A PIRANHA: No Causa Nossa ( link directo só disponível na coluna da direita) LFB informa-me que Saramago apagou todas as dedicatórias a outras mulheres nas suas obras pré-Pilar, substituindo-as pela singela "para Pilar". Isto significa no texto bem-humorado, mas também ácido, de LFB, que Saramago interpretou o que se poderá designar por "estalinismo romântico".
Tremi com a possibilidade de quase todos os homens dedicados terem uma costela estalinista. O normal é retiramos a fotografias, as ofertas, as marcas de anteriores relacionamentos quando nos engajamos à bolina da vida com a nossa mulher. Mas o curioso é que tal por vezes não basta: o cíume feminino, menos carnal e mais relacional, é por vezes absoluto. Tive em psicoterapia uma mulher que não só não tolerava as recordações de outras, como perseguia afanosamente todos os territórios afectivos rivais do amado. Assim, conseguiu que ele quebrasse a ligação com alguns dos seus amigos mais próximos, com a mãe, com o gato, enfim, com tudo o que viesse do passado. A ideia dela era que tudo que o amado amava antes de a conhecer constituia um ataque à relação, era pré-determinado por sentimentos que ela sentia como exteriores à relação, por tal ameaçadores. Certas coisas não conseguiu mudar - a filiação clubística, a caça, relações profissionais - mas não por falta de esforço. Os psicanalistas são dados aos exageros e à aldrabice, mas por vezes produzem interpretações sólidas e certeiras. Esta mulher é bem descrita por uma decana da psicanálise, Melanie Klein: provavelmente sofrendo de um sentimento abandónico, mal-amada parentalmente, preterida por irmãos mais novos, desenvolveu uma inveja voraz, deliquiscente. A relação com o seu amado devolveu-lhe a ilusão de controlar a balança dos afectos, assim se compreendendo a ferocidade demencial com que atacava tudo o que não pertencia à relação. Habitavam os dois naquilo que outro psicanalista, louco e genial, Paul Racamier, descrevia como a galáxia narcísica, termo que aplicava à relação da mãe esquizofrenizante com o seu filho. Resta que o parceiro desta mulher, que não conheci senão pela voz dela, se deixava envolver no casulo, beneficiando calculo, de um atenção tal, que lhe resolvia contas antigas.
Saramago concerteza que não habita este universo, as suas novas dedicatórias serão talvez fruto de uma paixão final. Mas noutro mundo, não está livre de encontrar uma piranha.
posted by FNV on 12:04 da tarde
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AMANHÃ: É dia de S.Anastásio, feriado municipal em Arouca, e dia de festa cá em casa. Porquê? Amanhã saberão.
posted by FNV on 12:04 da tarde
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NO PRELO: Estive a trabalhar a noite toda num processo complicado. Passei muito rapidamente os olhos por três jornais. Transcrevi uns textos. Compreenderão certamente que deixe para amanhã os breves comentários ao belíssimo casaco de pele com que Vasco Gonçalves se deixou fotografar nas últimas aparições públicas.
posted by VLX on 5:03 da manhã
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IMPRENSA LIVRE II: Olha outro exemplo de liberdade de imprensa na página ao lado! Agora referente ao epíteto de fascista, com considerações alusivas às festividades. Aqui vai:
“Mas o que se ouviu no estádio da Fundação Nacional Alegria no Trabalho (FNAT), para onde confluíram em Lisboa os manifestantes do 1º de Maio (...). (...) Ouviram-se logo gritos de «Cunhal ao Governo». O 25 de Abril ficou com dono nesse dia. (...) As cadeias encheram-se. No dia 25 de Abril havia nos cárceres da metrópole uma centena de presos políticos. Um ano depois, em 1975, havia dois mil, (...).
Em Portugal houve sempre uma sociedade civil separada do Estado. Os advogados, médicos e empresários que subscreviam os abaixo-assinados da oposição eram a prova de que se podia ganhar a vida e fazer carreira em oposição ao regime. Havia jornais, editoras, associações e escolas dirigidas por oposicionistas declarados. (...)
Nas eleições desse ano [1969, Mário Soares] recusou submeter-se à frente eleitoral patrocinada pelo PCP, e viu-se por isso caluniado como «divisionista», «traidor» e «amigo de Caetano». No exílio arranjaram gente para ir bagunçar as aulas que dava em Paris. (...)
Quando Soares reconheceu, no 1º de Maio de 1974, as «vítimas» do PCP, admitiu que, na hierarquia do antifascismo, o PCP estava em primeiro lugar. Por isso, a Cunhal nunca passou pela cabeça tratar Soares como igual. No 1º de Maio de 1975 Soares já não teve licença para falar. (...)
Criou-se o hábito de tratar os «excessos» do PREC com alguma benevolência. (...) Manteve-se gente presa sem culpa formada, proibiram-se partidos políticos, suspenderam-se jornais – tudo em nome do combate ao «fascismo». Nas prisões, praticou-se alegremente aquilo que depois se designou por «sevícias», não fosse pensar-se que a tortura de presos políticos tinha, afinal, continuado a ser praticada no «Portugal livre». (...)”
Estes trechos pertencem a Rui Ramos e o texto integral pode ler-se no Independente de 30 de Abril de 2004, páginas 14 e 15. Antes da esquerda democrática e adepta da liberdade de expressão começar a atirar pedras por aí abaixo, recorde-se que este humilde mensageiro apenas faz o que a esquerda apregoa tanto: é preciso dar a conhecer o 25/4 aos mais novos para que eles saibam o que foi. Como eu não devo saber muito bem o que foi, socorro-me do texto dos outros e divulgo-os em nome da liberdade.
posted by VLX on 4:52 da manhã
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IMPRENSA LIVRE: Se há coisa que sempre irritou sobremaneira a esquerda a sério - aquela esquerda pura e sem desodorizante, sem nada de burguês - foi a imprensa livre, aquela imprensa verdadeiramente livre e que fala do que sabe, do que quer e como quer. Se pudesse, a verdadeira esquerda atirava aos leões os autores da imprensa livre. Acaso isso não fosse possível, cortava o pescoço ao mensageiro de tais notícias. Mas como não estamos na Roma antiga, 'bora aí postar alguns exemplos da liberdade de expressão, coisa que a esquerda tanto apregoa gostar:
“Isabel do Carmo foi condenada a 11 anos de prisão. (...) Isabel do Carmo seria libertada (...) beneficiando da amnistia que lhe foi concedida. (...) No balanço da actividade do PRP dirigido por Isabel do Carmo ficam quase 30 assaltos, várias bombas e o envolvimento – nunca definido com precisão – em duas mortes. (...) Os crimes porque foi julgada (...) ocorreram depois de a democracia vigorar em Portugal.”
Está visto que a fulana merece indubitavelmente a Ordem da Liberdade que Jorge Sampaio lhe quis atribuir. Outra coisa não lhe podia ser oferecida, depois de a terem solto.
(O texto entre aspas é de Carlos Gonçalo Morais e encontra-se no Indy de ontem: se a esquerda o quiser atirar aos leões, tenho imensa pena mas na verdade não o conheço pessoalmente. Quanto a mim, para que não fiquem dúvidas, sou apenas um modesto mensageiro que, embora em dieta, ainda tem um pescoço demasiado largo para ser cortado facilmente.)
posted by PC on 2:07 da manhã
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AQUI AO LADO COMO LÁ AO FUNDO: Este alargamento será entendido em alguns círculos como a vitória da McDonalds e da Coca-Cola, do consumismo, da alta finança, enfim, do que quiserem. Mas certamente que o meu companheiro de nau PC, na subtil referência que faz a esta leitura, com a qual concordo desde que se deixe cair o desprezo excessivo pelo dinheiro, não imagina que letões, checos ou polacos quiseram outro destino. Povos com História e que resistiram a atrocidades inimagináveis, não merecem que se lhes passe um atestado de imbecilidade. Como o povo espanhol, aqui ao lado, não mereceu o labéu de cobarde que alguns que lhe quiseram afixar, por ter despedido o Sr. Aznar na ressaca da matança de Madrid. Nos países do alargamento houve referendos e/ou declarações explícitas da vontade de pertencer à UE por parte das forças políticas que alcançaram o poder. A democracia, vale tanto em Madrid como em Varsóvia, aqui ao lado como lá ao fundo. Ou não ?
posted by FNV on 1:41 da manhã
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ABERTURA A LESTE II: Quando até o o nosso FNV - marinheiro consabidamente anti-utópico, céptico e adepto da realpolitik - celebra o alargamento a leste por resultar da "vontade dos povos", como não esquecer, ao menos na noite de hoje, os imperialismos larvares e não armados que obrigam às conglomerações geo-políticas? A todos os polacos, eslovenos, malteses, checos, eslovacos, húngaros, cipriotas, estónios, lituanos e letões leitores do Mar Salgado, daqui vai um amplo abraço de fraternidade europeia e um brinde à nossa felicidade comum (sobretudo para os letões, por quem nutro um particular carinho: não é fácil ser apresentado como "fulano de tal, letão"). Saúde!
ABERTURA A LESTE: O alargamento da UE assinala algo de extraordinário na História europeia: pela primeira vez, a leste, as fronteiras são massivamente abolidas, mas não pela acção de imperadores e seus impérios, pela guerra ou pelo fanatismo religiososo e ideológico. Este alargamento resulta da vontade dos povos, de um projecto civilizacional claro, da sobrevivência a uma das maiores mentiras da História. Mas também resulta da homogeneização cultural, tal significando economia, estilos de vida e circulação de informação perigosamente comuns: como já ensinava Maquiavel, valores cruciais competem por vezes entre si, a escolha humana é dilacerante e abandónica.
J.Linz e A.Stepan, num interessantíssimo estudo publicado já há alguns anos ( Problems of Democratic Transition and Consolidation; Southern Europe, South America and Post-Communist Europe,1996, John Hopkins University Press), resumiam algumas das características dos colapsos comunistas em alguns dos países que hoje entram na UE. A nota comum era a raiz ocidental da resistência que húngaros e checos, por exemplo, sempre detiveram apesar da opressão comunista, bem como a presença católica na Polónia. No fundo, eles estiveram sempre conosco.
posted by FNV on 10:46 da tarde
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MUDAM-SE OS TEMPOS: Há menos de meio ano, quando um microfone da SIC era avistado em mar azul-portista, era um ver-se-te-avias. Agora, Pinto da Costa dá entrevistas de fundo e até declarações exclusivas, como no dia do empate em Manchester.
O porquê desta suave ondulação, este vosso marinheiro desconhece. Mas sabe que, enquanto hoje, para a RTP e para a TVI, a notícia do dia era a divulgação do relatório oficial da IGF sobre o favorecimento de Nuno Cardoso ao FCP ( ignoro a consequência jurídica), a SIC e a SIC-Notícias alinhavam a notícia no fim dos telejornais, entre o atropelamento de um cão em Unhais de Baixo e o nascimento de cinco gémeos em Honolulu.
posted by FNV on 7:27 da tarde
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JÁ CONHECEU MELHORES TEMPOS: Vasco Pulido Valente passa por uma crise permanente ou então anda atarefado com algum ensaio sobre João Franco. Certo é que já escreveu menos, mas melhor. O texto de hoje sobre o Bloco de Esquerda parece um texto ( como este) feito em cima do joelho num qualquer blogue (como este). É estafada a tese segundo a qual o BE constitui um alegre grupinho sensível às causas da moda, com uma existência política virtual.
Desde logo porque valendo eleitoralmente, já de há alguns anos para cá, cerca de 4%, o grupinho extravasou de há muito o Frágil, o Gigi, e a Universidade Nova de Lisboa. Depois, porque a estes 4%, acrescente-se a influência dos seus proselitos em muitos media de referência, não tanto na direcção dos mesmos, ou nas crónicas televisivas semanais, (como o BE não se cansa de sublinhar), mas noutros terrenos: na agenda dos temas, no estilo de abordagem, na selecção e promoção de personagens, organizações e eventos ( veja-se a depressão em algumas redacções, motivada pelo flop da última manifestação anti-guerra do Iraque, depressão essa que se traduziu por um pesado silêncio no day after). Pelos idos de 1996, Álvaro Cunhal dizia-me que o PCP não conseguia fazer passar a mensagem não porque estivesse desactualizado, mas porque os media não se interessavam pelo partido, dado que estavam nas mãos dos lobies. Ele lá sabia.
No ensino, o BE têm uma presença pujante, reciclando ex-estalinistas e pós-analfabetos, unindo-os no ódio da moda: globalização=capitalismo=USA. Muitos departamentos universitários, na área das ciências sociais, são completamente infrequentáveis por quem não professe a cartilha.
Parece-me pois, que VPV anda distraído.
PS: De resto, a tendência do BE é para crescer: moles imensas de ignorantes estudantes universitários são muito mais depressa atraídos pela aura de cultura e cosmopolitismo que exala um Miguel Portas, uma Ana Drago ou um Fernando Rosas, do que pelas mãos calejadas e modos rudes de um Jerónimo de Sousa ou pelos telhados de vidro e pelo sotaque de velha beirã de um Carlos Carvalhas. Isto, adicionado ao folclore adolescencial-populista convenientemente mediatizado, obrigará VPV a rever em breve as sua teses.
posted by FNV on 5:25 da tarde
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AH, LEÃO!: Alguém gritava ontem na Aula Magna, por entre os incessantes, merecidos e sentidos aplausos recebidos por Rodrigo Leão e sua banda, na apresentação do novo disco "Cinema". O título do novo cd não podia ser mais apropriado, já que se trata de músicas que transmitem emoções e sentimentos e que, por entre o grande virtuosismo dos seus intérpretes, também nos transportam para os cenários mais diversos. Excelente espectáculo que prenuncia um excelente cd.
posted by Neptuno on 5:20 da tarde
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CASABLANCA: Hoje deu Casablanca, na 2. Eu sei, eu sei... eu sei que tenho o Casablanca em vídeo, que o tenho em dvd, que já o vi dezenas de vezes. Mas sou incapaz de o perder quando passa na televisão. E hoje passou. Excelente filme!
PEDRA FILOSOFAL: No passado 25 de Abril, Otelo dizia a um grupo de crianças, na RTP 2, que "Portugal esteve à beira de fazer uma experiência extraordinária", uma "democracia directa como nunca houve". Hoje, Maria de Lurdes Pintassilgo, foi de fugida à SIC-Notícias dizer que "a Revolução não vingou por culpa das instituições", mas que "é necessário outro tipo de democracia e deitar fora este lastro que não interessa a ninguém."
O nosso TRM, na resposta aos textos do também nosso VLX ( ver abaixo), diz que não se pode comparar uma intenção - a de criar em Portugal uma ditadura do proletariado soviética - com o que de facto aconteceu, o Estado Novo, durante 48 anos. Mas eu cuidava que a esquerda era dada às utopias; assim, uma "experiência", ainda que não realizada, um "lastro deitado fora que não interessa a niguém", estas coisas, julgava eu, deveriam ter, para um homem de esquerda como o nosso TRM, o mesmo valor do que a realidade. Ou não é o sonho que comanda a vida?.
posted by FNV on 9:31 da tarde
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LAPSOS: Enquanto escrevo, Nuno Cardoso transpira numa entrevista à SIC-Notícias. Mário Crespo, suavemente, indaga se não existe no mínimo, "uma relação curiosa entre uma câmara" e um determinado clube de futebol. Nuno Cardoso diz que o que há é "uma sucessão de lapsos". A coisa gira em torno de um terreno que o tal clube contabilizou como activo, quando esse terreno não era seu, o que por lapso, a câmara se esqueceu de registar, e o tal clube, também por lapso, se esqueceu de abater aos activos. Sublinho que estou a reproduzir as palavras de Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto. Recordo-me de um outro lapso, passado com o mesmo clube, da mesma cidade, há uns anitos: pagaram, por lapso, uma viagem familiar de um determinado árbitro, viagem essa que deveria ter sido facturada a uma agência de viagens, que por acaso trabalhava com o referido clube. Uns desorganizados, é o que são, pelo que contam com toda a simpatia deste vosso escriba, também ele dado a lapsos e à desorganização.
posted by FNV on 9:15 da tarde
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OS SUPLICANTES: O Público deu-se ao trabalho, meritório, diga-se, de investigar quem, quando e como, colocou na imprensa os anúncios da manifestação de desagravo ao túnel e a Santana Lopes, marcada supostamente par ahoje em Lisboa. Acho muito bem que se investiguem trapalhadas. Mas eu estou interessado noutras: em Gondomar, dizem os media (sempre com acesso ao segredo de justiça), existiria uma teia de cumplicidades entre construtores civis e a câmara municipal. Em troca de dinheiro para financiar o PSD local, os edis facilitariam os interesses dos construtores: só assim, segundo os media, se compreende que fossem sempre as mesmas empresas a ganhar os concursos municipais. E que tal levantarem o rabo da cadeira e irem investigar outras cidades onde há anos são quase sempre as mesmas empresas a vencer os referidos concursos? Isto, claro, depois de terem apurada muito bem apuradinha, toda a história dos anúncios dos amigos de Santana. Interesse nacional oblige.
posted by FNV on 7:18 da tarde
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (VII): Ainda estão a 25?... Eu estava quase a começar a preparar o primeiro do mês seguinte. Ainda por cima a pontaria anda fraquíssima (o mal deve ser geral). Não sei onde o TRM terá ido buscar que eu justificaria a existência de presos políticos com intuitos de recuperação económica do país: nem eu nem as pessoas a que me referi disseram tal coisa! A ideia, aliás, parece-me de tal forma extravagante que nem merece grande comentário, a não ser o de que a interpretação de textos tem muito que se lhe diga: é cada cabeça, cada sentença. Ou, visto daqui, cada tiro, cada melro.
Engraçada, porém, a ideia de que a extrema esquerda não pretendeu fazer aqui um regime totalitário comunista, e a de que esse regime não fosse mil vezes pior do que a ditadura que tivemos. Não sou dado a comparações nem acho que esta se justifique, mas frases assim só escritas por quem não conheceu qualquer dos regimes...
posted by VLX on 6:30 da tarde
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (VI): Comentando o post anterior com o mesmo título, parece-me que a verdade histórica é sempre escrita pelos vencedores. No entanto, parece-me que também é verdade que o PREC apontava para uma ditadura de esquerda de inspiração soviética. E não me parece que tivesse que ocorrer especificamente em Portugal, naquela altura, para se poderem avaliar os respectivos malefícios. Ou será que o nosso TRM também acredita que a Coreia do Norte é uma democracia?
posted by Neptuno on 4:19 da tarde
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (V): A insistência é um traço de personalidade bem vincado no meu amigo VLX. Deve ser por isso que continua a tentar apaziguar o que foi um regime ditatorial. Segundo VLX a ditadura portuguesa foi um ditadura tipo Português-suave, onde os presos políticos eram só 150, nada de mais quando comparado com a brutal recuperação económica e enormes conquistas sociais.
Mas o que mais me chateia no discurso do VLX não é a conversa de "paninhos quentes", mas sim criar a ideia de que a extrema-esquerda iria originar um regime totalitário, mil vezes pior que a ditadura. Até podia ocorrer, mas comparar uma coisa que existiu (e que tenta desculpar e compreender), com algo que nunca existiu mas que imagina como horrível é um exercício muito pouco ortodoxo. Enfim, acaba por ser como aquelas raparigas que levam porrada do namorado mas que não o trocam porque pensam que os outros são piores...
Meu caro, a liberdade existe ou não existe. O 25/4 devolveu-a. É esta a verdade histórica...
posted by TRM on 2:52 da tarde
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ONDE ESTÁ O CRUZES?: Algo de muito estranho se passa com o Cruzes Canhoto. Ontem, quando se tentava abrir a página, surgiam umas coisas estranhíssimas. Hoje, aparece uma janela a perguntar se queremos importar um ficheiro. Não percebo nada de informática, mas isto não augura nada de bom; conselho de ignorante para os tão ou mais leigos do que eu: se vos aparecer essa janela, recusem o carregamento do ficheiro.
Alguém sabe o que se passa?
posted by PC on 1:19 da tarde
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (IV): O nosso PC, no tom imperial que o caracteriza, é muito rápido no gatilho mas não acerta uma, ou pela pressa ou porque dispara do alto da burra e esta não pára de se mexer, impedindo-o de apontar correctamente. Começa por dizer que o meu post refere-se ao que foi o 25/ para mim. Não sei onde foi buscar isso: eu limitei-me praticamente a referir textos de outras pessoas. Retira cientificidade a Veríssimo Serrão (não percebo em que é que se apoia para isso, será por se tratar de uma entrevista? Então leia o volume de História do autor referente a este período). Faz o mesmo a José Hermano Saraiva, igualmente sem motivo aparente, para além do de preferir obviamente Fernando Rosas). Alude a que eu teria comparado o desenvolvimento económico sob a ditadura com o de outras democracias, primeiro, e a uma eventual comparação feita por mim entre o período do PREC e o do Estado Novo (não o fiz, nem o fizeram os autores a que me referia). Dá ainda a entender, por contraposição à sua augusta atitude, que eu prefiro a ditadura à liberdade, coisa que eu nunca disse, não é verdade e ele sabe-o.
Por isso, meu caro PC, ou passas a gastar um pouco mais de tempo com a mira, antes de disparar, ou desmontas da burra antes de o fazer. De outra forma é gastar balas inutilmente.
posted by VLX on 11:53 da manhã
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (III): O nosso VLX, no tom provocador que o caracteriza, fez aqui a sua súmula muito pessoal do que foi, para ele, o 25 de Abril. Fê-lo, em parte apoiando-se em pseudo-cientificidades (cita uma entrevista de Veríssimo Serrão ao Independente e uns livrinhos do JN; mas já não lhe interessa, por exemplo, o 7º Volume da História de Portugal de José Mattoso - 559 páginas dedicadas ao Estado Novo -, talvez por ter uma introdução de Fernando Rosas), em parte invocando um artigo de opinião de outro Vasco.
Já não me interessa discutir aquela ideia mirífica de que foi a ditadura que desenvolveu Portugal (como se as democracias europeias tivessem estagnado ou regredido no mesmo período), nem a viciada questão da descolonização (que Salazar não teve a coragem de fazer), nem mesmo a absurda comparação do PREC, durante um ano e meio de Estado ausente, com a violência institucionalizada, de Estado, durante 48 anos. Admito que seja um cansaço perigoso, mas hoje não.
Todavia, como o nosso VLX se dirige "aos mais jovens", impõe-me o dever de dizer a esse putativo público que, para mim, a principal vantagem do derrube da ditadura foi a vitória da ideia de que não há pontes, nem territórios ultramarinos, nem subsídios de aleitação, nem interesses de classe (para não me virem já com o relambório do comunismo) que valham a liberdade pessoal:
o que é (ou deveria ser) evidente no plano dos princípios concretiza-se, cedo ou tarde, nas suas consequências. É ler Mateus, 7, 24-27.
posted by PC on 1:08 da manhã
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ANGÚSTIA: Porque andarão os meus colegas a chamar guarda-redes ao apanha bolas?...
posted by VLX on 1:06 da manhã
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE (II): Chegados ao 25/4, atente-se no DN ao esclarecedor artigo de Vasco Pulido Valente, que retracta exactamente o que foi o 25/4: o problema profissional da questão dos oficiais milicianos (oh!... não era a liberdade?...), a vacuidade das soluções dos capitães de Abril, os disparates do Spínola, a tentativa brutal da extrema esquerda de criar um regime totalitário.
Reparem os mais novos: o 25/4 não trouxe a liberdade, foi apenas a queda do regime, por um lado, e a imbecil descolonização, por outro. Há quem se orgulhe da descolonização, até nas primeiras páginas dos jornais, mas percebe-se mal que quem tenha estado tantos anos a clamar por ela não tivesse, uma vez chamado a tratar dela, uma solução melhor do que a simples entrega, traindo todos os portugueses (os de cá e os de lá) e arruinando a economia de todos os países (para já não falar das guerras civis). Assim era fácil resolver o problema.
O 25/4 (VPV explica-o bem) provocou a queda de um regime que não era democrático nem completamente livre, mas a extrema esquerda logo tentou transformá-lo num regime mil vezes pior. Para a malta nova ter uma ideia da coisa, perceba-se que, no anterior regime, uma pessoa como, por exemplo, Mário Soares, fazia uma vida normal, como pessoa e profissional, até ser exilado (exílio de onde regressava autorizadamente por diversas vezes). No entanto, os seus familiares levavam aqui uma vida completamente normal, com os seus bens e interesses devidamente protegidos, e os seus filhos estudavam nas Universidades do Estado como quaisquer outros. No regime que o PCP procurou estabelecer após o 25/4, o exílio de Mário Soares não seria nos belíssimos Campos Elíseos mas antes na Sibéria, num excelente programa de reeducação. Martírio dos martírios, desgraça das desgraças: eu (acaso não tivesse sido ainda fuzilado), eu, pobre de mim, estaria hoje a gramar o paleio de Soares na Sibéria!... Ambos magrinhos!... Brrrr!...
Recuperando o fio à meada, aquilo que efectivamente nos deu a liberdade e a democracia foi o 25 de Novembro (para o qual, valha a verdade que tanto me dói, contribuiu Mário Soares mas, principalmente, Ramalho Eanes). Até aí tínhamos tido as ocupações selvagens da extrema esquerda, as pilhagens, as ocupações de terras, os golpes, as nacionalizações, enfim, toda aquela trapalhada própria da esquerda que, ao fim e ao cabo, o que quer é retirar os bens àqueles que os conquistaram e trabalharam por eles, para ser ela a gozar esses bens. Até aí tivemos a desgraça económica que – essa sim – nos atrasou dezenas de anos em pouco mais de ano e meio. É raro falar-se disso mas felizmente ainda há por aí um Vasco Pulido Valente que no DN esclarece a meninada.
E não é só VPV, valha a verdade. A Única, do Expresso, que ainda há pouco eu criticava, traz também excelentes artigos sobre a época. Convém que a criançada perceba que, a seguir ao 25/4 (e, portanto, supostamente em democracia) centenas de famílias que nunca fizeram mal a ninguém tiveram de fugir de Portugal, inúmeras crianças tiveram de mudar de vida, de colégio, de ambiente, de hábitos, só porque uns quantos malucos assinavam mandatos de detenção sem razão e em branco. A Única dá-nos ainda relatos das ocupações e do processo cooperativo que só nos fazem sorrir porque não os sofremos (e a Lino de Carvalho pelos capitalistas direitos de autor...).
Mas é com estes pequenos exemplos da imprensa recente, sumariamente referidos, que eu acho que daqui a uns tempos será possível retractar com rigor e exactidão o Antigo Regime e o 25 do quatro, de forma a que os jovens percebam correctamente o que realmente aconteceu. Terá de se passar esta corrente política e ideológica estranha que faz Soares caminhar hoje ao lado de Carvalhas e que escurece a realidade, para que os jovens tenham uma ideia correcta do que se passou e, acima de tudo, acreditem nela: houve um regime que a História do país mostrou ser necessário, que revitalizou o país, reequilibrou as finanças e a economia, que efectivamente não se baseava na democracia nem na liberdade total, que julgava dever manter a integridade do território que tinha recebido a todo o custo e que, ao lado disto, cometeu diversos erros e provavelmente perseguições injustas. Foi naturalmente derrubado, tentou-se por momentos realizar e criar um regime comunista, mil vezes pior que o anterior, e, felizmente, isso foi combatido e erradicado, permitindo-nos hoje uma vida deliciosa em liberdade e democracia. Mas só a 25 de Novembro de 75, pelo que os trinta anos de liberdade e de democracia só se comemoram daqui a uns tempos, como é natural.
posted by VLX on 12:37 da manhã
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O VINTE E CINCO DO QUATRO, HOJE: Passando os olhos, tardia e distraidamente pelos jornais do fim-de-semana passado, fico a pensar que talvez não estivesse completamente correcto quando, há uns meses atrás, escrevia que ainda não se podia falar naturalmente, com isenção e rigor, no Antigo Regime ou no 25/4. É bem certo que, sempre que se tenta, vem um vozeirão da estrema esquerda, gritos, manifestações e insultos como fuga à discussão séria (coisa que já não impressiona ninguém: a extrema esquerda só sabe reagir assim). É evidente que muitos continuam com umas ficções extraordinárias estilo bichas para o leite ou a do curioso editorial da Única, que nos pretende fazer crer que, no antigamente, notícias de inquéritos judiciais, públicos, a supostas influências nas arbitragens e outras teriam de nos ser transmitidas em código por causa da censura – haja juízo!
Mas numa altura em que tanto se fala de mostrar aos jovens o que foi o Antigo Regime e o 25/4, convém que sejamos credíveis e não digamos disparates. Para tanto, é preciso explicar a 2ª República com rigor, situando-a historicamente para que se percebam as virtudes e os erros próprios de cada regime, e ser verdadeiros quanto ao 25/4. A imprensa parece, finalmente, ajudar-nos.
Para a primeira questão, aconselho a leitura da entrevista do Historiador Joaquim Veríssimo Serrão, no Indy. Através dela os mais novos poderão compreender, por exemplo, que os milhares e milhares de presos políticos se resumiam a uns 150 (prontamente substituídos e até bastante incrementados no pós 25/4, mercê dos maravilhosos mandatos de detenção em branco e de outras coisas do género); poderão apreender que a longa noite sombria foi antes uma recuperação fantástica da situação agonizante das finanças em 1926, primeiro, a manutenção da paz num mundo em guerra, depois, e um crescimento fantástico da economia, mesmo com a guerra colonial, por fim (isto, claro, sempre sem democracia e sem liberdade total, bem entendido). Poderão os jovens também verificar que inúmeros benefícios sociais (13º mês, abono, subsídio por doença, casamento e de aleitação, habitação social) foram estranhamente criados ainda em tempo de ditadura, ... mas não me acrescento mais para não retirar o prazer de ler a aludida entrevista.
Para os mais incrédulos, nem de propósito: o JN publica uns livros de História de Portugal, bastante conceituados, e o deste Domingo refere-se exactamente ao Estado Novo. Poderão ver lá excertos de artigos de jornal da época para aferirem a censura (alguns são divertidíssimos, confesso); verão ainda enunciadas as conquistas económicas e sociais e a política de obras públicas, para desenvolvimento do país e das colónias. Compreenderão a política nacional face ao panorama internacional e verão que é difícil olhar para a década de sessenta com os olhos do séc. XXI: hoje, por exemplo, é naturalmente mais fácil criticar-se o colonialismo, política que era defendida e promovida pela própria Sociedade das Nações (e que só foi posta em causa pela ONU aquando da guerra fria, na década de 50, e por motivos evidentes, como é sabido). (cont.)
posted by VLX on 12:31 da manhã
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TÚNEL: A vida de milhares de lisboetas que utilizam a entrada (ou saída) da cidade pelas Amoreiras vai transformar-se num túnel interminável. Como se já não bastasse a normal duração da obra - obra essa, de mérito mais que duvidoso - eis que a mesma é interrompida até à clarificação do respectivo processo na justiça. Se o próprio Marquês abatesse por causa do túnel, a resolução desse problema seria mais rápida. Onde estará Santana Lopes quando a obra for retomada?
posted by Neptuno on 12:09 da manhã
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ASSOBIOS: Para o público português. A memória é muito curta e parece que sempre fomos candidatos a campeões do Mundo ou da Europa, quando a verdade é que raramente participámos nas respectivas fases finais. No entanto, a um mês do campeonato e em Portugal, a selecção vai levando umas assobiadelas do exigente adepto. Que só consegue aplaudir os jogadores do seu clube.
COMBATER A ANGÚSTIA: A angústia dos guarda-redes só pode ser combatida de duas formas: sofrendo golos com elegância - mesmo de gatas - ou com medidas de excepção, como por exemplo, poder defender com as mãos fora da área. Quando não, a angústia prevalece... para alguns espectadores.
posted by Neptuno on 11:53 da tarde
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A ANGÚSTIA DO GUARDA-REDES ANTES DO LIVRE DE 30 METROS: Só um realizador de cinema que não percebe nada de futebol é que poderia inventar a angústia do guarda-redes antes do penalty (actualização: corrige-me, com toda a razão, o amigo J. Pimentel Teixeira: o título foi inventado por P. Handke, que escreveu o livro; Wenders só realizou o filme homónimo). Antes do penalty a angústia é mínima: situação mais natural, "perfeitamente normal", para se sofrer um golo. Do ponto de vista do guarda-redes, a angústia só é menor quando quem faz o golo é um colega de equipa: há surpresa, há frustração, mas a angústia nem chega a nascer, havendo mesmo quem fale, nestes casos, do "grau zero" da angústia.
A angústia existe é nos livres directos a 30 ou 35 metros da baliza, com um punhado de defesas à frente a tapar metade do caminho. Aí, e nos cantos directos, torna-se difícil para o guarda-redes explicar o golo sofrido. Por isso mesmo, a angústia sobe para níveis muito altos, aumentando a perturbação do homem das redes - e, consequentemente, as possibilidades de fracasso. Em casos extremos de angústia, observaram-se comportamentos estranhos, que levam alguns guarda-redes a abdicar de agarrar ou socar a bola com as mãos, ou mesmo com os pés, e a procurar jogá-la com a cabeça, como se fossem pontas de lança a mergulhar para o golo.
Assim, os guarda-redes nesta situação não se devem deixar abater: tudo tem uma explicação.
PS: Dizem-me aqui do lado que não percebi o filme. Pode ser; mas este post era mesmo sobre futebol.
posted by PC on 11:26 da tarde
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PORTUGAL-SUÉCIA: Aos 55 minutos (repito: aos 55 minutos) de jogo, um dos comentadores anunciou que "já a seguir, pode ver na RTP 1 a transmissão em directo do programa A Caminho do Euro". Aos 75 minutos, o outro comentador fez o resumo final do jogo.
Está tudo dito, não está?
posted by PC on 11:16 da tarde
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REVELAÇÕES: A Suécia estará no EURO-2004 com dois jogadores particularmente perigosos, frios na hora da decisão, dotados de killer instinct extraordinário. Assinaram os dois golos da sua selecção hoje, frente a Portugal. O que é curioso é que jogam ambos no nosso país e nem parecem suecos. Pelo menos não são louros.
posted by FNV on 11:14 da tarde
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CARTOON: Desde o dia 24 (Sábado) que Luís Afonso, o brilhante cartoonista do Bartoon, não larga o tema da evolução/revolução. São já 4 os cartoons sobre o assunto, sempre no seu estilo inconfundível, com piada mordaz e certeira.
Desta mini-série não posso deixar de partilhar o de Sábado, dia 24:
" - Há precisamente 30 anos, Portugal vivia em ditadura."
" - Mas no dia seguinte já havia liberdade."
" - Foi uma evolução muito rápida."
" - Tão rápida que pareceu mesmo uma revolução..."
Isto sim é uma pérola. Delicioso...
posted by TRM on 2:44 da manhã
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POR PERTO: Ando bastante contente com o que tenho andado a ouvir (infelizmente falo de música). Agora deu-me para voltar ao rock, onde encontrei uma banda australiana com o nome The Vines.
Este grupo faz-me acreditar na reeinvenção do rock, e é para mim uma das revelações do último ano. Liderados por um rapaz de 26 anos perito em destruir guitarras, a sua música resulta de uma mistura de influências retro (são fãs de Velvet Underground, Jimmy Hendrix, Beatles, Clash, Fleetwood Mac) com sonoridades mais recentes, em especial Nirvana (aproveito para aconselhar o comandante da embarcação para os escutar com atenção, de preferência em dias de tempestade!). O resultado é sem sombra de dúvidas bastante bom, em especial o último álbum - Winning Days, que só peca por apresentar uns míseros 38 minutos de música. Infelizmente o mais perto de nós que tiveram foi mesmo ontem, quando tocaram em Madrid...
posted by TRM on 1:52 da manhã
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AU DO IOU DU? Acabo de saber, via SIC, que Baltemar e Silvino, adjuntos de Mourinho, andam aprender inglês num professor particular, em Vila do Conde, o que significa, segundo os demiurgos da bola, que o Tirésias do futebol português vai para o Chelsea de Londres. Gosto particularmente desta recatada opção vila-condense, possibilitadora de uma aprendizagem sossegada, com cheiro a maresia.
Mourinho, o homem que tudo vê ( por ex., um campeonato ganho antes de se iniciar o dito cujo), Tirésias sobre-moderno, pôs o pessoal a aprender a língua imperial. Só lhe falta aprender a dizer em inglês escorreito, "estou farto do futebol inglês".
CABEM TODOS: Há um restaurante com esse nome, já lá comi um bom robalo, na praia da Consolação, Peniche, onde Ruy Belo escreveu umas coisas. Mas o que me traz o nome é outra faina. Dois artigos hoje no Público, escritos por duas pessoas da mesma geração, sobre as contas de Abril, exibem aspectos curiosos. O de Vital Moreira, francamente equilibrado, o de Teresa de Sousa mais emotivo e mais ingénuo, mas ainda assim, certeiro.
Vital Moreira (de quem li em miúdo O Renovamento de Marx, para incómodo do meu pai, mais adepto da linha dura ), acaba esforçadamente por reconhecer à social-democracia, burguesa e liberal, ao espírito contrário aos projectos utópicos de Abril - o da revolução inacabada de Otelo e Pintassilgo - o mérito de ter desenvolvido o país. Quando Soares põe o socialismo na gaveta, tempera os excessos de Abril, ajustando-os à realidade. Vital acha que sem esses excessos as coisas teriam sido diferentes, para pior. Talvez mais lentas? Talvez. Sempre entendi que o pior do antigo regime era a fractura antropológica, que definia os desgraçados como genéticamente explicados, como uma coisa natural. Assim era com os alentejanos (lerdos), com as sopeiras (nasceram para isso), com os operários ( nunca serão doutores), com os pretos ( macacos). Os homens não mudam, quanto mais devagar; por isso os excessos, mesmo os mal intencionados, acabam por ter um papel decisivo na alteração das representações sociais do outro, do outro membro da comunidade.
O artigo de Teresa de Sousa louva um aspecto específico das democracias liberais, o da liberdade negativa, na linguagem de I.Berlin. Mas Teresa de Sousa entende que Paulo Portas, mascante de cerimónias e de chiclete, não integra o espírito de reconciliação nacional ( contrário à ideia de liberdade negativa, o que aparentemente T. de Sousa não percebe). O mesmo espírito que permite que Ana Maria Caetano e Isabel do Carmo, para gáudio da cronista, debatam tranquilamente, na TV, as suas diferenças. Também gostei de ver, sempre é melhor que o silêncio bafiento ou do que as verdades revolucionárias auto-evidentes. Mas eu discordo de Teresa de Sousa num ponto: a mera existência governativa e mediática de Paulo Portas prova o espírito de Abril ( o espírito do pós -Abril, para ser mais preciso): cabem todos, um PCP estalinista, um Paulo Portas saudosista.
posted by FNV on 8:58 da tarde
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25 DE ABRIL (2): Para superar definitivamente a querela entre os que afirmam "25 de Abril, Sempre" ou "25 de Abril, Nunca", não há nada como aumentar o nível de informação geral. Eis alguns exemplos de muitos outros motivos para comemorar ou lamentar o dia 25 de Abril.
Nesta data, em 1507, aparece pela primeira vez escrita a palavra América num livro sobre o Novo Mundo e em 1530 lê-se a Confissão de Augsburgo considerado o primeiro sumário da fé luterana. Em 25 de Abril de 1792 utiliza-se pela primeira vez a guilhotina. A 25 de Abril de 1982, Israel devolve ao Egipto os Montes Sinai, em cumprimento dos acordos de Camp David.
Na área de grandes avanços para a Humanidade, esta data também merece ser singularizada dado que em 1859 começou a abertura do canal do Suez, em 1953 foi anunciado a descoberta da estrtuutra do ácido desoxirribonucleico (o célebre ADN) e em 1990 foi lançado o telescópio Hubble.
Para além do nosso 25 de Abril, esta data também marca a libertação da Itália em 1945 e a aprovação referendária pelos venezuelanos em 1999 da proposta de Hugo Chavez para formar uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição (tenho as maiores dúvidas que neste último caso se possa falar de libertação).
Em matéria de nascimentos, têm os fanáticos de comemorações muito por onde escolher: em 1214, nasceu Luís IX, Rei da França, que viria a ser mais conhecido por "São Luís", em 1599 viu a luz Oliver Cromwell, em 1874 veio ao mundo Giuseppe Marconi, inventor da rádio, em 1927 nasceu Albert Uderzo, co-autor, entre outros, do Astérix e em 1947 viu pela primeira vez a luz do dia Johann Cruyff.
Com tantas alternativas, façam favor de escolher um motivo para abrir uma garrafa de champanhe ou vestir de luto.
posted by NMP on 4:07 da manhã
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ESTEREÓTIPOS: Duas deliciosas reportagens do Washington Post que ilustram as duas faces das América. Dois exemplos extremos dos estereótipos de democratas - em São Francisco - e republicanos - do Texas (talvez seja necessário registo, mas é gratuito).
posted by NMP on 3:53 da manhã
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CORRAM ÀS LOJAS: O Manuel Falcão já emitiu aqui a sua douta e insuspeita opinião, pelo que já podemos publicitar um dos melhores discos de rock do ano sem incorrermos em amiguismo agudo.
Façam favor de enriquecer as vossas discografias com o novo disco dos Wray Gunn (Eclesiastes 1.11), genial ajuntamento de músicos liderado pelo único e inigualável Paulo Furtado a.k.a. The Legendary Tiger Man e com a participação de Raquel Ralha dos Belle Chase Hotel.
posted by NMP on 3:33 da manhã
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QUANDO ELE INVENTAVA PALAVRAS NOVAS: Alguém sabe o que é zairinizado? Não? Perguntem ao então secretário de Estado, Dr. José Durão Barroso, que apôs a então ainda ambiciosa assinatura neste Acordo.
Outros tempos, os das Necessidades.
FINAL FELIZ: Gostei de ver Isabel do Carmo receber uma Grã Cruz qualquer, toda contente, lampeira e bem vestida, cheia de solenidade. Como pacato burguês que sou, gosto sinceramente quando esta malta adere ao remanso dos estojos com medalhas e às palavras cordatas. Houve quem não tivesse gostado, gente que descobriu o pacifismo, os direitos do Homem e a democracia um bocadito tarde, mas também esses já estão convertidos à placidez. Antes assim.
( eu nunca disse ser um sujeito particularmente entusiasmante, estilo revolucionário ou mocidade portuguesa, pois não?)
posted by FNV on 7:52 da tarde
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RE-BÉU-BÉU-BÉU, PARDAIS AO NINHO: Jorge Sampaio fez ontem um discurso, do qual os media retiveram uma ideia central: Sampaio disse que pese embora a "situação" e a "conjuntura" dos últimos tempos tenham obrigado ao controlo do défice, tal não se deve transformar numa obsessão. O que Sampaio quis dizer, toda a gente percebeu.
A TSF, hoje, no seu Forum, está a propor aos ouvintes a discussão do discurso do presidente. A páginas tantas, um ouvinte começa a analisar o discurso presidencial precisamente por este ângulo da opinião económica de Sampaio, e menciona a origem das tais "situação" e "conjuntura". O moderador da TSF, Manuel Acácio, avisa-o uma vez, à segunda corta-lhe a palavra, "porque hoje o tema não é a crítica à governação socialista". De facto, "a crítica à governação socialista" nunca foi um tema que se possa relacionar com Jorge Sampaio.
Mas o bom do Manuel Acácio, que a propósito dos inúmeros programas que moderou sobre o Iraque, deixou que centenas de ouvintes opinassem sobre os hábitos alcoólicos ou sobre o QI de Bush, bem podia ter deixado o ouvinte "exprimir livremente a sua opinião". Afinal, uma andorinha não faz a Primavera.
posted by FNV on 10:38 da manhã
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SÃO OS EUA, ESTÚPIDO!: Quando o Iraque foi invadido, a grande bandeira da esquerda no seu ataque aos EUA (e seus aliados nessa empreitada) baseava-se no sacrossanto argumento de não existir um mandato da ONU. Hoje, a presença das tropas estrangeiras no Iraque é feita sob mandato da ONU. Mas a esquerda continua a exigir a retirada imediata do Iraque.
O que é que realmente conta para a esquerda?
posted by Neptuno on 1:39 da manhã
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ONDE ESTAVA VOCÊ NO 25/4? Três pequenos, de 3, 6 e 7 anos, habituaram-se de tal modo nos últimos anos a estas festividades nocturnas anuais (ou mais), em que se vai de carro gritando pelo nosso clube, com o tecto aberto, com bandeiras de fora do carro, que me fazem perder o tempo necessário para qualquer outra coisa que queira ou tenha de fazer. Desde madrugada que estão carregados de cachecóis, bandeiras, fotografias, camisolas, bolas, pelo que não valia a pena argumentar que o pai estava cansado e que queria dormir, que ganhar era natural, acontecia quase todos os anos, que para o ano havia mais (ou este ano, ainda, também), que mais valia ver a festa na televisão... foi impossível não os levar ao centro do Porto, coisa a que se têm habituado nos últimos anos (imagino que seja mais ou menos assim com todas as famílias portuguesas que gostam do desporto bem jogado e com filhos menores de dez anos).
O aborrecido é que este ano resolveu-se comemorar o 25/4 no dia de festa do meu clube, o que me impediu de ver as comemorações do acontecimento. Só há pouco, já com tudo rouco e finalmente deitado, pude ver na tv o Presidente da República a discursar recriminando a política económica do governo actual. O homem que se deu ao luxo de se manter calado enquanto os amigalhaços espatifavam a economia e as finanças de Portugal, permitiu-se agora comparar números do ano de 2000 com os de hoje, que são fruto de muito do que se passou nessa altura e que só não são piores por causa do que agora se faz. É caso para perguntar: onde estava você no governo do Guterres?
UMA PEQUENA AJUDA A PACHECO PEREIRA: Dizia JPP ontem na Quadratura, na SIC-Notícias, que lhe escapava a razão pela qual, na sociedade portuguesa, o futebol é hoje mais opiáceo, mais alienante, do que no antigo regime. Explanemos razões gerais, particularizemos para o caso português, depois.
O futebol é um jogo simples, e a cultura ocidental é hoje simples: quadros mentais rápidamente adquiridos, processos socio-cognitivos de desenlace breve, ao alcançe da indigência comum. Dir-se-á: nos anos 50 do século passado já o futebol era assim, porquê então a sua ditadura mediática actual? Porque a mediatização se popularizou, há mais gente com TV hoje do que com rádio nos anos 50. O público-alvo esteve sempre lá.
Depois, o futebol é consumível, logo, enriquece os seus actores. Se a cobiça era um pecado medieval, hoje nem tanto. Símbolo de um êxito aparentemente ao alcançe de qualquer um, o futebol encanta tanto pelo ordenado como pelas jogadas das estrelas. E o povo sempre se encantou e se deixou esmagar pela riqueza das catedrais, pela sua majestosidade, pela força que delas se desprendia. Antes como agora.
Portugal tem tantos diários desportivos como países mais poderosos, a Itália ou a Espanha, os telejornais abrem com a problemática do joelho do Mantorras? Seremos nós portugueses, uma tribo futebolística especial? Não creio. Se Portugal é original, é no facto de o desporto ser menosprezado, o que deixou campo aberto ao futebol como aglutinador da expressividade regional, do orgulho bairrista, logo, do comando caciquista. País pequeno, onde toda a gente se conhece, o mundo da bola permite unificar a comunidade comunicacional: ser do Benfica ou do Porto constitui uma divisão tão natural como ser do PS ou do PSD. A importância extraordinária atribuida aos árbitros desliza do nosso estilo aldeão: o árbitro, por natureza, é de fora, logo estranho, logo imprevisível, logo perigoso.
Estou convencido que esta nossa "costela terceiro-mundista", como JPP a designa, desaparecerá com o tempo, e o futebol nativo assimilará as regras do espectáculo e do negócio, em detrimento de uma ancestralidade passional, rústica e aldeona. É uma questão de tempo.
posted by FNV on 9:16 da tarde
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25 DE ABRIL: O pronunciamento militar de há 30 anos permitiu a consolidação posterior e lenta da democracia liberal, ocidental e burguesa. Nesse sentido, esta data ficará sempre, e de forma justa, no imaginário colectivo como a data fundadora da Liberdade. A abolição da censura, dos presos políticos e as liberdades de expressão e de associação conquistadas são motivos mais que suficientes para celebrações.
Apesar das tentativas que se seguiram de imposição de regimes totalitários de sinal contrário àquele de que nos livrámos, da anarquia que durante algum tempo imperou no país, do injusto tratamento dado a alguns e do infeliz desenlace da questão africana, 30 anos passados podemos afirmar com contentamento que valeu a pena.
Rejubilemos então.
posted by NMP on 5:56 da tarde
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CASOS DE POLíCIA: Quem lê certa imprensa vê um conjunto de notícias segundo as quais o último caso de polícia enerva ou incomoda, constrange ou embaraça a coligação, nomeadamente o PSD, o que seria demonstrável pelo seu silêncio sobre o assunto.
Entendamo-nos: o silêncio não demonstra apoio nem falta dele. O que não se pode é pretender que, face a um inquérito judicial que afecta um dos seus, líderes responsáveis de partidos responsáveis venham para a rua gritar que tudo não passa de uma cabala, chamar palermas aos outros, organizar manifestações na Assembleia da República, denegrir o sistema judicial, ofender os magistrados, tecer considerações muito particulares sobre o segredo de justiça ou perderem-se em telefonemas para meio mundo a tentar resolver o assunto. Isso fica para os outros. Existe um problema judicial, o sistema judicial que o resolva.
Uma segunda questão sobre o assunto, a que aqui já aludi. Todos tecem encómios a Maria José Morgado: continuo sem perceber porquê. Para mim, continua a ser uma pessoa que, julgando-se ofendida, não hesita em revelar investigações de que terá tomado parte, julgando-as erradamente terminadas. Não passa de uma pessoa que, tendo assumido cargos de responsabilidade, não hesita em falar dos casos de que tomou conhecimento nas páginas dos jornais ou revistas. Não passa de pessoa que podia ter estragado as investigações com as suas declarações. Não passa de pessoa em quem não se pode confiar para cargos de responsabilidade: até como cozinheira do pior hotel pois poderia vir para a rua revelar o verdadeiro segredo da santola à macaense.
Uma terceira questão sobre o assunto. Tenho visto pessoas inteligentes gabarem a juiz encarregue deste caso por não aplicar a prisão preventiva (por oposição ao caso da Casa Pia, criticando implicitamente o que se passa nesse processo). Que os jornalistas o façam, a coisa não espanta. Mas a juristas eméritos isso já não se pode aceitar: um eventual caso de tráfico de influências não é comparável com a violação de menores, para efeitos de decidir aplicar (ou não) a prisão preventiva. Outras medidas podem ser aplicadas e não estão em risco crianças. Não me alargo muito sobre o assunto porque outros, aqui, poderiam desenvolvê-lo muito melhor do que eu, e em termos mais científicos. Mas parece-me isto evidente.
posted by VLX on 1:56 da manhã
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FESTAS DO PORTO: Começaram na noite de 24 de Abril as já habituais festividades de rua que no Porto se sucedem até ao S. João e anunciam essa grande festa. Todos os anos (ou quase), a cidade do Porto (que alguns dizem deprimida) sai para a rua em grande alegria, por diversas vezes, celebrando o culminar de (mais) um ano de trabalho, de esforço e de dedicação à camisola.
Em 2004 antecipou-se um pouco a coisa para se aproveitar o fogo de artifício de hoje da Câmara Municipal do Porto que, como se sabe, não está muito disposta a gastos no foguetório com o futebol. Este ano também, para evitar falatórios sempre desnecessários, a Comissão de Festas decidiu iniciar as festividades não com uma vitória, que poderia ser sempre atribuída pelos invejosos a forças ocultas, mas sim com (mais) uma derrota do adversário, para que não ficassem dúvidas da justeza da solução final.
Seria uma grande injustiça não nos referirmos aqui aos principais responsáveis pelos festejos, essa grande equipa, essa grande selecção de jogadores bem escolhidos e treinados que honra e leva bem longe o nome da cidade do Porto e deste país que é Portugal. Igualmente injusto seria não nos referirmos ao maestro desses homens que, não servindo a sul por qualquer motivo estranho, tem somado todas as alegrias possíveis no norte em apenas dois anos. Por fim, uma palavra para quem organiza tudo isto, pessoa que, aparentemente e para tristeza de muitos, a julgar por umas vis chamadas de atenção de primeira página, terá como único defeito uma qualquer situaçãozeca de indisciplina não comprovada. Essa palavra é obrigado.
E pronto, ficamo-nos por aqui. A gente só não diz adeus e até para o ano porque até ao S. João ainda vêm aí mais festas para se ir celebrar para a rua.
posted by VLX on 1:05 da manhã
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A COR: O Fc Porto festeja o seu título, na Avenida dos Aliados, de cravo vermelho na mão. Vermelho rubro, estás sempre presente: parabéns.
posted by FNV on 12:26 da manhã
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FAZER O QUÊ, FILHA? As televisões têm dado grande relevo ao drama de uma pessoa de nacionalidade portuguesa, de seu nome Céu Duarte, que, desejando ir aos EUA passar uns dias com uns amigos, viu ser-lhe barrada a entrada, tendo sido detida no aeroporto e ficado lá uma dezena de horas à espera de um voo de regresso, sendo depois recambiada para Portugal. Ficar uma dezena de horas no aeroporto não aflige qualquer dos portugueses, o problema é que ela se queixa de “ter sido tratada como uma criminosa”. No final da notícia, explica-se em voz baixa que o problema é todo por ela ter sido acusada de pertencer a um bando de terroristas portugueses, mesmo que tenha vindo a ser absolvida. Realmente é chato, mas acontece que os EUA, país que leva a sério o terrorismo, não pode acreditar muito no sistema judicial de um outro país cujo poder político amnistia os terroristas, pelo que se compreende que não queira correr riscos e a tenha recambiado.
posted by VLX on 12:26 da manhã
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A RUI VELOSO E JORGE PALMA: A nova gerência do Twin’s, agora totalmente remodelado, desenvolveu um conceito que me agrada particularmente e que tem por base noites de música ao vivo durante a semana, com qualidade e, principalmente, a horas decentes para quem trabalha (ou necessita de salvos-condutos familiares...). Tudo começa entre as dez e as onze da noite (cedíssimo, para uma casa deste tipo), mas permite que se esteja no lar, a dormir regaladamente, por volta da meia-noite e meia, o mais tardar uma da manhã. E assim é possível ver por lá nomes como Mafalda Veiga, Luís Represas, José Cid, Jorge Palma ou Rui Veloso. Assisti a estes três últimos, que foram geniais, presenteando-nos com o seu excelente repertório tocado em acordes completamente diferentes mas maravilhosos, desenvolvendo as suas músicas até ao limite. Acho que já uma vez aqui confessei a impressão que me fez Jorge Palma. José Cid também esteve grandioso. No outro dia foi um Rui Veloso em grande forma, apenas acompanhado por Miguel Mascarenhas, num fantástico diálogo entre as guitarras e o público. As Marantz que se ligam ao meu Quad debitam neste momento, para mim e para os vizinhos mais afastados, John Pizzarelli (ainda não foi ao Twin’s...), que tem discos divinais gravados ao vivo, em bares. Acho que é o que falta a Rui Veloso e a Jorge Palma e, porque não?, a José Cid: gravar e editar um disco deste género, ao vivo, num bar. Vão ver que vende.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.