sempre interessante ver pessoas a justificarem posições pessoais e íntimas através da sua peculiar interpretação de conceitos difusos e imprecisos como os de esquerda e direita. Em Portugal ainda há muita gente que tem medo de ter opiniões que contrariem o que delas seria de esperar. Que necessita do amparo do grupo (do partido, da esquerda ou da direita). Que acha que tudo na vida tem de ter uma caução e uma cobertura política. Damos com elas a argumentar não contra argumentos e opiniões, mas contra fantasmas: os seus estereótipos e ideias feitas - a direita é contra o aborto, a esquerda é a favor. O resultado disto é sinceramente confrangedor: uma arrazoado argumentativo, retorcido e pouco esclarecedor.
Por alguma razão (a de nesta discussão confluírem questões delicadas e que lidam com dimensões éticas, morais e religiosas) há um sólido consenso entre constitucionalistas e cientistas políticos que esta é uma questão típica para referendo. Porque a opinião sobre o aborto não é representável por outrém, eleito para uma representação meramente política, não para uma representação moral ou ética.
A questão que se me coloca é se entendo que uma mulher que aborta deve ser responsabilizada criminalmente. Não é se a senhora faz bem ou mal (ainda que não seja um relativista asoluto, passe a expressão, tenho dificuldades em fazer juízos de valor ou morais sem conhecer os casos em concreto). Pois eu entendo que uma mulher que aborta não deve ser responsabilizada penalmente. Nem sequer ponho a questão em torno da suposta (e questionável) liberdade da mulher a fazer o que quer do seu corpo. Apenas me interrogo se uma mulher que praticou um aborto deve ser punida criminalmente (investigada, acusada, julgada, condenada e eventualmente detida). Eu acho que não e como tal que a actual lei é aberrante.
Isto não quer dizer que vote sim em todos os referendos (votei no último). Depende do limite temporal para este acto (só até aos 3 meses, a partir de onde parece estar provado cientificamente que existe vida nervosa e cerebral) e da abolição do chamado partial-birth abortion que, como o próprio nome indica, é uma técnica abortiva particularmente chocante.
Esta posição resulta de uma convicção íntima minha e eu não tenho a pretensão de convencer ninguém sobre os seus méritos e a sua justeza. É o produto de um compromisso díficil entre convicções morais, éticas, religiosas e a minha (e não de outrém) experiência de vida, mundividência, recolha de testemunhos e consciência cívica.
Posso convocar argumentos tradicionalmente de esquerda para me amparar, como a injustiça social de os mais ricos poderem praticar estes actos no estrangeiro, enquanto os mais pobres têm de se sujeitar a condições humilhantes de alto risco para a saúde individual e pública. Ou esgrimir razões classicamente de direita para me justificar, como o facto de uma lei penal ser tão generalizada e consensualmente violada (até os defensores da actual lei não gostariam de a ver aplicada em concreto) significar o descrédito da autoridade do Estado de Direito.
Mas não o faço. Limito-me a afirmar que esta é a minha opinião, que não pretendo convencer ninguém dos seus méritos, que não estou sequer interessado em discuti-la. Apenas peço que a respeitem. Quanto ao mais, chamem-me o que quiserem: de direita arejada, esquerda bafienta, insensível ou assassino.
A CAPACIDADE DE VER: O Quase em Português escreveu um post sobre Loustal, um dos meus melhores autores de BD de sempre, sintetizando brilhantemente a sua maior qualidade: a capacidade de ver. Subentende-se, claro está, que essa capacidade só pode ser avaliada graças à capacidade de reproduzir os ambientes vistos (ou imaginados). No estilo dos Carnets de Voyage, recomendo ao Lutz o Lumières du Jour; e, para quem gosta de BD, os fabulosos Mémoires avec Dames (texto de Fromental) e Barney et la Note Bleue (texto de Paringaux). A página de Loustal está aqui.
posted by PC on 6:37 da tarde
#
(0) comments
QUE FALTA DE LUCIDEZ A MINHA!...: Reparo agora que ontem coloquei um post referindo-me a um artigo excelente do Público, atribuindo a sua autoria a Álvaro Barreto. Espero que não tenha levado ninguém a perder tempo pelo jornal à procura do artigo do conhecido e afamado Gestor pois a quem eu me referia era, efectivamente, a António Barreto.
Enquanto nenhum dos meus colegas de tripulação, conhecedores destas traquitanas e engenhocas dos computadores, corrige amavelmente o post, aceitem todos, desde os visados aos três ou quatro leitores que tenho, as minhas sinceras desculpas.
posted by VLX on 4:48 da tarde
#
(0) comments
SOZINHO EM CASA: Há lá coisa melhor? Não se ouvem berros, zaragatas, corridas escada acima, escada abaixo, brinquedos espalhados por todo o lado. Antes um silêncio profundo e a penumbra, deixando-se ver apenas, ao fundo, um pouco de mar. A lareira crepita alegre e compassadamente e este LBV da Noval, de 1994, é realmente excelente.
É chegada a altura de limpar o pó à Quad e de aquecer as Marantz, para mostrar ao aparelho auditivo que existem muitos outros sons para lá daqueles que a aparelhagem de todos os dias nos fornece.
O Público já está, comodamente, à mão, mas juntemos ainda o último livro de Elizabeth George para melhor distracção. O telemóvel convenientemente desligado. O sofá com as almofadas comodamente dispostas.
Vejamos então como ficou este último Acústico do Rui Veloso e se a Maria Rita é assim tão boa como foi a Elis Regina...
Sozinho em casa. Há lá coisa melhor?
posted by VLX on 4:34 da tarde
#
(0) comments
BROEIROS: Para aqueles que hoje por hoje, se excitam com qualquer derrota dos EUA, nem que seja ao berlinde, aqui vai uma boa notícia, com os cumprimentos do Diário de Coimbra: uma broa gigante, de 402 metros cozida ontem em Viseu, destronou o anterior vencedor da categoria de maior pão do mundo, no Guiness, um cacete feito em 1982, em Nova Iorque.
posted by FNV on 12:48 da tarde
#
(0) comments
TEA & TOASTS: O meu companheiro de tripiluação VLX não se importará, dado a inocuidade da matéria, que eu publicite uma sua vitória recente: o fim dos jantares familiares de Domingo à base de chá e torradas. Este regozijo delicioso do VLX, ainda que simples, encerra um mundo tão frágil quanto necessário: o equilíbrio familiar.
Estamos quase no Natal, altura em que para lá dos desafortunados da vida e dos doentes, uma outra espécie sente incómodo. Falo daqueles que rangem os dentes contra a hipocrisia das reuniões familiares, contra a obrigação de consumir, contra o Pai Natal inventado pela Coca-Cola e por aì fora. Esta altura recorda-lhes o que não conseguiram manter ou construir, é um tempo fresco, demasiado fresco.
A família tradicional, carregada de raivas e alianças seculares, é no entanto um espaço que obriga o sujeito a reconhecer duas coisas: que foi amado e que sabe amar. Obriga o sujeito a re-conhecer a sua história, despoja-o da ilusão narcísica fundamental: fiz-me a mim mesmo. Canteiro florido infestado de tragédias daninhas, a família contém nutrientes essenciais ao mui heideggeriano estar-no-mundo, pois que o sujeito assalta a profecia. Negociando, refreando-se, mentindo e sossegando, apercebe-se que a sua história só tem sentido perante a história dos outros; Assim como a solidariedade, o respeito e o amor.
Cães e crianças, mães e irmãos, chá e torradas, pinheirinhos enfeitados e sapos engolidos é o que nos prepara para a solidão. Para a insuportável solidão de sermos um ponto do círculo. Como o VLX, estaremos também melhor preparados para aceitar a solidão do outro; do que está-(só)no-mundo.
posted by FNV on 11:35 da manhã
#
(0) comments
1º DE DEZEMBRO: Há uns anitos atrás, em 1640, no Palácio do então D. Antão de Almada, quarenta fidalgos - entre os quais o Dr. Sanches de Baena, D. Miguel de Almada, Pinto de Mendonça, Padre Nicolau da Maia, D. Telo de Meneses, D. Carlota de Noronha e outros - chefiados pelo Dr. João Pinto Ribeiro entenderam por bem pôr fim ao governo espanhol do País e devolvê-lo aos nossos, na pessoa do Duque de Bragança, que veio a reinar como D. João IV.
O ofensivo jugo espanhol, que terminou com Filipe III (IV de Espanha), o Opressor (o Grande, para Espanha), viu o seu declínio final iniciar-se nessa reunião, à qual se seguiu a expulsão dos espanhóis e a restauração da independência de Portugal.
Aos menos impressionáveis poderá parecer estranha a comemoração desta data nos inícios do séc. XXI.
Dado o poder actual do Reino de Espanha, das Repúblicas Francesa e Alemã e do crescente poder que se vai criando na União Europeia sobre os diferentes países, ao arrepio das diversas nacionalidades e naturais diferenças entre povos, não há nada melhor do que recordar e honrar estas datas, factos e nomes, que ainda de muito nos irão servir para garantir a nossa individualidade, orgulho, independência e honra.
posted by VLX on 1:42 da manhã
#
(0) comments
DIREITO DE RESPOSTA: Se, um dia, Paulo Gorjão (do Bloguítica) se sentir verdadeiramente interessado e capacitado para discutir serenamente comigo ideias e pontos de vista, encontrar-me-á aqui. Se for para discutir a minha personalidade, formas de escrita ou de intervenção, desculpar-me-á mas (repiso) não tenho tempo nem paciência, e muito menos idade e interesse. Ficámos esclarecidos?
NATURALMENTE: De Ana Gomes, do Causa Nossa (link na coluna da direita): "(...) neste Portugal onde os media estão cada vez mais acorrentados a carteis de extracção colombianos e tudo. (...)".
Sim senhora, Vexa fazia cá muita falta. Resta saber como os blogues de jornalistas vão reagir ( o post data de 22 do corrente mês, mas há sempre sempre tempo de se chegar atrasado). Se fosse um palerma qualquer a vociferar contra o domínio dos media por meninos e meninas saídos do curso de Comunicação Social afectos ao BE, a reacção seria pronta: "caso clínico", "quais orgãos de comunicação social?" e outros mimos similares.
É a double talk em todo o seu esplendor colombiano.
posted by FNV on 9:25 da tarde
#
(0) comments
SETE MINUTOS DE BOA EDUCAÇÃO NO PRIMEIRO MUNDO: António Fagundes levou uma ensaboadela de civilização em Portugal, onde apresenta a sua peça teatral "Sete Minutos". E já leva o que contar, quando regressar ao terceiro mundo de onde veio. Não é que o incauto fechou as portas do teatro à hora do início da peça, não deixando ninguém entrar para lá dessa hora? Que audácia! Não só afrontou costumes de atraso bem sedimentados na vipalhada alfacinha bem como desassossegou as pacatas gentes do Porto, que obrigaram o artista a escapar pelas traseiras do teatro auxiliado pela polícia de choque, que impediu a educada turba portuense de mostrar a Fagundes "com quantos paus se faz uma canoa."
Sendo estrangeiro, Fagundes ainda não percebeu que este país idolatra a doutrina do atraso. Do físico ao mental. E que quem não alinha nessa doutrina ainda é objecto de chacota por parte da maioria retardada militante.
Felizmente que ainda há tugas que fazem frente a estes estrangeiros com a mania que têm maneiras, tratando-os à antiga, como merecem: na ponta do sapato!
posted by Neptuno on 8:17 da tarde
#
(0) comments
(EM TEMPO): Avisam-me aqui do lado que PG do Bloguítica é Paulo Gorjão. Paulo Gorjão seja.
posted by VLX on 7:28 da tarde
#
(0) comments
DIREITO DE NÃO RESPOSTA: Um tal de PG, do Bloguítica (link na coluna da direita) perdeu o seu tempo a escrever atabalhoadamente um post - que seguramente pretendia ser ofensivo - sobre dois dos meus últimos textos. Não falava sobre a matéria dos textos, mas apenas sobre o seu autor e sobre a forma, com uns termos que faziam transmitir a leve impressão de não ter simpatizado muito nem com um, nem com a outra.
Acontece que embora eu goste imenso de debater serenamente ideias e pontos de vista contrários (mais do que ele, pelo menos fiquei com essa ideia...), não tenho tempo nem idade nem paciência para arruaças, rixas e cenas de faca e alguidar. Algures pelo universo dos blogues, PG encontrará certamente quem goste de discutir com ele daquela forma como ele colocou, logo no início, um potencial debate. Divirta-se.
posted by VLX on 7:19 da tarde
#
(0) comments
FALTA DE LUCIDEZ: Para esta semana, Manuel Monteiro, da Travessa do Fala Só, defende uma moção de censura ao Governo. Eu espero que alguém ande por aí a registar o que vai saindo da cabeça do rapaz e pela ordem em que lá se encontra: mais tarde ou mais cedo, tudo muito bem reunidinho num livro humorístico, vai dar um best-seller formidável.
Pela minha parte, registo que MM pertence ao grupinho de pessoas que quer que o Estado comece a esbanjar à doida e a endividar-se ainda mais. Pelo menos esta semana; para a próxima quem sabe?
posted by VLX on 6:47 da tarde
#
(0) comments
LUCIDEZ: Álvaro Barreto, no Público, através do seu artigo denominado “Duplicidade”, dá-nos mais um maravilhoso exemplo do que é um artigo lúcido, atento, sereno e responsável.
Os meus Domingos seriam infinitamente piores sem a companhia da sua opinião. A ler.
posted by VLX on 6:35 da tarde
#
(0) comments
NOVA MODINHA DAS FORÇAS DOS EUA: Desde o dia de Acção de Graças que o contingente americano tem uma nova modinha. Aqui vai:
Sargento: Como se chama o garçom / que vos serve o perú?
Tropa (em coro): É o Jorge Dabliú! O querido Jorge Dabliú!
posted by PC on 4:06 da tarde
#
(0) comments
SOBE E DESCE (mas subirá porquê?...): Abro o Público e lá encontro a carinha do homem, toda sorridente, no topo da coluna do “sobe e desce”; o que será, que eu não dei por nada? Ao que parece, o Público destaca positivamente o PR por ele ter dito que ouvia comentar a descolonização mas não ouvia comentar a guerra e por ter feito críticas às sucessivas revisões de fundo da Constituição (CRP), chegando até a fazer comparações com o que acontecia em Espanha. A gente lê cada coisa nos jornais... Que interesse poderão ter tido estas duas intervenções do PR? Que benefício trarão? O que tiveram de positivo que justificasse a sua posição naquela coluna?
Não saberá o Público que o PR já deu sobejas provas de que está sempre pronto a vir a terreiro (ou à televisão) defender os amigos em situação difícil? Não vê que estas intervenções são só para desculpabilizar os seus amigos que fizeram a descolonização e a Constituição de 76?
O Público é jornal com pergaminhos suficientes para saber que o PR é como é e, ao mesmo tempo, para saber que a nossa CRP teve e tem de ser constantemente melhorada e expurgada daquela panóplia de comunistices com que foi atafulhada até ao pescoço em 76. Que o nosso PR não queira reconhecer que aquela CRP de 76 foi das piores coisinhas que se fizeram e que não queira ver aquilo mudado, é uma coisa; outra bem diferente e que me surpreende é que o Público venha aplaudir o PR neste ponto.
Tivéssemos nós conseguido evitar a infiltração total dos manuais de esquerda na CRP e talvez não houvesse necessidade de a alterar tantas vezes, como acontece em Espanha.
A outra frase ainda é mais desprovida de sentido. A que propósito é para aqui chamada agora a Guerra Colonial? O que é que isso tem a ver com as calças? O que interessa isso? Não perceberá o Público que essa frase do PR só serve para afastar as atenções daqueles seus amigos que fizeram, negociaram e montaram a pior descolonização de sempre? Não compreende o Público quando lhe estão a atirar areia às pazadas para os olhos? Desconhecerá o Público que a descolonização efectuada há 30 anos condenou à guerra e à morte uma quantidade infinitamente superior de vidas do que aquelas que se perderam durante a chamada Guerra Colonial? Que ainda hoje as populações sofrem? Que a descolonização abandonou os portugueses à sua sorte, primeiro nas províncias e depois no continente?
E, por fim, não percebe o Público que o PR, pela segunda vez em poucos meses, pretendeu determinar as questões sobre as quais a população deve ou não falar? Curiosamente, nunca quer que se fale dos seus amigos. Eu até o compreendo, com amigos assim...
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.