LUTAS ESTUDANTIS: Eu tento, eu tento, eu juro que tento. Dizem-me que o rapaz é boa pessoa e eu acredito. Acredito até que ele creia firmemente na sua luta. Aceito ainda que haja justiça em algumas das suas lutas, não obstante não poder concordar que elas se façam através de actos extremistas (como cadeados, correntes e abandalhamento dos órgãos institucionais, dos seus membros e das próprias instituições).
Mas depois leio nos jornais que Vítor Hugo Salgado (VHS), natural da bela Guimarães, querendo entrar em Direito em Coimbra, preteriu a entrada na (privada) Universidade Católica do Porto (UCP) para entrar em História, na Universidade (pública) de Coimbra, onde esteve dois anos, até conseguir transferência para a Faculdade de Direito. Ele queria Direito em Coimbra, está no seu direito, embora não tivesse nota suficiente para isso: mas os contribuintes pagaram-lhe dois anos no curso de História da Arte – que ele não queria - até conseguir a sua pretendida transferência para Direito. Queixa-se de quê?...
Depois, não contente, reprova no 3º ano. Acontece, é natural. O que não é natural é que tenha 26 anos e esteja no 3º ano da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, certamente a ter aulas dadas por Assistentes muito mais novos do que ele. O que não é natural é que se venha a formar, se tudo correr bem, com 28 ou 29 anos. O que não é natural é que os contribuintes sejam chamados a pagar a sua vida, gerida nestes termos.
Repare e atente o próprio VHS: tivesse entrado na UCP e certamente que hoje se estaria a formar e a preparar-se para entrar na vida activa. Digo-lhe, qual Guterres, “é só fazer as contas...”
Corrijo então o que disse no início: não é um rapaz nem sequer o podemos apelidar de rapagão; VHS é um homem, tem idade para isso. Formar-se-á em Direito perto dos 30 anos; como quer ser Advogado fará o estágio da Ordem dos Advogados e apresentar-se-á, fresquinho, para a vida adulta, pronto a trabalhar, a fazer pela vida, a contribuir para os outros por volta dos 31 anos. Até essa altura, a sua vida foi paga pelos seus Pais e pelos contribuintes (admitindo academicamente que VHS tenha ainda qualquer ocupação que o ajude a compor o seu orçamento).
Porque é que eu tento?...
posted by VLX on 11:22 da tarde
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VIVA A CULTURA! A acreditar no Expresso, Manuel Monteiro não se diz de esquerda nem de direita, senta-se «ao centro». Julgo que ainda o vamos ver a escrever peças de teatro...
posted by VLX on 5:29 da tarde
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“REFÚGIO DE COBARDES”: Leio no Expresso que Henrique Monteiro considera que as inúmeras notícias sobre as escutas, sobre o eventual envolvimento de Ferro Rodrigues numa investigação policial, etc., etc., constituem “ataques soezes, cobardes, anónimos”. Que estariam a pretender “queimar o líder do PS em lume brando”. Insurge-se violentamente contra isso. Pois é, também acho. Mas este “lume brando” não é muito diferente daquele que Ferro Rodrigues ateou e manteve aceso durante um ano e meio sobre o Ministro da Defesa apenas e só porque ele era testemunha de um processo judicial, como pode acontecer a qualquer pessoa normal. Um processo que não tinha, sequer ao de leve, a gravidade deste nem a repulsa que este provoca. É chato, não é? É caso para dizer: pela boca morre o peixe...
posted by VLX on 5:25 da tarde
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CORREIO DOS LEITORES:Do nosso estimado amigo e leitor, Sr. Oliveira da Figueira, conhecido comerciante de aquém e de além-mar, recebemos esta mensagem aquando da sua última visita ao nosso país, a qual passamos a transcrever. «(...) Felicito-vos uma vez mais pela vossa excelente embarcação, à qual subo a bordo diariamente para receber novas escorreitas e direitas do nosso Portugal. Mas eu não sou esquisito, gosto do mar e faço-me a ele em qualquer embarcação, mesmo a motor. Hoje, por exemplo, com um dia tão bonito, limpo pela chuva e com o vento de feição, passeando-me por Perafita com a mana Gertrudes (ali para os lados da Sacor) resolvemos dar uma passeata de Veleiros.
O cozinheiro de bordo é excelente e a bóia foi genial. Deu-se entrada com umas costeletas de sardinha (ou sardinhas panadas, se preferirem) e uns mexilhões à Bulhão Pato. Depois atacou-se um alto bife de lombo em sangue, com batatas saloias, todas envolvidas em cebolada e bacon, e com meia dúzia de ovos mal fritos por cima. Ajudava a empurrar um Esteva de 2000, coisa simpática e honesta. A mana Gertrudes não quis arribar sem experimentar o famoso polvo assado no forno com arroz. No fim, a mana já não podia mais. Foi só um pão-de-ló mal cozido para tirar boca de lacaio e umas talhadas de melão para refrescar. Com os cafés, a tripulação (sempre agradável e atenta) serviu-nos um Licor do Mosteiro de Singeverga, temperado com Logan e duas pedrinhas de gelo. Como diz a mana Gertrudes, não há nada como um dia no mar...»
posted by VLX on 3:50 da tarde
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METAFÍSICA DO CADEADO: Segundo o Expresso, o Professor Doutor Joaquim Gomes Canotilho, da Faculdade de Direito da UC, afirmou:Coimbra está a viver uma espécie de Maio de 1968 em contexto pós-moderno.
Estarão os cadeados colocados do lado certo da Porta Férrea?
posted by FNV on 12:49 da tarde
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E CONTINUA-SE A APRENDER: Neste caso ( via Expresso) com a leitura de um pedaço da sentença proferida pelo tribunal da 12ª vara cível de Lisboa. O que Saldanha Sanches escreveu:
"Era preciso limitar os danos que o caso moderna podia provocar a Paulo Portas e por isso Celeste Cardona aceitou nobremente esta missão de sacríficio." e que a imagem de Cardona não era "tão má como a de Vale Azevedo".
O que o juiz entendeu: as afirmações do réu, embora "ousadas, violentas e até mesmo cruéis", não são difamatórias. E mais: "A convicção do réu não goza da virtualidade de perturbar ou abalar o prestígio ou o bom conceito de que a autora goza" pois "trata-se de disputa política".
Ora, o que é que eu já sabia e o que é que aprendi? Já sabia que estar ligeiramente acima de Vale e Azevedo não é difamante. O que eu não sabia era que caracterizar uma ministra como uma sopeira, que vai para o Governo fazer um frete a um colega, e de caminho interferir na Justiça que se desenrola nos tribunais é pura disputa política.
As coisas que o direito ensina a ignorantes como eu.
Tenho a carne dorida
Do pousar de umas aves
Que não sei de onde são:
Só sei que gostam de vida
Picada em meu coração.
Quando vêm, vêm suaves;
Partindo, tão gordas vão!
Como eu gosto de estar
Aqui na minha janela
A dar miolos às aves!
Ponho-me a olhar para o mar:
- Olha-me um navio sem rumo!
E, de vê-lo, dá-lho a vela,
Ou sejam meus cílios tristes:
A ave e a nave, em resumo,
Aqui, na minha janela.
Vitorino Nemésio, Nem toda a Noite é Vida
posted by NMP on 11:25 da tarde
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DIRECTOS AO ASSUNTO: (dedicado aos nossos amigos do Desejo Casar) A aceleração da vida moderna, o aumento do número horas laborais, a competitividade que existe nos locais de trabalho estão a matar o tempo que outras gerações usavam para a busca do par perfeito. Para a corte, a sedução. Para o namoro e conhcimento mútuo.
Os americanos, com o espírito prático que se lhes reconhece, estão em vias de resolver o problema: o speed dating é a nova moda entre jovens profissionais em busca de um(a) mais que tudo (está aqui tudo bem explicadinho).
Tem notórias vantagens sobre o online dating, uma vez que se está na presença física da contraparte (salvo seja), podendo-se portanto em 10 minutos aquilatar do hálito, das verrugas e de outros pormenores relevantes para a decisão de um compromisso emocional importante. Desenrola-se de forma rápida, variando as modalidades entre encontros de três minutos e de 10 minutos, onde para além do aspecto físico é importante passar e obter o máximo de informação possível (situação profissional, hobbies, passado emocional, etc.).
Como tudo o que aparece na América, o speed dating rapidamente ganhou dimensão comercial: há todo um circuito de speed datings, empresas que organizam festas onde speed daters se reúnem, livros e opúsculos em torno desta magna questão, etc.
Tudo isto se baseia na doutrina expressa na reportagem por uma das autoras de um dos best-sellers do ramo: Men make up their minds about a girl in three minutes.
O que nos têem a dizer sobre isto os nossos amigos casadoiros ?
P.S. - Como leitura suplementar, recomendo a leitura dos manuais citados no artigo, nomeadamente um que, pela invocação que faz da preparação académica e científica da autora, deve ser infalível: Find a Husband After 35 Using What I Learned at Harvard Business School: A Simple 15-Step Action Program. Eu até tremo só de pensar que pode haver alguém por aí a aplicar estas receitas: a imaginação das mulheres não cessa de me surpreender - 15 passos ?!!! que desperdício. Conhecendo como pensa a maioria dos homens, lembro-me de um ou dois passos que, se dados de forma segura e empenhada, são resultado quase garantido.
posted by NMP on 10:40 da tarde
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ESTÁ-SE SEMPRE A APRENDER: Neste caso, com o meu companheiro de embarcação, P.C., que me informa que José Pacheco Pereira tem um ódio de estimação a Coimbra. Como o P.C. na blogosfera, prefere ficar calado a falar do que não sabe, só me resta render-me à sua clarividência. Conhecendo profundamente o torpor animi de JPP, declarou ao mundo o ódio de estimação que o blogger/político/escritor, nutre por Coimbra. Se o diz, está dito.
posted by FNV on 9:38 da tarde
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UMA PETITE HISTOIRE DE CUNHAL: Corria o ano de 1996, eu e o meu amigo Zé Cardoso, hoje produtor de bandas de Coimbra, tivemos uma ideia: fazer uma revista. Era um projecto igual a tantos outros, e para o primeiro número resolvemos contar entre outras coisas, com um dossier sobre Ortega y Gasset e um artigo de...Cunhal.
Com a inestimável ajuda do meu primo Jorge Gouveia Monteiro, escrevemos ao senhor, e um belo dia, Cunhal telefona-me para casa, para espanto da minha mulher, e marca uma entrevista. Assim foi, assim nos encontramos na sede do PCP, ás 3 da tarde, na rua da Sofia, em Coimbra. O Zé Cardoso tremia que nem varas verdes, ( na altura era vermelho) eu nem por isso, fruto de um à vontade meio insano que herdei da minha mãe. Durante a conversa, Cunhal, educado e atencioso, só se preocupou com duas coisas: pôr à nossa disposição os serviços do partido em matéria de grafismo e experiência redactorial, e sarrazinar-me a cabeça para saber porque raio me interessava por Gasset. Retenho uma resposta de Cunhal quando a certa altura lhe perguntei se não temia o óbvio, ou seja, a extinção do PCP, perante a mudança estrutural da sua tradicional base do apoio, o proletariado e o campesinato: Não.
O que conclui da experiência, foi que estive uma hora diante de um extraordinário profissional. Tão profissional, que quase passava por amador.
posted by FNV on 7:24 da tarde
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COERÊNCIA OU OBSTINAÇÃO?...: Toda a gente fala e muitos louvam o que denominam de coerência, em Cunhal, porquanto o homem defende o que sempre defendeu.
Dado que o que ele sempre defendeu - e, pelos vistos, continua a defender - foi o que foi; em alguns casos ainda, é o que é; e, para muitos, teve as consequências que teve, falar-se em coerência parece-me um insulto para os verdadeiramente coerentes.
Mais consentâneo seria qualificar esta atitude de obstinação, teimosia, teimosice, casmurrice ou obcecação. E, não fora a idade do senhor, perrice ou birra.
Mas nunca coerência.
posted by VLX on 5:52 da tarde
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DUAS ESTRANHAS E UMA PATRANHA: * Pinto da Costa divide grupo parlamentar do PSD. Aguarda-se a reprimenda do Bispo, o que pode provocar um cisma.
* GNR procura resgatar jornalista português raptado no Iraque. Um caso evidente de falta de vocação.
* Um problema criado contra a nossa opinião, mas que passou a ser nosso. Miguel Sousa Tavares confuso com a trapalhada iraquiana, mas em sintonia com Vichy.
posted by FNV on 5:34 da tarde
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O ÓDIO DE ESTIMAÇÃO: Há uns anos atrás, num texto inesquecível (depois publicado na compilação A Causa das Coisas), Miguel Esteves Cardoso cunhou e elaborou, em português, o conceito de "ódio de estimação" (pet hate). De jeito sintético, "os ódios de estimação são aqueles que adoramos ter. Ao contrário dos ódios naturais, cujas origens e causas são facilmente atribuídas e justificadas, os ódios de estimação são aversões fortes que carecem absolutamente de razão".
Todos temos (e quem não tem, devia ter) os nossos ódios de estimação. Eu, por exemplo, tenho vários, à cabeça dos quais se encontra Barbra Streisand. O mínimo contacto visual ou auditivo com a criatura, ou até a fonética do nome próprio, provoca-me imediatas dificuldades respiratórias e uma inexplicável ânsia de adquirir instrumentos corto-perfurantes.
Vem isto a propósito da singular coincidência de o Almocreve e o Abrupto ,dois blogues que muito aprecio, partilharem, pelo menos, um ódio de estimação: a Universidade de Coimbra. A simples menção da instituição provoca-lhes a imediata erupção espiritual típica dos ódios de estimação: Masson, em post de 13 de Novembro, ironiza finamente sobre a aula ao ar livre dada por João Loureiro, quando foi impedido de entrar na Faculdade, para enfim perorar, jocoso, acerca do "espectro do lente a pairar sobre a Academia"; JPP, depois dos posts sobre a indignidade das manifestações dos estudantes de Coimbra, declara, em post de 6 de Novembro, que o estado de direito pára à Porta Férrea, para enfim concluir que o Corpo de Intervenção só não é chamado por os estudantes pertencerem à classe social certa. (O post do Abrupto também é, por outras razões, irónico; mas não falarei disso, porque já sei que o assunto maça JPP).
Os ódios de estimação - "injustos, irracionais, irrelevantes e inatos", ainda segundo MEC - são saudáveis, mas encerram um perigo: o de serem tomados por ódios naturais. E "os portugueses são particularmente vulneráveis a estas confusões, já que gostam de inventar razões para todas as suas opiniões, mesmo as mais alucinadas e injustificáveis". Porém, não assim no caso do Almocreve e do Abrupto, que, cultos, nunca inventaram razões para estas opiniões.
posted by PC on 7:06 da manhã
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AINDA CUNHAL: Segundo o Público, realizaram-se em Coimbra umas jornadas (?) sobre o "tempo" do líder histórico do PCP. O respectivo coordenador Reis Torgal afirmou que "Cunhal é uma pessoa que todos têm de apreciar, de alguma forma, por uma certa coerência, sejam pessoas de direita ou de esquerda, do PCP ou não." Essa mesma coerência que leva a que Cunhal ainda hoje, em pleno século XXI, venha louvar a antiga União Soviética, a Coreia do Norte, Cuba e quejandos. Todos sabemos o que aconteceria se este homem chegasse ao poder. Se o critério destas jornadas é a "coerência" pura e simples e independentemente das ideias defendidas pelo "coerente", então sugiro que prossigam com Estaline ou Pol Pot, por exemplo, cujos percursos foram também exemplos de coerência. Com a vantagem (?) destes últimos terem tido o poder de "aplicar" essa coerência aos respectivos compatriotas.
ALMAS GÉMEAS?: A admiração do VLX por D. Carlos é todo um diagrama das personalidades de ambos.
posted by PC on 9:20 da tarde
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SALAS DE CHUTO: Celeste Cardona tem razão quando sublinha que a experiência não existe na sociedade civil, mas tal não implica que não possa fazer-se nas cadeias, embora compreenda as dificuldades. Em 1994, trabalhava eu no C.A.T. de Coimbra, integrei um projecto que durou um ano, de promoção da saúde no E.P. local ( na altura contei com a amável colaboração do nosso marujo P.C., para uma sessão sobre direito penal). Nesse tempos, já a infecção por HIV era uma tristíssima evidência, lá como noutros estabelecimentos do género.
O assunto não cabe num post, ou seja, a redução de riscos, ainda por cima em ambiente prisional, é coisa para textos impossívelmente longos. Mas sempre adianto que a Suiça, país recatado e ponderado, em matéria de experiências, já em 1995 financiava com dinheiros federais projectos de distribuição controlada de heroína. Escolhi propositadamente um outro tipo de experiência, para vincar a distância abissal. A distância que deveria separar as nossas convicções mais selvagens do nosso dever: evitar o maior sofrimento possível. Afinal, o abc do pensamento liberal.
posted by FNV on 9:10 da tarde
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DELÍRIO MONÁRQUICO?!?...Moi?... : Admito que a admiração por D. Carlos, intimamente aliada à velocidade supersónica do meu teclado, me tenham levado a imputar a este monarca a abolição da pena de morte quando a mesma se deveu a seu Pai, D. Luís I. Mas crónicas existirão certamente revelando que o pequeno Príncipe aplaudiu entusiasmado a medida do Pai. Fica a coisa em família, o que na república só poderá suceder (bonita palavra) se João Soares se candidatar (brrrr...).
No mais, a ser a minha uma «interpretação peculiar da História» - não obstante nada mais ter sido retirado ao rol de qualidades de D. Carlos que descrevi sumariamente -, pois o povo parecia não gostar dele (NMP dixit), sugiro que se leia pessoa insuspeita, como por exemplo Ramalho Ortigão, que na altura publicou saboroso artigo sobre o monarca na Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro), depois editado em 1908 pela Typografia "A Editora" e, recentemente, nova edição promovida pela Real Associação de Braga. Aí se pode ver muito do amor do povo português por D. Carlos. Se sobejarem quaisquer dúvidas, sugiro a leitura do livro de Jean Pailler (Bertrand 2002).
ps: confesso-me baralhado com as interpretações possíveis da mensagem de TRM: se era para exemplificar que se podia criticar a postura dos estudantes sem lhes chamar «mal educadinhos e grosseiros», porque escolheu como exemplo um texto de um malcriado e grosseiro onde se proferem alarvidades imbecis e cretinas, numa insensatez delirante?
posted by VLX on 6:50 da tarde
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QUEM SÃO OS SEUS GURUS ? (com uma vénia de agradecimento ao Mata Mouros). Este teste revela-nos qual a escola de pensamento económico com a qual nos identificamos mais. Diz-me a experiência que muita gente fica surpreendida com os seus resultados: é a eterna diferença entre o que realmente pensamos e aquilo que julgamos que pensamos.
posted by NMP on 6:03 da tarde
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BIZARRIAS E FUTURISMO: A evolução da tecnologia e dos seus usos cria ideias e serviços aparentemente bizarros. Este fabuloso site é um espaço onde se lançam e testam ideias de negócio originais e com futuro. Solicitam-se comentários e votos. Vão lá e ajudem a moldar o futuro da nossa vida quotidiana.
Na área do correio electrónico, existe por exemplo um Stupidity Blocker (para nos proteger da estupidez própria involuntária e precipitada) ou um Automatic Flaming Device (é só colocar o nome da pessoa-alvo que ela será inundada com mensagens de ódio e insultos).
Mas o meu preferido é o Postmortem Mailer. Este serviço envia regularmente mensagens ao cliente com a macabra pergunta: Are you dead, yet ? Na ausência de resposta, o programa insiste um número de vezes razoável até poder assumir uma morte confirmada. Emite então uma série de e-mails pré-escritos para destinatários pré-designados, que podem incluir componentes audio e vídeo. É uma espécie de último testamento automático.
Abre todo um mundo de novas possibilidades: por exemplo dizer a meia dúzia de energúmenos o que realmente pensamos deles, atormentar de além-túmulo todos os chatos e melgas que conhecemos neste mundo, etc..
O único problema deste serviço está relacionado com a sua comercialização. Parece, a fazer fé no Jay Leno, que a ideia não é original: uma empresa americana já está a cobrar 10 dólares por este novo serviço. Como bem perguntava ontem o grande Jay, e se o serviço não é efectuado ou é feito de forma deficiente, como é que eu tenho o meu dinheiro de volta ?
posted by NMP on 5:29 da tarde
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BACK TO BASICS: Não resisto a transcrever uma parte de uma posta do Abrupto sobre a questão do Iraque, na qual me revejo totalmente: Eu tenho um lado, mas ninguém me ouvirá dizer que este é o lado de Deus, como na canção de Bob Dylan. Mas ouvir-me-ão dizer que este é um lado dos homens, do modo de vida que escolhi (escolhemos), de uma precária mas identificada civilização (a palavra é adequada) que já mostrou o que vale e que não vive do terror, nem da violência, mas da procura da conciliação de interesses e modos de vida. Nenhuma outra civilização me dá as liberdades e a possibilidade de felicidade que esta me dá, a mim e, potencialmente, a todos os homens.
posted by NMP on 5:21 da tarde
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CONCORDO: Pois eu percebo pouco das questões freudianas levantadas pelo nosso FNV, mas concordo totalmente com a análise de JPC sobre Pinto da Costa no post O Estado do Dragão.
posted by NMP on 5:06 da tarde
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DELÍRIO MONÁRQUICO: Demonstrando uma peculiar interpretação da História, o nosso marujo VLX perde-se em elogios ao Rei Dom Carlos que damos de barato. Seria certamente um rei "...instruído e conhecedor, um desportista, um artista (pintor de reconhecido mérito, dominando as novidades da Arte na época); era um cientista, tendo subsidiado, realizado e colaborado em inúmeros estudos sobre o País, designadamente oceanográficos e de cartografia; era um apaixonado pelo País e pelas suas gentes..".
Naturalmente que o pequeno pormenor dessa paixão não ser correspondida pelo Povo (essa ingrata entidade) que, como rezam as crónicas, o via de mês a mês, nos intervalos dos estudos profundos, das caçadas e viagens de Estado é de somenos relevância. O que é isso perante a honra de ser governado por um génio.
Um génio de tal ordem que, a medir pelo que nos diz o nosso entusiasmado VLX, terá conseguido abolir a pena de morte quando tinha 4 anos de idade !!! Que me lembre, só Mozart (que deu o seu primeiro concerto com a mesma idade) rivaliza em génio com este nosso rei precoce.
P.S. - Quanto ao António José de Almeida, apesar de eu ser republicano, concordo com quase tudo o que VLX escreveu. Mas o ponto do TRM, se bem o percebi, não era elogiar o senhor. Era afirmar que há muitos argumentos válidos para criticar a postura dos estudantes, sem ser necessário adoptar a postura de lhes chamar mal educadinhos e grosseiros, num acto de hipocrisia moral próprio de falsas virgens púdicas. Sempre houve e sempre haverá excessos de linguagem imprópria, sobretudo se os intervenientes são jovens com sangue na guelra.
posted by NMP on 4:47 da tarde
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INTRIGANTE: Esta era boa para não sair no le Monde inglesado: no blog de João Pereira Coutinho (link na coluna da direita), existe um défice de sexualidade standard e não só. Na página de recepção ao leitor, existem, um de cada lado, dois pequenos JPC's, um vermelho e um branco. O vermelho tem uma coisa vermelha comprida, anexa à zona anal, o branco tem asas de anjo. Ou seja, simbólicamente, um JPC não pode ser gay passivo ou macho brincalhão, pois que está permanente ocupado em zona de folgarias, o outro não pode ser coisa nenhuma, pois que é assexuado. Que quererá o grande JPC dizer-nos com isto?
posted by FNV on 4:00 da tarde
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POR OUTRO LADO, Portugal não está separado do mundo do real: cá podemos regalar-nos com príncipes sodomitas e Albarrans debochados; ou com involuções vaginais das actrizes de novelas e rumores sobre políticos de peruca. Que bom é viver, no real continente.
posted by FNV on 3:38 da tarde
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BOA MEMÓRIA: Deu que falar a sondagem em que os europeus da UE colocaram Israel como uma das principais ameaças à paz mundial. Tenho estado a matutar, e bem vistas as coisas, são capazes de ter razão, sobretudo os franceses, alemães, portugueses, espanhóis, e italianos. De há 600 anos para cá, fogueiras, tribunais, deportações, camâras de gás, estes europeus de boa memória tudo tentaram, e ainda assim eles não desapareceram. Se isto não é uma praga perigosa, já não sei o que dizer.
posted by FNV on 3:24 da tarde
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UM CANAL SEPARA O MUNDO: A Micha, leitora sempre atenta dos jornais ingleses, deu-me o início do fio e eu deparei com o seguinte novelo. O Le Monde de ontem noticia que a sua edição de segunda-feira não foi distribuída no Reino-Unido por decisão do Financial Times, que assegura a difusão do jornal francês naquele País. Na edição em causa, o Le Monde narrava (de forma considerada pelo The Guardian como "a model of responsible reporting") os sucessos do escândalo sexual que supostamente envolve o Príncipe Carlos e empolga os britânicos; acontece que já há injunções judiciais que impedem os jornais de Inglaterra e Gales (mas não da Escócia!) de noticiar o caso, decretadas a favor de um dos alegados (peço desculpa a quem não gosta, mas deve ser assim) intervenientes. O FT teve receio de que a reportagem do Le Monde violasse as ditas injunções, tornando-o co-responsável perante a justiça britânica.
O Le Monde noticia também que vários jornais europeus que aludiam aos factos não apareceram nas bancas inglesas no passado sábado (informação que é confirmada pelos próprios: ver, p. ex., o Frankfurter Allgemeine e o La Repubblica).
Independentemente da questão de saber se a lei de imprensa britânica é materialmente adequada, que sentido tem a subsistência actual de medidas deste tipo, quando qualquer cidadão britânico que leia alemão, francês, italiano ou espanhol (mesmo que não sejam assim tantos...) pode aceder à informação on-line?
Um canal separa o Reino Unido do mundo - mas, neste caso, do mundo do real.
posted by PC on 2:24 da tarde
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MAIL II: A frase (que nos foi oferecida por TRM) de António José de Almeida, com a qual este último pretendia ofender de forma repugnante e ignóbil alguém que está muito acima do insultador, possibilita-nos imensas reflexões - muitas delas actuais - e várias verdades.
Desde logo, que não devemos ser medidos pelas imbecilidades que proferimos e fazemos em novos, ou enquanto estudantes (abro aqui uma excepção para o autor da frase que comento, o qual podia ser medido a qualquer altura da sua vida, mesmo quando PR, que o resultado era o mesmo). Eu, pelo menos - aqui me confesso -, detestaria ser medido (ou vir a ser medido) pelo que disse ou fiz na minha altura de estudante, embora tivesse sido bem divertida. Antes ser medido pela balança!
Também não devemos levar completamente a sério o que se diz, nessas alturas de juventude e de estudante, nem devemos, valha a verdade, medir os PR's pelos disparates que disseram enquanto estudantes (abro aqui outra excepção para já referido o autor da frase em questão, e deixo por ora o parêntesis aberto pois mais aqui poderão caber).
Ao mesmo tempo, não devemos acreditar em tudo o que dizem os novos, mesmo estudantes, pois muitas vezes poderão estar errados, equivocados, ou nem sequer saber do que falam (como é o caso do autor da frase em análise).
Por outra via, o autor da frase em consideração, António José de Almeida, por muito pouca que tenhamos por ele, demonstra-nos que:
a) Na parte final do Regime Monárquico havia muito mais democracia do que aquela que os republicanos nos querem fazer crer;
b) Na parte final do Regime Monárquico havia muito maior liberdade de expressão do que na maior parte da nossa História republicana, com especial incidência no período de tempo em que tivemos de gramar com António José de Almeida, mas também na actualidade (pós 25/4, imagine-se!...)
Posto isto, não quero dizer que devamos ter medo de que os actuais líderes estudantis sejam os PR´s do amanhã, até porque confiamos no futuro. Nem que os estudantes de hoje estejam tão errados como estava António José de Almeida com as considerações idiotas que proferia, dado que não acreditamos que o mesmo raio caia duas vezes no mesmo lugar. Menos ainda que algumas reivindicações dos actuais estudantes sejam tão absurdas como eram as dele, pois há coisas que nunca se repetem. Mas apenas que se os estudantes de hoje querem ser levados a serio, não podem - quando têm tantas coisas importantes para defender - dizer imbecilidades como as que as que António José de Almeida proferiu há mais de 100 anos.
posted by VLX on 2:11 da manhã
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MATRIX: Confesso que não estou por dentro da totalidade do fenómeno que o filme compreende enquanto facto social nem sou conhecedor da filosofia "oficial" que lhe subjaz. Assim, mesmo correndo o risco de uma lamentável redundância, vou partilhar uma ideia que me assalta de há uns tempos para cá:
- a blogosfera como o espaço real, onde pessoas reais (mesmo com nomes como Neptuno...) discutem problemas reais, onde prevalecem a cidadania, o espírito crítico e a opinião, onde o mundo é visto como é - para cada um - e como cada um gostaria que fosse.
VERSUS - a realidade das televisões, esse espaço Matrix, de alienação colectiva, de manipulação, de massificação acéfala e passividade conformista, de ausência de ética e moral, onde o ser humano e as suas fraquezas são de tal forma explorados que se atingiu um patamar desumano. Já não há espaço para o indivíduo. A sociedade virtual.
Quem controla e a quem serve a Matrix?
Tal como no filme, há sempre a opção de não querermos saber.
posted by Neptuno on 1:21 da manhã
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MAIL I: Não posso deixar de agradecer aqui, publicamente, a excelente mensagem que nos foi enviada via mail pelo nosso amigo e leitor, Tiago Reis Marques, com a frase de António José de Almeida, enquanto estudante, sobre El-Rei D. Carlos.
Para fundamentar várias das minhas opiniões sobre os estudantes, jamais encontraria exemplo tão eloquente, tão preciso, tão consistente. A frase constitui, com efeito, uma ilustração de perfeição fotográfica de como os ditos dos estudantes não podem ser levados a sério e constituem a maior das irresponsabilidades (confesso que, na minha opinião, TRM terá ido um pouco longe demais: entendo que os estudantes, na sua maioria, são pessoas sérias, instruídas, conhecedoras, e que afirmações abjectas e falsas como estas que nos relatou só estão ao alcance de alguns, muito especiais, como António José de Almeida. Não obstante, nos dias de hoje, vemos ainda muito estudantes que gostam de proferir disparates semelhantes e, por isso, compreendo a intenção de TRM ao enviar-nos este magnífico exemplo).
Mas isto leva-nos a várias reflexões. Para quem não saiba, El-Rei D. Carlos foi dos melhores monarcas que este país teve, muito superior (na minha opinião) a qualquer PR que tenhamos tido: tratou-se de um Rei instruído e conhecedor, de um desportista, um artista (pintor de reconhecido mérito, dominando as novidades da Arte na época); era um cientista, tendo subsidiado, realizado e colaborado em inúmeros estudos sobre o País, designadamente oceanográficos e de cartografia; era um apaixonado pelo País e pelas suas gentes, tendo tido importante intervenção nas colónias portuguesas e na sua pacificação - e isto para só o descrever pela rama.
Herdou, infelizmente, uma nação em crise, interna (economia e instabilidade política) e externa (ultimato inglês), onde existiam alguns imbecis que o apupavam livremente, como nos dá conta TRM. Talvez por isso se lamentasse por diversas vezes, como daquela que os republicanos gostam de recordar.
Mas, realmente, só numa choldra é que um monarca deste calibre e categoria, que ainda aboliu a pena de morte e era reconhecido unanimemente por constantemente amnistiar os seus inimigos, pôde vir a ser bárbara e cobardemente assassinado por dois republicanos que, de outro modo, nada conseguiriam para a sua meia dúzia de súcias. Assassinado.
Quanto a António José de Almeida, ficou (terá ficado?) na História - feita, convém sempre recordar, pelos vencedores (embora possamos, neste caso, considerá-la fidedigna) -, em pé de página, por ter proferido em estudante umas enormidades alarves sobre uma figura de categoria superior e por ter sido um dos piores PR's que este País teve de aturar.
(cont.)
posted by VLX on 1:01 da manhã
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RISCO DE IMPLOSÃO: Fizémos um trato em não falar de futebol, dado o enorme risco de implosão para esta nau que este assunto comporta. No entanto, nem tudo tem efeitos negativos. A forma subtil como parte da tripulação tem tentado contornar esta auto-censura proporciona-nos momentos de rara beleza poética.
No outro dia, proclamando o seu desejo em ser marselhês, FNV compôs uma ode ao midi francês, em que, num momento de clara exaltação, até uma noite passada ao relento foi chamada à liça.
Hoje o marujo VLX escreve uma elegia ao Mar Salgado e à vida insular que chega a ser comovente. Traz é água no bico. Não sei porquê, mas suspeito que se o Benfica tivesse empatado em Beja, o nosso comovido marinheiro teria escrito uma declaração de amor à bolota alentejana.
Para todos um apelo - dominai-vos, senhores ! Ainda só vamos em Novembro. A esticar a corda desta maneira, quando a coisa aquecer, o barco implode em motins e lutas mais típicas de piratas e hooligans do que de garbosos e experimentados vehos lobos do mar. Quem avisa, amigo é.
P.S. - Tenho naturalmente que chamar a atenção para o facto dos dois adeptos do Sporting desta embarcação (moi e Neptuno) estarem a conseguir manter uma postura de dignidade e contenção, cumprindo o acordado, à altura dos pergaminhos da agremiação que seguem com desvelo e carinho. Há posturas que falam por si e por toda uma colectividade.
ADORO O MAR: Vivo perto dele e adoro-o. Adoro senti-lo, adoro o seu cheiro, adoro o mar! Adoro abrir a escotilha e ver sempre à frente aquele grandioso e imenso azul, intenso e brilhante, listado de branca e clara espuma. Adoro o ar do mar, o ambiente marítimo. Fascina-me e engrandece-me.
Daí que goste tanto do marsalgado, desta bela embarcação.
É noite, noite escura e a brisa é pouca. Apetece-me sair do camarote e ir espairecer para o convés, tomar um grogue de rum, cavaquear com o timoneiro, talvez até subir à proa e receber na fronte a espuma fresca do mar. Talvez olhe para trás, e veja ao longe, muito longe, dois lampiões alumiando de forma muito ténue a popa, com a chama das suas velas já muito trémula, quase se apagando ao vento forte deste imenso mar azul, listado de espuma branca.
É este ambiente que me ajuda a viver e a gozar a vida, este ambiente marítimo. Não vivendo numa embarcação, gostaria de viver numa ilha. Como só conheço duas e não achei muita piada às Berlengas, acho que gostaria do ambiente marítimo que se vive na Madeira. Hoje.
posted by VLX on 11:59 da tarde
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BEM VISTO: Esta semana esta nau está muito barnabesiana. O Daniel Oliveira escreveu esta análise da vida política de Álvaro Cunhal na qual me revejo. Só lá falta a dimensão internacional de agente disciplinado da Internacional Comunista.
Como se vê, o que nos separa não são necessariamente as análises nem os diagnósticos. São os valores e as ideias que enformam as convicções e ditam a acção.
posted by NMP on 11:51 da tarde
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RESPOSTA À ALTURA: O sempre oportuno MacGuffin do Contra a Corrente dá esta excelente resposta à demagogia do Barnabé.
Depois dizem-nos que os republicanos e neo-conservadores americanos são intelectualmente desonestos e malvados: passam o tempo a criar um clima emocional para retirarem dividendos políticos... Como é que eles são capazes ?!
posted by NMP on 8:58 da tarde
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GUANTANAMO: Porque na altura escrevi sobre o caso, venho juntar-me ao regozijo manifestado pelo Comandante com a notícia de que o Supreme Court decidiu pronunciar-se sobre Guantanamo (além do link posto pelo NMP, fica também este, via Causidicus).
Uma pequena precisão: o Supremo Tribunal não vai apreciar a legalidade das detenções, nem a adequação das condições materiais em que os presos se encontram, mas apenas a questão (jurisdicional) de saber se estes podem impugnar a sua detenção junto dos tribunais americanos (comuns). Decisão que, obviamente, cabe ao sistema judicial - e não à administração -, pois só aos tribunais compete determinar a extensão e os limites da sua jurisdição.
posted by PC on 5:20 da manhã
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MAIL: Do amigo e leitor Tiago Reis Marques recebemos a seguinte posta sobre a putativa utilização de liguagem imprópria pelos estudantes que hoje protestam:
A propósito da linguagem (imprópria?!) utilizada pelos estudantes não posso deixar de recordar umas palavras escritas em 1890 por um estudante da Universidade de Coimbra no periódico estudantil “O Ultimato”, a propósito do rei D. Carlos. O artigo intitulava-se Bragança, o último e nele, depois de ter chamado ao rei D. Carlos larápio, gatuno, bruto, pedante e pacóvio, escrevia o seguinte:
“Declaro-o abaixo do burro, do cão, do gato, do boi, do camelo e do orango; proponho que seja metido numa das jaulas do jardim zoológico, onde conselheiros graves o irão picar com as ponteiras das bengalas e as meninas pálidas dar-lhe pão no intervalo dos namoros”
Esse estudante chamava-se António José de Almeida e chegou a presidente da Republica.
posted by NMP on 2:18 da manhã
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A DIFERENÇA: Quando da discussão sobre a política americana para o Iraque, o único assunto que obteve consenso nesta embarcação foi o protesto face às condições de tratamento dos presos em Guantanamo. Pois bem a questão chegou ao Supremo Tribunal dos EUA (ver aqui).
Fico contente, porque mostra a todos a diferença entre uma democracia, uma sociedade livre, com um sistema de checks and balances, e outros sistemas de ditaduras sanguinárias, de Gulags e Auschwitzs que nunca deram explicações a ninguém sobre os seus presos.
Fico contente, porque quando apoiei a intervenção americana no Iraque, fi-lo por entender que Portugal devia estar ao lado dos seus aliados na sua hora díficil, do lado dos que partilham os nossos valores essenciais.
Guantanamo era (e ainda é) um espinho para quem pensa desta forma.
posted by NMP on 2:06 da manhã
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OS PATAFÍSICOS: E pronto, só porque registei, entre os seguintes protagonistas, o enlevo e o mimo, coisas que nestes dias agrestes nos devolvem as explicações simples, ralham-me. O CVM, do Outro, Eu entende que eu entendo que estes mimos explicam muita coisa: não, caro CVM, explicações simples não é o mesmo "que explicar muita coisa", basta, como diz, ler bem os textos (há aqui no Salgado Mar um marujo que se dá ao fastio com estas rectificações).
O Barnabé, (que leio e cito, e com o qual por vezes concordo, por isso não seja tão duro comigo, ó André!) interna-me em Rilhafoles juntamente com o grupo da cabala, e exorta-me a explicar a insinuação. Não posso fazer o que me pede, porque não insinuei coisa alguma, no que ao Barnabé se refere.Simples, não é? Verdade seja dita, que da ASL ainda não veio o ralhete, talvez porque ela tenha piedade do meu pull-over amarelo e das minhas calças Lois. Mercê feminina? (links para todos na coluna da direita) Resta lembrar que, no calendário patafísico, estamos no mês de As, o tipo de embarcação usado pelo Dr Faustroll, chave da patafísica. Como dizia o Mr. Ubu, antigo rei da Polónia e de Aragão, e doutor em patafísica,
"A patafísica é uma ciência que nós inventámos, e cuja necessidade se faz geralmente sentir"
Se quiserem mais, terão de entrevistar, além-túmulos, o Boris Vian ou o Alfred Jarry. Abraços patafísicos para todos.
posted by FNV on 1:54 da manhã
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ISTO SIM, ERA BONITO: Al Gore está de volta e em forma. No passado domingo efectuou este discurso na American Constitution Society a convite da Move On, organização de dinamização política ferozmente anti-Bush. Foi uma das críticas mais bem articuladas que ouvi à actual Administração. Sobretudo porque não foi centrada tanto na crítica à política externa, mas nos limites às liberdades individuais que o Patriot Act e outra legislação anti-terrorista têem imposto. Este é um discurso muito eficaz, num país em que a esmagadora maioria dos cidadãos desconfia do Estado e do Governo e é tendencialmente libertária.
O Daniel Oliveira do Barnabé manifestou o seu agrado em ver Hillary na corrida à Casa Branca. Pois aqui vai um conselho de borla. Acho, a medir pelo que vi no domingo, que um Al Gore com um regresso em força daria muita luta a George W. Bush. É certo que continua a parecer um computador (debita dados e números a uma velocidade acima da capacidade de qualquer outro comum mortal) e talvez lhe falte capacidade de comunicação emocional, de sedução e insinuação. Mas foi brilhante na forma como criticou a Casa Branca, evitando expôr-se ao ataque de anti-patriotismo - por exemplo, revelou-se em discordância com a intervenção no Iraque, mas foi muito claro ao afirmar que retirar agora seria pior - e criticando Bush pela parte mais frágil da sua agenda política: até que ponto a fobia com segurança começa a afectar as liberades individuais nos EUA.
A sala estava obviamente cheia de gente que ainda não engoliu o resultado de 2000. Acompanhou os momentos finais do discurso com apelos à sua candidatura. Se, como diz o povo, o homem os tivesse no sítio, então sim teríamos uma interessante campanha até Novembro de 2004.
posted by NMP on 1:39 da manhã
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ORDEM NO CONVÉS: O Comandante afasta-se e passa a ser um forróbódó na embarcação. No outro dia, nos festejos da chegada do novo marujo VLX, Neptuno, certamente inspirado por Baco e vapores habaneros, descortinou a minha password e escreveu um post em meu nome.
Agora, anda há dois dias a discutir o holocausto e o anti-semitismo com uma garrafa de whisky JB. Já tinha visto gente a falar para postes, luzes, espelhos, mesas e até garrafas, mas com tamanha eloquência e sobre assuntos de tal importância é a primeira vez. Ordem na nau.
CORREIO DOS LEITORES (III): Respondendo às questões do nosso leitor JB sobre a posta "A Ameaça Israelita" gostava de dizer o seguinte:
Em primeiro lugar, JB "cola" o meu texto ao de MST no Público para me imputar, quanto a mim abusivamente, toda a argumentação de MST. Obviamente que não irei retorquir sobre afirmações que não produzi.
Em segundo lugar e referindo-me ao P.S.1, penso que Israel deveria ter reagido de outra maneira. Se um continente inteiro expressasse a opinião de que Portugal era a maior ameaça à paz no mundo, a última coisa de que me lembraria seria de "anti-lusitanismo". É muito mais fácil enterrar a cabeça na areia e fazer como a mãe babada, perante o filho a marchar desalinhado no pátio do quartel: "Destes cinquenta soldados só o meu filho é que marcha bem e os outros quarenta e nove é que trocaram o passo!".
Sobre o P.S.2, já lhe respondi, ainda que indirectamente. O facto de criticar Israel não me torna um defensor do Sr. Arafat e companhia.
Posto isto, não só reafirmo tudo o que disse no meu post inicial como acrescento que é muito fácil, ligeiro e básico remeter as críticas a Israel para um qualquer anti-semitismo ou para um apoio declarado à OLP. Faz lembrar a guerra fria, em que uma crítica aos americanos era um apoio declarado aos russos e vice-versa.
Acrescento ainda o seguinte: parece-me intelectualmente desonesto e demagógico a imputação argumentativa da sugestão de uma desculpa, por parte de Israel, pelos 6 milhões de vítimas do racismo dos anos 30/40. Tenho o maior respeito por essas vítimas e o maior desprezo pelos seus carrascos. Mas não me parece correcto nem exigível que tal facto histórico tome a humanidade por refém, impedindo seja a quem for a liberdade de exprimir opiniões negativas sobre Israel, sempre que alguém tenha essa opinião e a queira exprimir livremente. E isto é válido para Israel ou para qualquer outro estado ou povo que tenha sido vítima de enormidades da mesma índole.
posted by Neptuno on 11:43 da tarde
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QUEM HAVIA DE DIZER? Vejo na SIC-Notícias, o Dr.Louçã, a propósito da proposta do Bloco ( dar o direito de voto a partir dos 16 anos) sentenciar: quem tem direitos tem deveres. Ora nem mais.
Quanto ao resto, concordo com o Bloco. Se aos 16 anos já respondemos criminalmente, porque não podemos votar? Pouco interessa se isto beneficia o Bloco ou se é por isso que o propõem. É justo, sobretudo se, como pretende o Dr.Louçã, for assente no recenseamento voluntário: se uma rapariga de 17 anos se dá ao trabalho de caminhar para a junta de freguesia local é porque tem interesse em participar. Terá tanto direito quanto uma velha de 77 anos que vota no que lhe diz o padre ou o hábito. E é sobretudo justo, que ela exerça o direito que o tio ou o pai trocaram por um dia de praia na Figueira da Foz.
posted by FNV on 11:16 da tarde
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É VERDADE: Embora com atraso, chamo a atenção para a óptima crítica do Guerra&Pas (link na coluna da direita) ao grafismo dos media nacionais, e ao desprezo pelo trabalho dos fotógrafos, pelos vistos com a conivência dos próprios. Eu não pesco muito do assunto, mas compreendi e concordei, de instinto, como consumidor, com a análise feita.
posted by FNV on 8:46 da tarde
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AINDA A AMEAÇA ISRAELITA: Boa prosa, a troca de argumentos entre JB e Neptuno, mas uma coisa é certa. Na linguagem quotidiana, a verdade verdadinha é que judeu, tem na Europa, latina, ou nos EUA, por ex., o mesmo efeito de atribuição que "preto" ou "cigano": aquele gajo, man, é um judeu, que nem te digo ou não me emprestas 20 euros, judeu do car...? Óbviamente, que se já não podemos dizer "cigano", devendo dizer "indivíduo dado a hábitos de nomadismo", ou "preto" mas "negro" ou "afro-português", o judeu permanece intacto na sua função depreciativa, designando alguém mesquinho, avarento e fuinha.
posted by FNV on 8:24 da tarde
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CORREIO DOS LEITORES (II): JB retorquiu que:
Uma coisa é criticar a politica de retaliação de Israel , ou a construção do muro . Outra é dizer que os israelitas são iguais aos nazis e que procuram exterminar os palestinianos, e isto , não é mais do que anti-semitismo ( basta ler o artigo do MST ), por muito que diga o contrário . Dizer que a politica de Israel provoca a miséria económica dos palestinianos e ignorar os desvios de dinheiro da UE ( que se destinam a ajudar economicamente os palestinianos) pela Autoridade Palestiniana , é o quê ? é ser imparcial ? Dizer que o terrorismo palestiniano é equivalente ás acções militares israelitas, é ser imparcial ? P.S. Quanto à sondagem , ela prova que os media europeus de tendência esquerdista e anti-israel (numerosos exemplos tem sido dados na blogosfera de informação imparcial) fizeram um bom trabalho. Mostrar diariamente criancinhas nos hospitais e apontar o dedo a Israel, só pode contribuir para o resultado da
sondagem referida, o que não deixa de ser preocupante para os Europeus (basta ver a quantidade de incidentes anti-semitas no ultimo ano em França por ex, desde ataques a sinagogas até agressões na rua mas isto fica para outra altura) .
Continuo a aguardar um comentário aos meus PS1 e PS2.
posted by Neptuno on 7:43 da tarde
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CORREIO DOS LEITORES: Passo a publicar uma mensagem do nosso leitor JB, sobre a posta "A Ameaça Israelita" :
Caro Neptuno,
A sua posta sobre Israel poderia ser um resumo das afirmações do Miguel Sousa Tavares no Público . Fala em branquear comportamentos vergonhosos. Concordo plenamente , se se estiver a referir àqueles que permanentemente chamam nazis aos israelitas, ou dizem que a sua politica actual passa por uma espécie de solução final face aos palestinianos ( já vi que não é o caso). Este tipo de expressões prestam-se apenas a branquear a história do nazismo e dos crimes desse regime, em particular contra os judeus. Já reparou que se subscrevesse um artigo do tipo do do MST na Alemanha , se arriscava a ser julgado em tribunal por anti-semitismo e por tentativa de branqueamento do holocausto ? Pelos vistos os Alemães não pensam que o anti-semitismo é pau para toda a obra .Lá devem ter as suas razões !
P.S 1 . Já agora como é que acha que Israel deveria ter reagido ? com agrado ! com humildade ! pedidno desculpa por terem sido assassinados 6 milhões às mãos do racismo mais abjecto europeu dos anos 30/40 que pelos vistos deixou sementes na Europa actual , como o prova a sondagem a que se refere.
P.S. 2 E já agora é capaz de me explicar porque é que os media se calam face à evidência do desvio de fundos europeus pela Autoridade Paslestiniana , nomeadamente para as contas particulares de Arafat e seus amigos, como esta semana era referido no 60 minutes da CBS . Nem um comentáriozinho , nem uma sondagem ? nada , nicles ! Nem uma lágrima pelos palestinianos que vêem este dinheiro ser-lhes negado e com isso a possibilidade de uma melhoria da sua qualidade de vida. Uma boa navegação
JB
Eu respondi que: "...o meu post insurge-se precisamente contra o tipo de argumentação que utiliza na sua mensagem, ou seja que todo o "ataque" (leia-se "crítica") a Israel significa liminarmente (i) anti-semitismo ou (ii) um pró palestiniano encapotado. No meu caso, não se trata nem de uma coisa nem da outra. O facto relevante e que é um facto é que a maioria dos europeus pensa assim. Perante isso, não seria de reflectir sobre as razões que motivam tal opinião? Obviamente, será sempre mais fácil remeter para o anti-semitismo."
posted by Neptuno on 7:35 da tarde
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O JAZIGO DE SANTANA: O pacato cidadão de Lisboa que, normalmente, decide as eleições neste país já terá rogado mil e uma pragas a Santana Lopes pelas inexplicáveis obras do túnel do Marquês de Pombal. A presidência da câmara municipal de Lisboa costuma ser um trampolim para vôos mais altos. Até para o anónimo e anódino Sampaio. João Soares, sem razão aparente, cuidou mais das minorias do que da maioria, perdendo-se num labiríntico ladrilho arco-íris. Santana, abriu jazigo no Marquês, qual hara kiri político inglório para tão corajoso percurso.
posted by Neptuno on 7:25 da tarde
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MANUEL, O NEOVIRGEM: Manuel Monteiro, na sua temporada sabática após ter sido enxotado Portas fora do CDS-PP, entre outras coisas parece-me que terá ocupado o seu tempo a ler a Maria. Onde terá encontrado a velha e duvidosa revelação sobre as mulheres que, após prolongados períodos sem sexo, voltam a ser virgens. Sagaz, não perdeu tempo a transpor esta equação para a política. E assim, sem mácula e com a pureza de um (poliítico) recém-nascido toca de arvorar em paladino da ética, da moral e dos bons costumes, afirmando alto e bom som que quem manda nos partidos é quem lhes paga as sedes! Ah! Que malandros nos saíram esses políticos! O Manel afasta-se uns tempinhos e isto transforma-se numa piolheira...
posted by Neptuno on 11:32 da manhã
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LACAIOS DE BUSH: Os estudantes em AG, acabaram de aprovar a elaboração de um baralho de cartas com as ditas de todos os ministros da Educação, desde o 25 de Abril. Vai ser divertido ver a reacção, tanto da esquerda pompom como da esquerda martelo.
posted by FNV on 2:10 da manhã
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AQUI HÀ GATO... Hoje, o Conselho Episcopal dos Bispos portugueses, reunido em Fátima, rosnou contra o dinheiro gasto nos grandiosos estádios do EURO-2004, e contra a falta de cultura cívica de alguns dos moicanos que os enchem. Percebe-se: 60.000 fieis em delírio numa catedral pagã, ou um Primeiro-Ministro vaiado, são coisas capazes de arrebitar a mitra mais indolente.
Só me intriga um detalhe: anteontem, o nosso P.C., já tinha classificado como "imoral" a utilização de dinheiros públicos na construção dos estádios do EURO-2004. Agora me lembro, que hoje telefonei para casa dele e não o encontrei. Ó P.C., terás estado na Conferência como observador, ou serás tu o 13º homem?
PS: entretanto, actualizando o post, posso confirmar que o P.C. não é o 13º homem, embora seja amiúde confundido com o Padre Brown.
posted by FNV on 1:54 da manhã
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IVORY & EBONY(links na coluna da direita) O regressado Outro, Eu, CVM (bem-vindo), eminente figura da TSF, e a Ana Sá Lopes do Glória Fácil e reputada jornalista-colunista do Público trocam, enlevados, mimos doces com o Barnabé, orgão patafísico oficioso do Bloco de Esquerda. Nestes dias agrestes e incertos, é bom haver coisas que nos devolvem as explicações simples.
posted by FNV on 1:43 da manhã
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NOVAS DA COIMBRA DOS ESTUDANTES II: Tenho estado a companhar pela RUC, a AG dos estudantes, que começou na Cantina dos grelhados e acabou nos jardins da AAC. Uma estudante, Inês Carvalho, referiu que são sempre os mesmos 600 que estão nas AG's e nas iniciativas, que é preciso ir de porta em porta fazer um trabalho de dinamização. A RUC tinha uma comentadora, que comentando a intervenção da Inês, disse que ela estava "contente pelas adesão dos colegas". De pequeninos se torcem os pepinos.
Vítor Hugo Salgado explicou que terá de proletar a tomada de posse nos novos orgãos directivos que hão-de nascer, em virtude do processo de luta em curso. Também explicou como tudo se passou, no dia da manif de Lisboa: quando chegou, apercebeu-se do chito que o Reitor tinha dado aos desgraçados que se tinham ausentado da sala do Senado, aprovando as propinas. Que fez Vitor Hugo? Nas suas próprias palavras: convoquei uma RGA, e verificando que não havia quorum, tomei uma atitude pessoal, que foi mandar pôr o cadeado na Porta Férrea. Foi você que pediu um quorum salgado?
posted by FNV on 1:26 da manhã
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NOVAS DA COIMBRA DOS ESTUDANTES: Na rua onde vivo existe uma républica de estudantes, a BOABAYELA, habitada por rapazes contestários, da esquerda solidária, que adoram ouvir Sérgio Godinho e ManuChao. Sei que, no verbo e na acção, repudiam a prepotência capitalista, a arrogância americana, defendem os direitos das mulheres, a liberdade, o aborto e outras importantes causas. Nas horas vagas entretêm-se a alegrar a existência dos vizinhos do bairro, deixando-os ouvir, a qualquer hora, as suas melodias favoritas. Colocam as colunas com o som no máximo ( e que boas são), junto às janelas ou até na rua se necessário. Assim o bairro de gente burguesa e envelhecida tem a oportunidade única de reciclar os seus gostos musicais: descobre o prazer de ouvir Me gusta la manãna ao mesmo tempo que, estúpida e burguêsmente, se prepara para dormir ou para embalar a criança doente.
Nada como ser vizinho de gente amante da liberdade, de verdadeiras Mafaldas neste caso, masculinas, defensoras dos direitos, liberdades e garantias, e símbolos do espírito estudantil de Coimbra. Bem-hajam.
PORTUGAL SOCIAL: O escândalo tinha de se dar e os piores temores parecem ter-se concretizado. Fonte anónima informou-nos de que teria acontecido o maior atentado perpetuado por um clube de futebol aos maiores da nossa ilustre sociedade: Lili Caneças não terá sido convidada para a inauguração do Estádio do Dragão. Infelizmente não conseguimos contactar esta ilustríssima personalidade do nosso jet-set para confirmar o boato mas tudo indica que não terá, efectivamente, recebido qualquer convite. Prossegue, assim, o regime tirânico do poder futebolístico sobre a população em geral, o que tem motivado reacções de todos os quadrantes da sociedade portuguesa e até estrangeira.
Assim, terá sido marcada para amanhã uma conferência de imprensa da M.A.L.U.C.A. (Movimento Associativo dos Líderes Universitários Contra As propinas), onde se criticará veementemente a posição deste Clube de Futebol, se exigirão convites para a inauguração do Estádio e a disponibilização de uma viatura para transportar os ditos líderes. À nossa redacção, fonte próxima da direcção da M.A.L.U.C.A. esclareceu que não fazia sentido não pagarem as propinas e terem de pagar bilhetes nos estádios de futebol ou a respectiva deslocação. Ameaçam encerrar o Estádio do Dragão com correntes, para o que já obtiveram o gracioso e desprendido apoio da Ferragens e Ferragens, Limitada (sita na Rua do Não Pagamos, 832 E). Este vai ser o último combate da M.A.L.U.C.A. antes de, em Dezembro, se iniciarem as tradicionais manifestações reivindicando o bolo-rei gratuito.
A Direcção do Clube de Futebol em causa não fez ainda qualquer comentário mas o conhecido Sr. João, o porteiro, sócio há 47 anos, já foi dizendo que no seu Estádio «ninguém mexe» e ameaça «distribuir uns quantos sopapos pelos ganapos, que é que lhes falta», caso alguém coloque correntes ou cadeados nos seus portões.
A situação para o Governo não está mais fácil: parece que alguns Deputados à AR pretendem exigir a intervenção do PR na distribuição dos convites tão desejados por forma a serenar os ânimos; foi chamado o Chefe do Protocolo para dar o seu parecer mas infelizmente o homem não liga muito ao futebol e de pouco serviu. Alegadamente, um líder partidário da oposição terá exigido a constituição de uma comissão parlamentar para analisar o assunto e outro reclamou a presença do Procurador-Geral na AR para esclarecer o modo de definição dos convites das inaugurações dos estádios já em uso.
Terá havido um Autarca que exigiu a alteração da “Lei dos Convites” e, quando lhe explicaram que a dita lei não existia, passou a clamar por ela.
A nível internacional o Governo também tem sido duramente criticado. Aznar terá mandado um telegrama a indagar o motivo pelo qual o assunto do seu convite não foi debatido na recente Cimeira Ibérica.
O representante da República Popular da China proferiu nas Nações Unidas violento discurso e exigiu, face à dimensão do seu país e da comunidade chinesa no Porto, mas também por terem inventado o Ano do Dragão, 5.000 convites. Inglaterra ameaça cortar relações diplomáticas com Portugal e considera que está a ser marginalizada apenas e só por venerar S. Jorge, a única personalidade que uma vez e sem margem para quaisquer dúvidas derrotou um Dragão.
Por todo o lado se exige a demissão do Primeiro-Ministro, caso este não arranje convites para toda a população portuguesa, emigrantes incluídos. Dado que o Estádio terá sido construído parcialmente com dinheiros públicos, todos deveriam ser convidados. Um grupo extremista quer alargar este conceito à Brisa: como as auto-estradas foram construídas com dinheiros públicos, os utentes deveriam ser convidados para nelas circularem, ao invés de pagarem portagens.
Correm boatos de que irá ser declarado o estado de sítio no país até à inauguração do Estádio do Dragão, o que não conseguimos confirmar. Confirmado, confirmado, apenas que não foram convidadas para a inauguração do Estádio do Dragão milhões de pessoas. E parece que não são só os seis milhões do costume...
posted by VLX on 11:28 da tarde
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NÃO À GUERRA: A comparação pode ser um pouco disparatada, mas de acordo com esta notícia, entre 3 e 9 de Novembro, morreram mais portugueses nas estradas do que americanos no Iraque. Isto apenas reforça a convicção de que em Portugal se vive uma autêntica guerra civil nas estradas.
posted by NMP on 3:46 da tarde
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«CRUZES, CANHOTO...»: Como provavelmente será do conhecimento de alguns, no passado fim-de-semana realizou-se em VN de Famalicão o primeiro Congresso do mais recente partido da cena política nacional, o qual segui com a maior das atenções. Como o que retive de importante e de novidade no discurso utilizei no título deste post, o dito terá necessariamente de acabar aqui.
posted by PC on 11:45 da manhã
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O TÍTULO E O TEXTO: A sempre atenta ASL do Glória Fácil proclama que "a discussão à volta do F. C. Porto" (?) anda a fazer os seus estragos aqui no Mar Salgado. Todavia, como ASL bem nota, esta é uma suave embarcação, e, por isso, as dissensões internas não levam a anunciar publicamente o trespasse de quotas, ao invés do que sucede noutros blogues colectivos onde reina uma maior "auto-contenção". E depois, quando encontramos um título giro, tipo Revolta na Bounty, há que lhe dar um texto, não é?
posted by PC on 11:20 da manhã
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DRAGÕES E MENINOS: Parece-me ridículo o tempo que se perde a discutir se Mota Amaral devia ou não ser convidado para a inauguração do Estádio do Dragão (hábil designação engendrada por Pinto da Costa que dessa forma garantiu que o estádio terá o seu nome quando se reformar ou abandonar este mundo).
Já me parece ser relevante a visível cobardia com que os políticos (os meninos) lidam como os presidentes dos futebóis (os dragões). Nunca têm a coragem de os afrontar - Rio confirma a regra. Quando não há concordância arranjam-se sempre uns subterfúgios ou "paninhos quentes" que acabam por evitar indesejáveis confrontos, que podem revelar-se penalizadores em termos de votos. O caso torna-se mais grave quando alguns políticos engolem semanalmente os desmandos de um qualquer dragão, ou quando lhes resolvem problemas fiscais ou, mais grave ainda, quando verificamos que o cargo de presidente de alguns clubes confere imunidade judicial.
posted by Neptuno on 2:01 da manhã
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A AMEAÇA ISRAELITA: Israel comprovou a opinião da maioria dos europeus - quanto ao facto de constituir a maior ameaça à paz mundial - ao reagir da forma que o fez. Em vez de repensar a sua política externa dos últimos anos e de pensar no significado de ter a imagem que tem junto da Europa ocidental, as reacções israelitas foram unânimes em bramir o espantalho de um eventual ressurgimento do anti-semitismo na Europa. Se há atitudes que, de facto, contribuem para um ressurgimento do anti-semitismo, esta é sem dúvida uma delas. O anti-semitismo é pau para toda a obra! Tenta-se eliminar e desvalorizar as críticas e, simultaneamente, branquear comportamentos vergonhosos com esse argumento "fabuloso", de que tudo o que ocorra, seja dito ou feito que não seja em favor de Israel é um laivo de anti-semitismo. Se o semitismo se caracterizar por este tipo de atitudes talvez um dia venham a ter razão.
posted by Neptuno on 1:44 da manhã
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DE URSO: Os (merecidos) abraços de solidariedade recebidos por Ferro por parte dos cínicos colegas da Comissão Nacional do PS. E não é que Ferro ganhou novo fôlego e requentou a teoria da cabala? Certamente que alguns membros da dita comissão ainda estarão a rir neste momento...
CHAPÉUS HÁ MUITOS: Estou a ver a SIC-Notícias, secção futebol de Domingo, e que diz o comentador, a propósito de a Ministra das Finanças se ter demarcado do Euro-2004? Rui Santos, o Ribeirinho, como é conhecido no meio, acha que sim, porque este país, hoje choveu e Portugal parou (sic).
Ao Ribeirinho engravatado e lisboeta, não lhe ocorre que houve apenas uma cheia nas baixas de uma aldeia (Ribeira de Santarém) e de uma cidadezinha-vila (Alverca). Estes jornalistas desportivos já não se contentam em arregaçar as calças apenas no mundo da bola. Ó homem, compre um chapéu. De chuva.
posted by FNV on 11:58 da tarde
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LOVE ACTUALLY: A comédia romântica é provavelmente um dos géneros mais difíceis de escrever e de filmar. Porque é quase impossível tratar questões delicadas como o amor ou o romantismo com humor e graça, sem se ser lamechas ou cair na tentação da javardice. Mas há excepções. A melhor das quais é Richard Curtis (Quatro Casamentos e um Funeral e Notting Hill, por exemplo). Ontem vi a sua última obra: Love Actually.
Ao contrário dos anteriores filmes que tratavam de amores de pessoas entre os vinte e os trinta e poucos anos, Love Actually desenvolve-se através de uma série de histórias paralelas, abarcando histórias românticas com protagonistas de todas as idades e em contextos muito diferentes - casados, solteiros, divorciados e viúvos; jovens, de meia idade e idosos; relações que começam na rua, no trabalho ou em casa; relações leves, sérias e pesadas, felizes, díficeis e infelizes; entre gente conhecida e entre anónimos.
O fime é servido por um elenco de luxo: Hugh Grant (que faz de Primeiro-Ministro inglês), Emma Thompson, Liam Neeson, Laura Lynne, Alan Rickmann, Rowan Atckinson, Bill Nighy (que compõe o mais fantástico personagem: uma estrela de rock decadente, um Brian Ferry kitsch), Colin Firth entre outros, como... Lúcia Moniz.
O resultado é muito feliz. O filme transmite uma alegria pura, inocente, de crença na redenção do mundo pós-11 de Setembro através do amor. Um excelente filme de Natal. O história do filme passa-se, aliás, durante a época natalícia, sendo claro que o lançamento agora pretende apenas maximizar o seu impacto.
Uma declaração inicial de Hugh Grant é muito explícita quanto ao propósito do filme: fazer a demonstração que, por debaixo das agruras da guerra e dos conflitos do mundo de hoje, há milhões de manifestações quotidianas de carinho e ternura que são razões para optimismo e alegria.
É esta pretensão (juntamente com o humor politicamente incorrecto) que dá ao filme um incontornável toque europeu. Porque seria impossível filmar algo assim na América de hoje, ainda traumatizada pelo 11 de Setembro e em guerra. Nesse sentido, é uma demonstração mais de como os europeus e americanos vêem hoje o mundo com olhos e disposição diferentes. Vê-lo numa sala americana foi, neste contexto, bem interessante: há uma cena hilariante em que Hugh Grant faz um alucinado discurso anti-americano, que pura e simplesmente gelou a sala. Testemunhar este efeito provocado por um filme cómico foi bastante clarificador.
O filme segue irrepreensivelmente o formato já experimentado por Curtis noutras ocasiões: um bom texto, uma excelente banda sonora, um sentido de humor corrosivo e politicamente incorrecto. Tudo filmado com ritmo e agilidade. Revelando uma enorme humanidade e um olhar deliciosamente irónico sobre as venturas e desventuras do amor e das relações emocionais. Uma exploração até à exaustão e à comicidade dos estereótipos: o tratamento irónico e cómico dado aos portugueses que trabalham em França não vai deixar de chocar algumas pessoas com menos sentido de humor em Portugal.
O filme tem numerosas cenas faladas em português (aquelas em que Lúcia Moniz, que está muito bem, participa). Ver num cinema cheio em Georgetown, Washington DC, toda a gente a ter de ler legendas para perceber grande parte de um filme falado em português, cria uma sensação mesquinha de vingança que não consegui conter.
A isso, à mestria e ao talento de Curtis, devo o facto de ter gostado tanto destas duas horas levezinhas e optimistas.
posted by NMP on 9:03 da tarde
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LEITURAS IMPRESCINDÍVEIS: Um suplemento especial do The Economistdedicado à América, com o sugestivo título A nation apart, tentando responder à angustiante pergunta Greatest danger, greatest hope ?. Textos rigorosos, elegantes e equilibrados como só o The Economist sabe produzir. Ideal para aumentar o conhecimento e compreensão sobre o estado actual dos EUA.
De louvar também a iniciativa editorial do DN de promover diálogos sobre a fé entre D. José Policarpo e EPC.
posted by NMP on 7:09 da tarde
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DE PYONGYANG:O Dr. Manuel Monteiro venceu as eleições para Presidente da Nova Democracia, sem votos contra e com apenas uma abstenção ( voto em branco). Por acaso eu tinha dois candidatos preferidos, a quem as sondagens davam boas hipóteses, a saber, o Dr. Álvaro Ferreira e a Engª Paula Lima, mas paciência, fica para a próxima. Julgo no entanto que se deveria investigar o voto em branco.
posted by FNV on 7:07 da tarde
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A Drª ELISA FERREIRA FEZ MELHOR: e em menos palavras do que o nosso P.C. Pletórica de fé e de adesão, resumiu a opção de Pinto da Costa assim: se ele o fez, alguma razão teve para o fazer. Ó P.C., andarás tu sob revisionistas influências pós-modernas? Olha que assim não chegas a dragão de ouro.
posted by FNV on 11:26 da manhã
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A PROPORÇÃO DAS COISAS: Este post não é sobre futebol; é sobre bom senso e proporção.
Sou sócio do Futebol Clube do Porto há 36 anos. Tenho uma grande admiração por Pinto da Costa. Acho que, no plano político, a famigerada decisão de Rui Rio (em quem provavelmente não votaria) de não abrir os Paços do Concelho no final do Campeonato foi uma decisão correcta. Foi uma decisão necessária, no contexto em que foi tomada. Foi uma decisão racional, sem afectos.
Mas Rui Rio é certamente um homem inteligente e sabe, por isso, que o futebol é o reino do irracional e da emoção (ainda habito no paradigma pré-damasiano). Por isso, acho que o FCP fez bem em não convidar Rui Rio para a inauguração do Estádio, aceitando esse estilo de não misturar emoções. Foi também, no seu contexto, uma decisão necessária à continuidade das regras postas por Rui Rio. A antítese imprescindível para uma futura síntese onde, estou certo, imperará um jogo mais distendido entre as instituições, porventura interpretado por actores mais hábeis.
Acho que a construção dos novos estádios de futebol - de todos os novos estádios de futebol - à custa, ainda que parcial, do Orçamento, é imoral. Mas o Presidente da AR não representa, de maneira nenhuma, os contribuintes espoliados. Perguntai a um contribuinte do Barreirense ou do Lusitano de Évora se gostaria de ser representado pelo Dr. Mota Amaral na inauguração do Estádio do Dragão. Por isso, o FCP não tinha obrigação alguma de convidar o Presidente da AR para a inauguração do seu novo Estádio. Se não o fez por razões mesquinhas, é pena.
Tudo isto não deveria ocupar mais de cinco linhas num jornal de referência, nem mais de vinte num blogue. Mas tudo isto é a grande preocupação de José António Saraiva, no Expresso de hoje. Semanalmente preocupado em construir a absoluta irrelevância da sua opinião. Já não falta muito.
PS (act.): Obrigado ao Américo de Sousa por me ter alertado para o erro em "Concelho"!
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.